Black Myth Wukong traz uma jornada divertida e desafiadora – Review

Black Myth Wukong é facilmente um dos jogos mais aguardados dos últimos anos, não atoa, o jogo conseguiu vender pelo menos 10 milhões de cópias em pouco tempo. Um valor impressionante levando em consideração o fato de ser o primeiro jogo de console do estúdio que o desenvolveu, a Game Science.

E o fato dele ter vendido tanto tem como uma de suas principais razões o fato de ele sempre ter sido apresentado da forma mais impressionante possível. Quase sempre víamos uma gameplay muito “real” e consideravelmente extensa, que passava sempre uma confiança bem grande para o público. Nem mesmo algumas polêmicas puderam tirar o brilho dele.

Inicialmente não me interessei tanto pelo jogo, pois, como já falei algumas vezes em textos anteriores, não sou muito fã de jogos soulslike, Black Myth Wukong sempre me passou essa impressão. Mas chegando mais perto do lançamento, comecei a me interessar um pouco mais e decidi pedi-lo para análise.

Não foi dessa vez que recebemos um jogo deste estúdio, quem sabe no próximo? Mas como sempre, a Nuuvem veio e nos deu uma força gigantesca e finalmente pude colocar as mãos neste jogo. Mas será que ele atendeu minhas expectativas? Bom, é sobre isso que vamos falar nesta análise.

Soulslike?

Repetindo, meu maior receio foi que Black Myth Wukong fosse mais um do, cada vez mais extenso, gênero soulslike. Confesso ter ficado um pouco mais aliviado quando o estúdio do jogo disse que este jogo não se encaixaria neste gênero, mas é muito fácil perceber que ele tem uma grande influência por aqui.

Se levarmos em consideração os jogos do gênero existentes, os jogos da From Software de forma mais específica, creio que este possa se comparar principalmente ao Sekiro. Já entrando na gameplay, Black Myth Wukong se caracteriza por combates mais rápidos e dinâmicos.

Não existe um botão de defender, por exemplo. Para sobrevivermos as lutas, temos sempre que calcular o momento exato para desviar dos golpes dos inimigos. É muito importante aprender o moveset dos inimigos para desviar dos ataques na hora certa e, assim, contra-atacá-los.

E isso é importante, pois se tem uma coisa que este jogo é parecido com os soulslikes, é a sua dificuldade. Não sou a pessoa mais identificada com o gênero, mas ouvi de pessoas com maior conhecimento do gênero que este jogo é comparável a alguns jogos, apesar de ser um pouco mais fácil. E é nesses momentos que lembro o porquê de não curtir os jogos desse tipo.

Nem é pela dificuldade, mas tenho um certo problema neurológico que infelizmente ativa quando passo por momentos de estresse elevado, o que quase sempre ocorre comigo em jogos do tipo. Em grande parte do jogo, agora falando do Wukong, as batalhas, inclusive contra bosses, são bem fáceis. Mas existem algumas que costumam ser bem complicadas.

Boss Rush

Voltando a falar sobre a forma que este jogo foi apresentado, sempre víamos batalhas incríveis contra chefes que faziam os olhos brilharem. E sempre era uma totalmente diferente, mas igualmente impressionante. E vendo esses vídeos, vinha a ideia de que este talvez seja um daqueles jogos que vamos de chefe em chefe até o final.

Bom, em Black Myth Wukong temos alguns inimigos mais fáceis no decorrer das fases, os chamados “mobs”, que quase sempre são bem fracos e fáceis de derrotar. Porém, eles são muito importantes, pois é deles que conseguimos grande parte do XP que utilizamos para melhorar nossas habilidades por meio de uma árvore consideravelmente complexa.

E apesar de grande parte deles serem fracos e fáceis de derrotar, existem alguns que são bem mais fortes e que, se não tomar o cuidado necessário, vão acabar com seu progresso em poucos segundos. Mas passando destes inimigos, é basicamente um boss rush.

Lembro de em determinado momento da divulgação do jogo, os desenvolvedores terem dito que teríamos mais de oitenta batalhas contra chefes neste jogo. E eles não mentiram. Temos muitas batalhas por aqui, desde aquelas que fazem a história correr e até aquelas que seriam opcionais. Em geral, as batalhas da história são mais difíceis, na minha opinião, mas tem alguns opcionais que vão te dar bastante trabalho, até mesmo no início do jogo.

O que podemos fazer no jogo?

Em termos de gameplay, temos uma jogabilidade bem parecida com os jogos hack’n’slash, mas neste jogo não dá para simplesmente sair apertando botões aleatoriamente. De base, temos ataques fracos, mais rápidos, e pesados, que precisam de alguns segundos para serem carregados totalmente. É até possível usar um golpe pesado sem carregá-lo por completo, mas o dano seria menor.

