Attack on Titan VR: Unbreakable – Decepciona Mais do Que Impressiona

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Attack on Titan VR: Unbreakable chega ao Meta Quest 3 com a promessa de transportar os jogadores para o intenso mundo do anime, permitindo-lhes enfrentar os titãs de forma imersiva. No entanto, enquanto os primeiros minutos impressionam e capturam a escala intimidadora dos monstros, o jogo rapidamente se transforma em uma experiência monótona e mal acabada, com problemas técnicos e de design que ofuscam o que poderia ter sido um título memorável.

A Primeira Impressão é a Que Fica (Mas Não Por Muito Tempo)

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Logo de início, Attack on Titan VR acerta ao apresentar a escala colossal dos titãs. Graças à realidade virtual, a sensação de ser capturado por um deles e ser erguido em direção à sua boca é aterrorizante de uma forma que outros meios não conseguem replicar. A mecânica de movimentação, que utiliza ganchos duplos para impulsionar o jogador pelos prédios da cidade, é intuitiva e proporciona momentos iniciais de euforia, especialmente ao derrubar os primeiros titãs com cortes precisos no pescoço.

Contudo, essa empolgação é breve. Após as missões introdutórias, o jogo revela sua maior fraqueza: a repetitividade. A campanha se resume a um ciclo de missões genéricas, como derrotar um número fixo de titãs, alcançar checkpoints dentro de um limite de tempo, coletar suprimentos e defender edifícios de ondas de inimigos. Embora inicialmente divertidas, essas tarefas se tornam rapidamente previsíveis e cansativas.

Falta de Profundidade e Narrativa

Uma das grandes decepções de Attack on Titan VR é a ausência de uma narrativa envolvente. Para um universo rico em drama, política e relacionamentos complexos, é frustrante ver que o jogo não aproveita nenhum desses elementos. Em vez disso, a campanha é composta por missões desconectadas, sem história ou desenvolvimento significativo. Os personagens do anime, que poderiam ser usados para enriquecer a experiência, aparecem como manequins sem vida, com linhas de diálogo repetitivas que rapidamente perdem o impacto.

Problemas de Gameplay e Dificuldade Desequilibrada

O sistema de progressão também deixa a desejar. Em vez de introduzir mecânicas novas ou desafios criativos, o jogo apenas aumenta os requisitos de missão, como prolongar o tempo necessário para defender um edifício ou aumentar o número de titãs a serem derrotados. Missões de defesa, em particular, são frustrantes, já que um único titã pode destruir completamente a barra de vida do objetivo em poucos golpes, tornando a tarefa quase impossível.

Embora o combate inicial seja satisfatório, com movimentos acrobáticos e ataques precisos, ele não evolui o suficiente para sustentar o interesse ao longo da campanha. Além disso, a falta de polimento no gameplay torna algumas situações mais irritantes do que desafiadoras.

Gráficos e Apresentação

Visualmente, Attack on Titan VR decepciona até pelos padrões de jogos de realidade virtual. Com texturas de baixa resolução, prédios genéricos e ruas vazias, o mundo do jogo parece mais um título de N64 do que uma produção moderna. Mesmo considerando as limitações de hardware do Meta Quest 3, é difícil ignorar a diferença gritante entre este lançamento oficial e projetos feitos por fãs que utilizam motores gráficos mais avançados.

Conclusão

Attack on Titan VR: Unbreakable é uma oportunidade perdida. Apesar de um início promissor e da imersão proporcionada pela realidade virtual, o jogo falha em capturar a essência do universo de Attack on Titan. Com uma campanha rasa, gráficos ultrapassados e gameplay repetitivo, ele pouco entrega para justificar seu preço ou o tempo investido.

Para os fãs da série, o jogo pode oferecer alguns momentos de diversão inicial, mas mesmo esses são rapidamente ofuscados pelas suas inúmeras falhas. Se a ideia de enfrentar titãs em VR soa interessante, talvez seja melhor explorar projetos feitos por fãs ou esperar por um título mais polido e ambicioso.

Meus jogos favoritos são visual novels.