Ao assistir o trailer de anúncio de Another Fisherman’s Tale, imaginei que seria um joguinho divertido para o VR que pudesse me trazer algumas horas de entretenimento. Bom, estava correto, pois de fato é um jogo muito divertido, mas que conseguiu superar as expectativas trazendo uma história comovente.
Desenvolvido pela Inner Space e publicado pela Vertigo Games, Another Fisherman’s Tale é a continuação do premiado A Fisherman’s Tale. É um jogo de VR imersivo do qual somos colocados no corpo de Bob, um pescador cujo objetivo é encontrar Libertalia e lá conseguir a verdadeira liberdade.
Do que se trata Another Fisherman’s Tale?
É um jogo cujo gameplay se trata basicamente da resolução de puzzles pelo cenário, porém, faz isso de maneira muito criativa. Diria que a principal mecânica do jogo se dá pela capacidade de literalmente sermos desmembrados, e de poder utilizar estes membros destacados da maneira que a situação exige. Deu para entender?
Por exemplo, é possível separar a mão do Bob do corpo, e assim, realizar tarefas em locais que o corpo inteiro não seria capaz de adentrar. Ou então, caso a visualização do cenário esteja dificultada, é possível “jogar” a cabeça em um local de melhor visão, e controlar o corpo enquanto temos uma visão privilegiada.
Podemos controlar a mão do Bob no melhor estilo Família Addams, mas não para por aí. É possível trocar de membros, colocando alguns que fariam mais sentido em determinadas situações. Por exemplo, podemos trocas nossas mãos por um gancho, ou por uma pinça de caranguejo, entre outras coisas.
Muitas possibilidades
São vários os tipos de mecânicas disponíveis no jogo, tudo isso em um curto período, pois o jogo não é dos mais longos, sendo possível finalizá-lo em uma média de duas horas. Mas uma coisa que o jogo faz bem e que não é uma tarefa simples é fazer com que as mecânicas correspondam exatamente aos nossos movimentos.
Cada movimento, cada botão apertado, cada toque nos analógicos são perfeitamente identificados pelo jogo, e isso é muito impressionante. Apesar disso, requer um tempo para criar o costume, ainda mais quando temos algumas mudanças de perspectiva, mas com o tempo tudo se ajusta, como deve ser.
Cada uma das fases que passamos, novas mecânicas são apresentadas, o que faz com que a experiência se torne muito mais variada e menos cansativa. Os cenários também contribuem para isso pois cada uma das fases possui cenários únicos e distintos, mas que ainda assim estão em total sinergia com as mecânicas do jogo.
Um mundo mágico
Já que o tópico cenário foi citado, o jogo visualmente é bem simples e adota uma estética cartum que combina muito bem com o jogo. Mas é tudo realmente muito simples, o que não é um problema, mas algo que deve ser constatado. E isso também vale para os modelos que encontramos no jogo, sejam modelos de personagens como de objetos.
Com certeza isso decorre de uma limitação orçamentária, mas isso não tira o brilho do jogo, nem de longe. Poucos são os jogos de VR que conseguem passar esta sensação de mágica que Another Fisherman’s Tale passa. Os ambientes fantasiosos que este jogo apresenta cumprem bem o objetivo de nos manter imersos, é como se estivesse em um conto de fadas.
Uma história mágica
Mas se existe um ponto que me surpreendeu muito no jogo, se trata da sua história. Que. ao mesmo tempo que é divertida, é também sensível e bem pensada.
Como já citado, no jogo controlamos o Bob em sua jornada para encontrar Libertalia. Porém, a sua história é narrada por sua filha, que começa a ver com outros olhos as histórias que seu pai contava na sua infância.
E conforme vemos o decorrer da história, temos um bom desenvolvimento do Bob e dos outros personagens presentes no enredo. E toda a fantasia que o jogo mostra está inserida de maneira intrínseca na história, com algumas metáforas muito boas que não são visíveis ao primeiro momento, mas que se tornam bem explícitas no decorrer do jogo.
Vale a pena?
Another Fisherman’s Tale é daquele tipo de jogo que não promete nada, mas que entrega muita coisa. Foi uma experiência muito satisfatória, que não se tornou cansativa em nenhum momento. Os puzzles presentes no jogo adicionam uma camada de dificuldade, mas não o torna punitivo em nenhum momento.
Seu visual, apesar de simples, é mágico, e em conjunto com sua poética história, adiciona uma camada de imersão muito bem-vinda. Para aqueles que se interessaram, recomendo fortemente ingressar nesta aventura. Um ponto negativo, mas que é muito comum em jogos VR, é que o jogo está totalmente em inglês. Porém, é bem fácil de entender para aqueles que possuem um mínimo de conhecimento.
Another Fisherman’s Tale está disponível para PSVR2, Meta Quest 2 e todas as plataformas PC VR.
*Chave cedida pela empresa para review
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