Desde já, quero deixar claro que este não era um jogo que estava aguardando, na real, nem sabia da existência deste jogo. Porém, o destino o colocou no meu caminho e tive a oportunidade de testá-lo antes de seu lançamento. Mas não entendam o título mal, o jogo não é tão ruim quanto parece.
Eternal Strands um jogo de ação e aventura em terceira pessoa com uma temática medieval (quase mitológica) e alguns elementos de RPG. Desenvolvido pela Yellow Brick, um estúdio que, pelo que soube, tem ex-membros do estúdio da Ubisoft que desenvolveu Immortals Fenyx Rising (vulgo estúdio que desenvolveu Assassin’s Creed Odyssey, o meu favorito desta linha mais RPG). Ao saber disso, fiquei um pouco mais interessado, mas o resultado vocês já sabem, né?

Sucessor espiritual
Conforme dito mais acima, este é um jogo de ação e aventura em terceira pessoa, focado no combate corpo a corpo e na utilização de magias para derrotar os inimigos. Eternal Strands possui um foco bem grande na exploração de seus mapas, se tornando até mesmo repetitivo neste sentido, mas falarei melhor mais à frente.
O jogo é bem parecido com o Immortals, porém, sem o mundo aberto e sem a exorbitante quantidade de puzzles que o jogo possuía. Na época que joguei, a quantidade de puzzles acabou me fazendo perder o interesse no jogo e dropando. Mas olhando agora para Eternal Strands, talvez esse seja um ponto que, se estivesse presente aqui, talvez fizesse alguma diferença.

Um combate interessante
O combate do jogo até que é legalzinho, nós podemos alternar entre 3 armas: Escudo (que acompanha uma espada comum), arco (que ao dar golpes corpo a corpo, damos apenas um chute que empurra os adversários) e uma arma de duas mãos, que dá golpes mais poderosos, porém, mais lentos. Mas além destes golpes normais, temos diversas magias para se utilizar.
Este jogo possui também uma certa inspiração em jogos como Shadow of The Colossus, pois nele, enfrentamos diversos inimigos gigantescos. E para lidar com eles, precisamos escalá-los (inclusive, todo o mapa acessível é escalável) e acertar seus pontos fracos (geralmente retirar partes de armaduras) e assim causar dano de verdade. Quase todos os inimigos grandes são divididos em pedaços, e cada pedaço tem uma “vida”, quando ela acaba, o dano causado nele diminui bastante, e nessa hora precisamos começar a atacar outra parte do corpo.
Voltando as magias, elas são parte muito importante do combate, pois facilita bastante em alguns casos. O combate não é dos mais fáceis, apesar de simples, se não evoluir o seu personagem e suas armas frequentemente, a morte é certa. E morrer neste jogo não é legal, pois podemos ficar apenas com três itens do inventário ao morrer. E por isso as magias são uma mão na roda.

Boa gama de magias
Nós utilizamos um item mágico chamado “o Manto”, um adereço mágico que nos permite canalizar magia e converter ela em três elementos distintos: gelo, chamas e telecinese. Ao derrotar alguns inimigos, coletamos uma espécie de fio (muitas coisas do jogo estão relacionadas a tear), e por meio deles, liberamos novas magias. Existem uma boa quantidade de poderes, mas todos eles são variações dos elementos citados acima.
Algumas magias permanecem no cenário por um tempo considerado, como acontece quando congelamos o ar ou colocamos fogo nas coisas. E nesses casos, temos que ficar de olho pois nós também sofremos dano das magias que conjuramos. Por exemplo, o fogo se alastra pelo mapa (de forma bem caricata, diga-se de passagem), podendo causar danos continuamente.
Outra coisa legal em relação as magias é o fato delas reagirem uma as outras, por exemplo, podemos utilizar o fogo para derreter o gelo, assim como podemos utilizar o gelo para combater o fogo. E quando geramos o gelo, podemos utilizar a telecinese para pegar as pedras de gelo e arremessar nos inimigos. Uma interação bem legal, mesmo que simples.

