O fim do ano está chegando, Natal está quase batendo as portas, época de presentes e eis que temos um presente para a indústria de games brasileira. Enigma do Medo, jogo desenvolvido pela Dumativa. Mas é o presente de Natal perfeito? É isso que iremos discutir…
Mas o jogo antes de ser lançado, tem uma história bem legal. Primeiramente, o jogo foi desenvolvido pela Dumativa, que no passado lançou um jogo incrível chamado A Lenda do Herói, e hoje continua a fazer jogos de qualidade aqui no nosso território.
Este jogo tem como seu principal idealizador o streamer Cellbit, que fez um sucesso muito grande na “era de ouro” do YouTube e hoje está mais focado nas lives e tals. E ele sempre teve um conteúdo diferenciado, mais “pensante”, coisa que continua até hoje. Um dos produtos de mais sucesso produzido por ele é um RPG de mesa, por exemplo.
E creio que partindo desta ideia, surgiu o Enigma do Medo, mas acredito que muita gente achou que valeria a pena investir neste jogo. Isso pois o jogo foi desenvolvido com um financiamento coletivo que superou e muito as expectativas. Dito isso, vamos ao que importa…
Do que se trata o jogo?
De cara, vi claras inspirações no jogo de algumas das mais famosas franquias de jogos assustadores, como Resident Evil e Silent Hill. Mas com uma pitada de desafios mentais que vão dar um nó na sua cabeça. É, acho que o nome Enigma do Medo cabe muito bem neste jogo.
Em uma localidade inexistente, a jovem investigadora Mia e seu fiel companheiro Lupi estão à procura de respostas sobre o sumiço de seu pai, um dos mais talentosos agentes que existem e chefe da Ordo Realitas, uma entidade dedicada a investigações paranormais.
Podemos dizer que Enigma do Medo é um jogo de exploração e suspense, com um visual em Pixel Art/3D onde sua capacidade de deduzir é o que o orienta (literalmente). Devo dizer que o visual me surpreendeu bastante, não costumo curtir muitos jogos neste estilo, mas a mistura do 2D com o 3D ficou bem legal, ainda mais em relação a atmosfera do jogo.
Então, pode esperar encontrar alguns combates no jogo contra inimigos mais comuns (tipo zumbis de residente evil) e até mesmo batalhas contra chefes, o que, confesso, meu surpreendeu bastante. Mas o desafio deste jogo, para mim, são os puzzles, que vão te fazer pensar bastante, observar os cenários e documentos com carinho, para avançar no jogo.
Em termos de combate, temos golpes de “longa distância” com armas de fogo e combate corpo a corpo também. Podemos destruir caixas e outras coisas para adquirir mais itens. Uma coisa importante que o jogo tem, em termos de gameplay, é a lanterna, que além de iluminar o caminho, tem uma função que emite luz UV, e isso vai ajudar e muito na resolução dos enigmas.
O jogo possui dois níveis de dificuldade, e os inimigos conseguem nos derrotar com certa facilidade, então é bom tomar cuidado nos combates. E o mesmo pode ser falado da quantidade de recursos que temos no jogo. A princípio pode parecer ter bastante recursos, mas eles são mais limitados do que parecem. Ah, e uma coisa importante, podemos controlar o Lupi, nosso fiel companheiro, e com ele podemos resolver alguns puzzles mais simples.
Como é a história do jogo?
Como dito mais acima, tomamos o controle de Mia, uma jovem investigadora e Lupi, seu cãozinho. Eles saem em busca de Veríssimo, pai da Mia, que é um os agentes mais habilidosos do mundo e o líder da Ordo Realitas, uma organização de detetives paranormais, conforme dito mais acima.
Veríssimo por sua vez está investigando o sumiço de diversos agentes da Ordo Realitas. Dentre os desaparecidos, encontra-se Calisto, um especialista em filologia e criptologia, que perdeu o equilíbrio mental após os acontecimentos relacionados à família Strach e suas revelações sobre o Enigma do Medo.
A história vai avançando conforme temos algumas partes onde controlamos a Mia, e outras mais curtas que controlamos o Veríssimo. Geralmente quando no controle do pai, vemos os acontecimentos ocorridos antes do que vemos com a Mia. A história do jogo é legal, mas acaba que fica um pouco previsível e até mesmo genérica, infelizmente.
A uns anos atrás, tivemos um jogo que nos leva a enfrentar uma família bem problemática, com cada uma das sessões do jogo referentes a um membro da família. Este jogo era o Resident Evil 7, que foi um jogo muito bom que trouxe a franquia de volta aos trilhos. Enigma do Medo segue exatamente esta receita que deu certo.
Não que está inspiração seja ruim, longe disso, mas que exibe um pouco de falta de criatividade. Mas quando digo isso, não quero ser grosso, é uma história legal, mas esperava um pouco mais. Talvez para aqueles que acompanhem o RPG Ordem Paranormal possam ver um pouco mais do que eu neste jogo.
Afinal, vale a pena?
Enigma do Medo é um jogo que sabe bem o que quer ser e faz um bom trabalho em produzir um jogo tenso e desafiador. Porém, está longe de ser um jogo perfeito, como disse anteriormente.
A gameplay tem seus pontos positivos, assim como o seu visual, mas a escolha de uma câmera fixa, por exemplo, causa alguns problemas de proporção. Em determinado momento no jogo, temos acesso a um pequeno “mundo aberto”, que parece muito pequeno justamente pela visão isométrica do jogo que o limita bastante.
O visual do jogo, como disse, é legal, mas em alguns momentos, damos de caras com elementos de cenário que exibem cores super saturadas que acabam por tirar um pouco da imersão do jogo. E isso tira um pouco todo aquele sentimento sombrio que o jogo tenta nos trazer.
O combate também é um pouco incomodo, tanto quando falamos do corpo a corpo quanto do combate a distância. A mira do jogo é meio automática, porém, em diversos momentos ela parece não reconhecer o inimigo, mesmo que apontando diretamente para ele. Causando dano nulo aos inimigos e uma perda de balas que é incômoda.
O combate corpo a corpo é igualmente problemático, pois os nossos ataques parecem lentos em comparação com os inimigos comuns, e a lentidão inclusive afeta e muito o recarregamento das armas. Temos alguns inimigos perseguidores, que são muito fáceis de serem enganados e o indicador de saúde também fica tanto em evidência a ponto de impactar muito a experiência do jogo, visualmente falando.
Porém, todas essas são coisas que são passíveis de melhoras em algumas atualizações e corrigindo-as, podemos ter um jogo de alto nível. Mas se tem algo que me surpreendeu e muito foi a dublagem do jogo, que mistura alguns dubladores menos conhecidos com algumas lendas da dublagem brasileira que fazem bem seu trabalho.
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