A alguns anos atrás, com a aquisição da Activision Blizzard por parte da Microsoft, muito foi falado sobre a Sony PlayStation perder seu principal mascote, o Crash. Apesar de não estarem mais tão relacionados, como já foi no passado, o marsupial ainda é lembrado, principalmente aos fãs mais antigos da época, como um personagem muito marcante da história da marca.
Com o decorrer dos anos, houve diversas tentativas de criar um mascote novo, não que este fosse o objetivo, afinal a Sony partiu para um caminho diferente da Nintendo, por exemplo. Tivemos Sly Cooper, Jak and Dexter, Ratchet & Clank, Little Big Planet (Sackboy) e até mesmo o Knack. Mas aos poucos, estes jogos foram desaparecendo, até restar apenas o Ratchet entre nós (único desenvolvido totalmente pela PlaySation até hoje).
Porém, no início da geração, tivemos um case de sucesso meio que inesperado, e que vem conquistando seu espaço principalmente por sua consistência. Estamos falando do astro dessa nossa análise, literalmente o Astro. Tendo aparecido pela primeira vez em Astro Bot: Rescue Mission, exclusivamente para PSVR1, e mais recentemente em Astro’s Playroom, tech demo do controle dualsense do PS5.
Astro Bot
2024 tem sido um ano fraco para o PlayStation em termos de jogos produzidos no selo próprio, apesar de ter sido um ano muito bom em jogos terceiros. Recentemente tivemos o, quase certo, maior fracasso da história da Sony, Concord, um hero shooter GAAS (game as a service) que teve seus servidores encerrados em menos de duas semanas por falta de interesse do público.
E curiosamente, no mesmo dia em que seus servidores foram encerrados, chegou Astro Bot, que atualmente é o jogo (excluindo certas DLCs) mais bem avaliado do ano, e um dos mais bem avaliados da história, tendo por exemplo uma nota igual a God of War Ragnarok e superior a Final Fantasy VII Rebirth, segunda maior nota do ano.
E só esse fato já impressiona bastante, principalmente pelo fato deste jogo ter sido produzido por uma equipe de apenas 60 funcionários em um período de três anos (que, por mais incrível que pareça, hoje é um tempo curto). Posso desde já deixar claro que esse é um jogo de sucesso e de uma qualidade absurda.
Alguns podem até falar que a Nintendo faz isso a anos, é que não é nada especial. Mas para estes que falam tal coisa, os convido a dar uma simples pesquisada na quantidade de pessoas que trabalharam nestes jogos. Posso afirmar que não chegam perto de ser uma equipe pequena como a da Team Asobi, então creio que não adianta tentar tirar o mérito do jogo e da equipe.
Como o jogo funciona?
Bom, acabei me estendendo um pouco mais do que o necessário nessa introdução. Pois bem, vamos ao que realmente interessa, que é o jogo em si. Astro Bot é um jogo de aventura em terceira pessoa, do gênero plataforma, onde controlamos quem? Ele mesmo, o Astro.
Ele é um pequeno robô branco e azul, as cores do PlayStation, bem carismático, mas que para alguns pode não ser suficiente em termos de profundidade de personagem. Se tratarmos de profundidade, background ou coisas do tipo, de fato temos um personagem bem vazio, mas que, na minha opinião, funciona muito bem. Aliás, acho que não precisa de um aprofundamento neste caso, acredito que foi feito com esse pensamento, mas para um futuro jogo, acho que uma história de fundo cairia bem.
O jogo é em terceira pessoa, e de padrão, podemos golpear, dar um golpe giratório por meio de um carregamento no botão de golpear, podemos pular, planar e agarrar objetos. Bem simples, porém, este jogo possui algumas habilidades únicas em cada fase que fazem toda diferença.
Por exemplo, temos habilidade que nos permitem dar dash para frente, para cima, temos uma que nos transformam em uma bola de ferro, que nos permite golpear a longas distancias, que nos fazem diminuir o tamanho, entre outros. Essas habilidades tornam a jogabilidade muito diferente, evitando assim o cansaço ao jogá-lo.
No jogo, temos cinco galáxias para explorar (e uma secreta com fases mais desafiadoras), cada uma delas com algumas fases curtas, mas muito divertidas. Cada fase possui um bioma único que, novamente faz com que a experiência não se torne cansativa. Cada um desses universos possui um chefe e alguns mini chefes, que são bem divertidos por sinal.
Easter-eggs de respeito
Uma coisa muito legal que Astro’s Playroom trouxe para a franquia, foi a presença de robôs temáticos de diversas franquias que fizeram parte da história da PlayStation. Em Astro Bot estes robôs estão de volta, muito mais detalhados e com a presença de novas franquias, recentes e antigas, que trazem um charme a mais para o jogo.
Mas eles não são apenas estéticos, fazem parte da gameplay de forma bem profunda. Primeiramente pelo fato de que os chefes só podem ser acessados se tivermos determinada quantidade de robôs resgatados. Cada fase geralmente tem 7 deles escondidos, e procurá-los é muito divertido.