Conforme dito anteriormente, não temos um botão de defender, então é necessário desviar do máximo de ataques possíveis para sobrevivermos as lutas. Se realizarmos o desvio no momento exato, o tempo diminui rapidamente, possibilitando pensar melhor em qual será o próximo passo.

Por meio do L2 (no PlayStation, que foi onde jogamos), giramos nosso bastão, o que permite aparar os ataques de flexas. Já quando seguramos o R2, podemos utilizar diversas magias ao pressionar um dos quatro botões (quadrado, triangulo, x e bola), inclusive, podemos utilizar alguns itens consumíveis se utilizarmos os direcionais ao invés dos botões citados.

Vale a pena citar algumas habilidades especiais que são bem interessantes, como uma que congela os inimigos, nos permitindo dar golpes devastadores. Temos uma bem interessante também que nos permite utilizar um “jutso clone das sombras”, criando vários clones do nosso personagem que nos ajuda nos combates.

Mas de longe, a habilidade mais impressionante é aquela que nos permite nos transformar em alguns dos inimigos que enfrentamos no jogo. Quando utilizamos essas habilidades, uma nova barra de vida e de vigor aparecem. As habilidades, quando utilizadas, gastam nossa barra de magia.

Além disso, ao pressionar o L1, utilizamos o nosso Porongo, que tem um líquido que nos cura ao ser ingerido. Além de tudo o que foi citado, podemos correr, pular e interagir com alguns NPCs que encontramos nos mapas. É uma boa jogabilidade, porém, sinto que em diversos momentos o jogo não é muito responsivo. Acabei morrendo algumas vezes pelo fato de ter apertado determinado botão e a ação dele não ter sido realizada.

Mais um mundo aberto?

E a resposta é não, este não é um jogo mundo aberto, porém isto está longe de ser um problema, mas tem alguns pontos que podem ser melhorados. Este jogo é um daqueles famosos jogos de corredores, onde quase sempre andamos apenas para frente por um longo tempo até a fase terminar.

Porém, algumas fases oferecem um certo grau de exploração que é muito bem-vindo. E é nessa exploração que encontramos diversos itens que melhoram o nosso personagem, como também encontramos os diversos inimigos opcionais que Black Myth Wukong oferece.

Porém, um ponto em que o jogo tem muito a melhorar é como o jogo nos mostra o caminho, apesar de ser bem direto. O que quero dizer com isso? Bom, o jogo usa e abusa daquele velho e conhecido recurso que chamamos de parede invisível.

O negócio é que neste jogo, elas se encontram em lugares que parecem totalmente possível de serem acessados. E o contrário também acontece, pois em diversos momentos, damos de cara com locais que não parecem acessíveis e que na verdade são. É um problema de game design que pode ser melhorado em futuros conteúdos do jogo ou até mesmo no próximo jogo do estúdio.

Um vislumbre visual

Uma das coisas que mais impressionava nos anúncios do jogo, era o seu visual. Como disse, joguei Black Myth Wukong no PS5, tanto no modo de qualidade quanto no modo de performance (existe um terceiro modo, mais equilibrado, mas não o testei tanto). Independente do modo que for testado, o jogo é muito bonito, mas para mim, longe de ser tão impressionante como pareceu ser.

Testei o jogo também no meu PC, que é consideravelmente mais poderoso que o PS5, e nele o jogo fica realmente impressionante, mas também bem pesado. Inclusive no PlayStation, pois independente do modo de jogo que escolha, é bem perceptível que o jogo possui diversos problemas de performance, principalmente queda de quadros.

As texturas estão muito boas, os efeitos de iluminação, os cenários são muito bem desenhados, tudo muito bonito. Mas se tem algo que impressiona neste jogo, são as animações. Temos alguns chefes que são muito bem animados, e quando passamos de um capítulo, o jogo apresenta uma cutscene simplesmente maravilhosa, cada uma com um tipo de animação diferente.

Valeu a pena?

Bom, se você espera um jogo desafiador, com uma gameplay muito divertida e extensa, Black Myth Wukong é o jogo certo. Temos uma história também, mais é mais recomendável pesquisar sobre antes de jogar, pois o jogo não explica muito bem tudo aquilo que está acontecendo em tela.

Novamente, gostaria de agradecer a Nuuvem por nos ter cedido uma chave do jogo, foi uma experiência bem memorável. A duração do jogo varia de pessoa para pessoa, mas creio que vai precisar de pelo menos umas 33 horas para finalizar os 6 capítulos que o jogo tem.

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