Assassin’s Creed Mirage – Review

Assassin's Creed Mirage Review

Visto anteriormente em Assassin’s Creed Valhalla já como um oculto, Bbasim Ibn Is’haq está de volta, desta vez como o protagonista de Assassin’s Creed Mirage, este que iremos falar no review de hoje.

Antes de mais nada, gostaria de agradecer à Ubisoft Brasil por ceder ao Save State uma chave de review antecipada do jogo.

Observações: Vale notar que não iremos abordar aspectos narrativos de AC Mirage durante este texto. Mas, alguns recursos apresentados em capturas podem dar leves spoilers do que sua jornada pode ter. DETALHES DE ASSASSIN’S CREED VALHALLA SERÃO DESTACADOS!

A primeira aparição de Basim na franquia

Como dito anteriormente, Basim Ibn Is’haq já apareceu anteriormente na franquia, mais especificamente em Assassin’s Creed Valhalla.

Assassin’s Creed Valhalla, lançado em 2020, contou a história de Eivor e Sigurd, dois guerreiros vikings que decidiram sair da Noruega rumo à Inglaterra, em busca de um lugar para o seu clã.

Basim acabou conhecendo Sigurd em cerca de 870, enquanto ele estava realizando uma missão para os Ocultos em Constantinopla, junto de seu jovem aprendiz Hytham.

Basim e Sigurd então viajaram através de inúmeros reinos, investigando mistérios de uma civilização anciã, até que Basim descobre a verdade sobre Sigurd e Eivor.

Como descobrimos ainda em Assassin’s Creed Valhalla, Sigurd é a reencarnação de Tyr, e Eivor de Odin, o Pai de Todos. Por último, mas não menos importante, Basim é a reencarnação Isu de Loki, o Deus da Mentira.

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Uma nova abordagem ao mundo de Assassin’s Creed

Enquanto a trilogia Origins, Odyssey e Valhalla de Assassin’s Creed expandiu os seus mundos para algo em uma escala nunca antes vista, repletas de conteúdos opcionais a serem feitos, a abordagem de Assassin’s Creed Mirage é voltar à essência do passado.

A abordagem feita aqui é algo visando a nostalgia do que os jogos mais antigos da franquia trouxeram, visando principalmente o lançamento original da franquia, Assassin’s Creed, ou a amada trilogia Ezio. Para isso, a Ubisoft construiu o mundo da seguinte forma:

Contos de Bagdá

De forma parecida com os Eventos do Mundo de AC: Valhalla, os Contos de Bagdá trazem quests curtas onde você irá precisar ajudar outras pessoas das cidades.

Apesar dos Contos de Bagdá não aparecem fixamente no mapa, eles não são gerados aleatoriamente. Eles são contos com personagens diferentes, contendo cada um uma história e mesmo sendo secundários, são necessários para você fazer 100% em cada região do mapa.

Contratos

Os Contratos funcionam como algumas atividades opcionais que haviam em Assassin’s Creed Odyssey, onde você entrava em uma base ou esconderijo, eliminava os inimigos, resgatava alguém ou algo e saia.

São quests bem pequenas que além de um objetivo principal possui também outros opcionais que caso cumpridos, lhe darão uma recompensa um pouco maior no fim.

Pelos Contratos você irá conseguir alguns pontos de habilidades e Fichas de Favor, que iremos explicar logo abaixo.

Os Livros Perdidos

Em Assassin’s Creed Mirage há sete livros perdidos que você irá encontrar por toda Bagdá, sendo na maioria das vezes necessário resolver alguns puzzles.

Esses livros precisam ser devolvidos à Al-Jahiz, um famoso estudioso e escritor árabe que está situado na Casa da Sabedoria. As recompensas serão um traje, algumas dirrãs e Fichas de Favor.

Fragmentos Misteriosos

Os Fragmentos Misteriosos compõem a narrativa dos Isu, que apesar de nessa quest não ter nada relacionado a eles, você irá ganhar um equipamento completo dos Isu.

A história de Bagdá

Baseado no Códice dos primeiros jogos da franquia Assassin’s Creed, Mirage possui 66 locais onde você irá aprender mais sobre as pessoas, cultura, eventos históricos e muito mais de Bagdá.

Apesar de ser algo que foca em trazer conhecimento para o jogador, um traje, dessa vez sem atributos, também será dado ao jogador.

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Uma repaginação no gameplay

Não foi apenas o mundo de Assassin’s Creed Mirage que “renovou” em compensação aos lançamentos anteriores, mas também o próprio gameplay.

De fato a utilização de inúmeros assets dos jogos anteriores estão aqui, o que é uma pena. Mas, eles utilizaram de grande parte disso para repaginar o gameplay.

Há alguns grandes destaques no gameplay, que citamos logo abaixo:

Sistema de Furto

O sistema de furto está de volta, permitindo que você utilize as habilidades de ladino de Basim para furtar civis e soldados.

Ao furtar os inimigos, você irá conseguir itens importantes como chaves para abrir portas e baús, itens de quest, dirrãs, materiais, fichas de favor e os fragmentos misteriosos.