Alguns destes robôs tem um certo destaque no jogo, tendo fases temáticas dos jogos, que simulam os visuais e até mesmo a trilha sonora, com a cara do jogo obviamente. Essas fases são únicas, com uma gameplay totalmente diferente das fases comuns do jogo, e podem ser definidas simplesmente como especiais. Realmente, um dos pontos altos do jogo.
Podemos utilizar os robôs que resgatamos para nos ajudar a cumprir algumas tarefas numa espécie de base ou hub do jogo. A forma que eles interagem ao serem chamados é bem legal e muito bonitinho. Esse jogo é um prato cheio para crianças, e para nós adultos também.
Ao entrar em cada uma das fases, temos um pequeno período que controlamos o dualsense como uma forma de aeronave, e nele, temos a capacidade de ir para a direita e esquerda por meio do giroscópio do controle, e podemos também acelerar apertando os dois gatilhos.
Inclusive, assim como aconteceu com o Astro’s Playroom, em Astro Bot temos a melhor utilização das funções do dualsense. É simplesmente sacanagem de tão bom que foi a implementação dos gatilhos adaptáveis, feedback haptico, da saída de som, giroscópio, e até mesmo do microfone embutido no controle.
Tem uma história?
Bom, logo ao iniciarmos o jogo, conseguimos perceber que ele é uma sequência direta da tech demo gratuita que todos os compradores de PS5 tem. Caso não tenha jogado, recomendo bastante, mas caso queira seguir direto para Astro Bot, em Playroom nós conhecemos cada uma das partes do PS5 enquanto experimentamos os recursos do dualsense.
No Playroom, coletamos cada um dos consoles e acessórios da história da PlayStation e ao final do jogo, conseguimos o PS5. Dito isso, em Astro Bot, durante uma viagem espacial, damos de cara com um alienígena que destrói em PS5 em pedaços e os espalha pelas cinco galáxias do jogo.
Assim como as partes do console foram espalhadas, os robôs também, então nossa missão no jogo é recuperar cada uma das partes do PS5 e resgatar os robôs perdidos, que meio que são a nossa tripulação. E basicamente, essa é a história do jogo em si. Bem simples, mas suficiente para fazer o jogo funcionar.
Visual e trilha sonora
Na parte visual, não temos um jogo com gráfico realista como vemos em vários jogos da PlayStation, temos aqui um jogo com um visual bem simples, mas extremamente carismático. Mas nem de longe esse jogo pode ser definido como feio, muito pelo contrário, é um dos jogos mais bonitinhos que já vi.
O Astro’s Playroom já tinha um visual muito bem-produzido na época, e ao jogarmos Astro Bot, aparentemente é o mesmo gráfico. Porém, se compararmos um jogo ao outro, é mais do que perceptível o quanto esse jogo melhorou graficamente falando. E é aí que o simples desaparece e percebemos que o visual do jogo é realmente muito bom.
E se o jogo não possui um gráfico muito realista, os desenvolvedores escolheram aplicar seus esforços em tornar a física do jogo a mais realista possível. E eles atingiram um patamar muito absurdo, pois as físicas nesse jogo são impressionantes. E elas reagem ao nosso personagem e aos cenários de forma muito realista, mesmo que com um visual bem cartoon.
E a parte que realmente é impressionante é o fato de o jogo rodar em 4K dinâmico fixado em 60 fps sem quedas, de acordo com a Digital Foundry. O jogo possui uma performance absurda e saiu sem a necessidade de um patch para corrigir problemas, e isso é uma coisa muito rara hoje me dia, a Team Asobi realmente merece os méritos.
Assim como o jogo arrasa no seu visual, na parte sonora ele não perde em nada também. A física é muito realista e a parte sonora que vem com ela contribui para que ela seja ainda mais impressionante. E o som saindo no controle nos traz uma imersão ainda maior no jogo e em tudo que interagimos nele.
Nas músicas, o jogo vai muito bem também, com composições bem características da trilha sonora da franquia, mas com boas novidades também. Lembra que comentei que temos fases temáticas de outros jogos? Nessas fases, temos uma trilha sonora igualmente temática, mas com um toque especial dos sons característicos do jogo, e o resultado foi simplesmente incrível.
Varedito
A experiência de jogar Astro Bot foi simplesmente incrível, e se existe uma palavra que pode definir o jogo é diversão. Esse jogo é isso, diversão do início ao fim, e além de divertir, ele é muito satisfatório, a física então, nem se fala… É um jogo curto, mas acredito que o tempo seja suficiente para não se tornar cansativo.
Astro Bot não é um jogo difícil, e isso faz com que qualquer pessoa seja capaz de jogá-lo, independentemente da idade. Alguns podem reclamar de o jogo não trazer desafios, e eu entendo, mas na minha opinião, o jogo da forma que está, é perfeito. É claro, sempre é possível achar pontos de melhoria, mas do jeito que o jogo saiu, está muito bom.
E já foram confirmadas DLCs gratuitas que adicionarão ainda mais conteúdos ao jogo. A minha experiência foi totalmente positiva, mas diz você! Já testou o jogo? O que achou? Pretende jogar? Diga nos comentários…
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