Exploração bem cansativa
Outro ponto principal no jogo é a exploração, e esse é o ponto que mais nos leva a avançar na história, seja positiva e negativamente. O jogo é dividido em diversos mapas, que possuem outros diversos mapas dentro de si, cada um com uma tela de loading dividindo-os. E nossas missões sempre têm um pouco a ver com a exploração deles, e é o ponto mais fraco do jogo para mim.
Eternal Strands tem um sistema de missões que é até interessante, mas que se prende a uma repetição que acaba fazendo o jogo perder o brilho. Geralmente temos uma missão principal, que precisa da conclusão de outras pequenas missões para que seja possível concluí-las.

Por exemplo, no início do jogo existe uma missão no qual precisamos acessar a prefeitura de uma cidade congelada, porém, ao entrar no gelo, sofremos um dano contínuo que nos impede de concluir a missão. Para isso, precisamos concluir outras missões “secundárias” para conseguir habilidades que nos permita concluir a missão principal.
Uma ideia até interessante, se não fosse repetida diversas vezes. Sempre é o mesmo padrão de missões: vá para o mapa “x” para encontrar o item “x”, ou “Missão y: cumpra as missões w, z, f”. É sempre uma repetição de missões, e apesar de descobrirmos novos e diferentes mapas, a repetição acaba por fazer o jogo em geral ser um pouco sem graça.

Existe história?
A resposta é sim, porém, não espere muita coisa relacionada a esta parte do jogo. Nela, controlamos a Brynn, uma protagonista até que carismática, uma tecelã destemida, cujo objetivo é reaver o lar cultural do seu povo. Como disse mais acima, ela porta o Manto, o que concede habilidades poderosas e um arsenal de armas bem grande. Infelizmente, a história não vai muito além disso.
Temos uma equipe bem grande, e cada um dos personagens tem um papel bem definido na história e na gameplay. Existe uma espécie de quartel general, safe zone, ou coisa do tipo, onde podemos interagir com cada um dos personagens, e eles nos possibilitam upgrades em diversas partes da gameplay. E, com os itens que coletamos nas expedições, podemos realizar upgrades nas bases destes personagens, o que libera mais melhorias para a Brynn.

Diálogos precários
O jogo possui um sistema um ciclo de dia e noite, mas não é dinâmico. O tempo passa justamente quando vamos para esta base. Mas a história tem um problema grave, na minha opinião. A quantidade de diálogos. O que não necessariamente é um problema, mas em Eternal Strands, temos infinitos diálogos mortos. Chegou em um ponto que queria simplesmente pular todos os diálogos.
Temos algumas cutscenes mais trabalhadas, rodando em tempo real, que são bonitas até, porém, ocorrem em uma quantidade de vezes quase irrisória. No geral, são sempre imagens estáticas dos personagens do diálogo com uma quantidade infinita de palavras na tela. Realmente, um ponto muito negativo, para mim.

Como é a parte técnica?
Visualmente, Eternal Strands traz um misto de emoções, pois é um jogo bonito, é só ver as fotos que coloquei nesta análise, porém, em alguns pontos, o jogo peca um pouco. Os cenários do jogo são, sem sombra de dúvidas, o ponto forte por aqui. Existe uma grande variedade de cenários, e são cenários quase que vivos, pois seus elementos interferem na gameplay, como por exemplo, ficamos mais lentos quando lutamos na água.
Enfrentamos uma grande variedade de inimigos, mas a qualidade de modelagem dos cenários não se reflete muito na qualidade de modelagem dos inimigos que enfrentamos. Não são inimigos muito criativos, porém, também não são modelos que incomodam pelo nível de modelagem. Todo o visual do jogo é bem estilizado, seguindo uma linha mais cartoon, exatamente como em Immortals Fenyx Rising.

Afinal, vale a pena?
Como disse no título, não esperava muita coisa de Eternal Strands, e o que recebi é bem condizente com isso. Não existe nenhum ponto que faça o jogo se destacar em relação a outros jogos do mercado, porém, é um jogo que tem qualidades e se defeito pode ser justificado apenas por falta de orçamento.
A história praticamente não existe, para mim, a exploração é boa mas nada demais (quando não é repetitiva) e o combate é até que interessante. Eternal Strands é um bom jogo, mas que não se esforçou muito para sair deste status mediano. Alias, o jogo possui uma taxa de quadros melhorada no PS5 Pro, o que é em si um ponto muito bom.
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