Sistema de Notoriedade

Algo que estava presente nos jogos da franquia Ezio finalmente voltou, e em sua melhor forma. Caso você seja pego cometendo algum ato ilegal como assassinar, roubar itens de baús ou furtar pessoas fará com que os civis chamem os guardas, ou os inimigos vão atrás de Basim.

Com isso, alguns pôsteres de procurados com o rosto de Basim serão colocados por toda Bagdá, e você poderá pagar através de Fichas de Favor para o Munadi limpar o seu nome, ou arrancar até três pôsteres para sair ileso.

Os níveis de notoriedade são classificados da seguinte forma:

Primeiro nível

Os civis irão reconhecer Basim pelas ruas e irão chamar os guardas indicando qual é a sua atual localização.

Segundo Nível

Os guardas ficarão mais atentos pelas ruas. Alguns arqueiros irão começar a patrulhar os telhados, e os civis irão lhe denunciar com mais frequência.

Também haverá ainda mais pôsteres de procurados pelas cidades, então será mais fácil de você ser detectado.

Terceiro Nível

O terceiro nível é sem sombra de dúvidas o mais difícil de todos. Enquanto você estiver neste nível o Guarda de Elite ‘Shakiriyya’ irá ficar procurando Basim. Ele é um inimigo que utiliza duas lâminas, ataca com alta velocidade e tem uma alta taxa de resistência, inclusive não morrendo por assassinato.

É claro que muitos outros pôsteres serão colocados por Bagdá, e os civis serão alertados ainda mais.

Captura @otaldomarcosh

As Fichas de Favor

As Fichas de Favor que foram adicionadas em Assassin’s Creed Mirage funciona como uma espécie de moeda que pode ser conquistada furtando os civis ou completando contratos por Bagdá.

Elas irão permitir que você use em um Munadi para reduzir o nível de notoriedade, utilizar em um musicista para atrair os guardas, pedir para mercenários atacar os guardas mais próximos ou um grupo de pessoas caminhar em sua companhia para você ficar entre as sombras.

Ela também será útil para conseguir persuadir personagens em busca de informações para as missões, e até mesmo abrir alguns baús com recursos extras.

Captura @otaldomarcosh

As oportunidades de assassinatos estão de volta!

Resgatando o que foi deixado para atrás em Assassin’s Creed Unity e Syndicate, as oportunidades de assassinatos estão de volta com a nova entrada da franquia, Mirage.

Apesar do jogo ser mais um storydriven do que um RPG, você terá acesso à locais de diferentes formas. Desde diferentes portas e janelas, entrando por baixo, por cima, com informações privilegiadas e muito mais.

Houveram missões em que eu simplesmente entrei atacando todos, outras eu subornei alguns personagens em troca de informações que me fossem úteis, ou então apenas mandei um grupo de mercenários atacar para que eu pudesse entrar sorrateiramente.

Tudo isso fez com que a magia que não estava mais em Assassin’s Creed voltasse, ainda mais com a clássica cena da pena, que também está disponível em cada eliminação de um dos líderes dos anciões.

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O combate continua igual Valhalla?

Um grande desejo da comunidade era um combate parecido com o que os jogos originais entregaram, e sinceramente? Não acho que isso aconteceu.

Houveram algumas mudanças nele, de fato, mas eu não vejo ele voltando as origens, de forma alguma. O combate continua sendo construído de forma tática, onde você pode mirar nos inimigos, atacar leve, forte, rolar/esquivar ou dar o parry no inimigo.

É claro que, sem sombra de dúvidas, o stealth está muito mais favorecido em Mirage. Não apenas por culpa da facilidade de eliminar os inimigos com apenas um hit, mas também porque todo o cenário é construído em volta da mecânica.

Mas como eu disse anteriormente, ainda há uma sensação de AC RPG aqui. Você ainda pode desbloquear novos equipamentos, espadas e adagas, melhorar os status com a utilização dos recursos e cada uma tem seus próprios atributos.

Se isso não for exatamente como a trilogia RPG já faz, eu acho que me esqueci do que realmente é a origem de Assassin’s Creed.

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A progressão de Assassin’s Creed Mirage é orgânica

Tentando resgatar a essência dos jogos originais da franquia Assassin’s Creed, Mirage pega um pouco das abordagens dos jogos mais antigos, e também dos atuais, e tenta construir uma progressão mais orgânica.

A progressão do jogo não é mais baseada em um loop de XP, e sim em storydriven. Ainda há uma espécie de dificuldade para cada região, mas elas são definidas através do seu rank atual de assassino, que classifica o poder atual de Basim.

Esse rank é subido automaticamente conforme você alcança alguns arcos específicos da campanha principal do jogo, dando ao jogador também alguns pontos de habilidades para que você possa desbloquear novas funcionalidades de gameplay ao Basim.

Com exceção dos Contos de Bagdá, que acabam sendo necessário serem descobertos pelo mapa, todo o conteúdo narrativo será exibido no quadro de investigação, onde você verá quais são seus próximos passos para cada próxima quest. Então, chega de inúmeras abas de quests e objetivos pipocando na sua tela.

Entretanto, é bom que fique claro, o jogo acabou acolhendo o feedback do público e deixou a aventura um pouco menos intuitiva, retirando a grande maioria dos pontos do mapa deixando a exploração mais orgânica. Então, na maioria das vezes, você precisará ir em busca de informações para conseguir encontrar o caminho que precisa seguir.

Bem, levando em consideração que a maioria gostou disso em Elden Ring e Zelda: TOTK, é de se presumir que o mesmo aconteça com Mirage, onde o que antes era opcional em Origins e Odyssey, agora vem ativado por padrão em Mirage. Particularmente, eu gosto mais do jeito ubi-like de ser.

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As habilidades de Basim são de um assassino nato

Se há algo que Assassin’s Creed precisava resgatar, e conseguiu com Mirage, foram as habilidades de um assassino.

Basim carrega com si cinco ferramentas stealth que podem ser melhoradas em três níveis, possuindo uma habilidade (que pode ser escolhida entre três) em cada desses níveis. Essas ferramentas são as facas de arremesso, bomba de fumaça, armadilha, zarabatana e o “fazedor de ruído”.

Essas habilidades são cruciais para a sua gameplay que como eu disse anteriormente, apesar de ter um combate muito parecido com a trilogia RPG, agora está instigando o jogador a utilizar muito mais do stealth.

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Assassin’s Creed voltou às raízes, mas as raízes não voltaram para Assassin’s Creed

Particularmente eu esperava muito mais de Assassin’s Creed Mirage. Como um bom fã da franquia, eu imaginava ver um combate ainda mais próximo do que era a trilogia Ezio.

Esperava ver boas cinemáticas como era em Unity e Syndicate, principalmente quando se trata de nomes históricos como Napoleão, um mapa que fosse mais enxuto e focado dentro da própria cidade, e não é isso que eu sinto com Assassin’s Creed Mirage.

Mirage conseguiu se distanciar de Valhalla, mas não acho que conseguiu se aproximar da origem da franquia. Ele não soube definir se era um jogo de mundo aberto com elementos RPG, ou um mundo mais enxuto com grande foco nas cidades.

Uma breve lembrança do início da era RPG

O tempo todo em Mirage eu me lembrava do que foi Assassin’s Creed Origins, eu cavalgando em cima de um camelo pelo deserto em busca dos “?” que eu precisava completar para chegar até o meu 100%. Isso não mudou muito em Mirage, apesar de não ter tantos indicativos no mapa, mas eu sinto que faltou refinamento.

O combate ficou na mediocridade do que seria um combate souls-like em casamento com a origem da franquia; Uma exploração que tenta agarrar o que Elden Ring fez com a indústria, mas mostrando que isso não serve para Assassin’s Creed; E é claro, um grande destaque para a falta de orçamento e uma tentativa de impor um jogo da franquia no ano fiscal com a premissa de “retorno às origens” para conseguir mais vendas para a franquia.

Se eu falar que não gostei de Mirage, eu estaria mentindo. O jogo tem uma interessante lore, isso é algo que a Ubisoft nunca peca. Mas, isso é entregue de maneira pífia ao jogador, apenas através de diálogos sem a profundidade que as cinemáticas do passado eram impostas. Sinto muita falta de como tudo isso era abordado de Syndicate para trás, assim como a exploração e combate também eram.

Apesar de amar Assassin’s Creed, eu sinto muito por quem estava empolgado com esse suposto retorno às origens, enquanto o principal projeto, intitulado de “Project Red” está para sair no ano que vem, com o real foco no RPG de grande escala.

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Vale a pena jogar Assassin’s Creed Mirage?

Eu amei cada minuto em que explorei Bagdá, mas isso não diminui os problemas que o jogo apresentou. Há problemas de mixagem de áudio, direção de cinemáticas, animações de combate, lipsync, dublagem e claro, expressões faciais.

Como um novo Assassin’s Creed focado em stealth, ele é ótimo. Como um novo grande jogo da franquia, ele é péssimo. E, como um retorno às origens, ele é horrível.

Eu sem sombra de dúvidas gostaria que, quem fosse fã da franquia, jogasse Mirage. Ele é um excelente jogo dentro da maneira com que ele foi desenvolvido. Mas não acho que ele abraça as origens, e muito menos o RPG.

Como eu disse, ele fica no meio termo. Quase que adotando uma nova roupagem para a franquia (e que se bem desenvolvida, pode funcionar muito bem).

Por se tratar de um lançamento com um preço mais contido, na faixa dos R$ 249,90, eu não descartaria a aquisição de Assassin’s Creed Mirage. Mas, segure suas expectativas, ele está longe de alcançar todas as suas promessas.

Assassin’s Creed Mirage chega em 5 de outubro para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series X/S. Essa review foi realizada com uma chave cedida pela Ubisoft Brasil!

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Fundador do Save State / Editor-Chefe da Nerds da Galáxia / Redator do Critical Hits e Trecobox. Cursando Bacharelado em Jornalismo. Amante do Mundo Aberto, Assassin's Creed, FIFA e mais,
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