Final Fantasy é uma das mais tradicionais franquias de RPG orientais, e uma das poucas que faz muito sucesso entre o público geral globalmente, marcada pela presença de elementos característicos dos quais se tornaram marca registrada da franquia.
Recentemente tivemos a primeira parte do remake de Final Fantasy VII, um dos jogos mais amados da franquia, que chegou exclusivamente no PlayStation 4, e que sua segunda parte chega no ano que vem, novamente, de forma exclusiva no PlayStation 5.
Mas apesar de a franquia estar bem ativa, com rumores, inclusive, de novos remakes, faz sete anos desde o último jogo numerado da franquia. Lá em 2016, Final Fantasy XV foi um sucesso imediato, sendo vendidas 5 milhões de cópias na primeira semana distribuídas em todas as plataformas disponíveis na época.
E apesar do sucesso, muitos dos fãs mais puristas reclamaram das mudanças que o jogo trazia, além de outras polêmicas como o fato de o jogo ter saído incompleto. Mas essa reclamação das mudanças é algo recorrente na franquia, que tem ocorrido com todos os jogos lançados, inclusive o remake do Final Fantasy VII. E com Final Fantasy XVI, não acontece diferente.
Desta vez, a franquia passou a se declarar assumidamente action RPG, puxando uma grande influência de franquias como Devil May Cry, Dragon’s Dogma e Tales of. E de fato, dando uma primeira olhada, é nítida a diferença comparada com os jogos anteriores, e na minha opinião, esta mudança é mais do que bem-vinda.
Esmagar botões com estilo
Aposto que você já ouviu por aí que o jogo se trata apenas de apertar o quadrado infinitamente, e até é assim, se você deixar todas as opções de acessibilidade ativadas. Agora, se for jogar no modo com foco na ação, o jogo se transforma de maneira absurda. São diversos os comandos que podemos dar, como ataque de curta e longa distância, pulo, desvio e uma ação especial como dash por exemplo.
Até aí, nada que outro jogo que tenha combate não tenha feito, não é? Mas como dito acima, o jogo tem uma grande inspiração em Devil May Cry, e com isso, vem uma gama absurda de combos que criam diversos tipos de ataques diferentes. Os combos vão desde ações mais simples como apertar dois botões juntos, até combos mais complexos. E nestes combos, usamos literalmente todos os botões disponíveis no dualsense padrão.
Esse uso de combos já faz com que o jogo tenha um combate bem variado, mas não para por aí. Conforme avançamos no jogo, vamos adquirindo habilidades de diferentes Eikons (as famosas summons da franquia). Cada Eikon tem seu elemento único, e com cada elemento, temos acesso a novos golpes e habilidades, assim como os combos se adaptam a estes elementos.
É um combate muito variado, e extremamente personalizável, principalmente pelo fato de não ser possível ter todos os elementos disponíveis a todo tempo. Então é necessário ao jogador escolher qual elemento mais se adapta e assim, evoluir.
Muitas possibilidades de combate
Cada um desses elementos possui uma árvore de habilidades única, com habilidades bem características, além de uma árvore maior destinada ao Eikon principal do personagem. As habilidades podem ser adquiridas por meio de Pontos de Habilidade, conhecidos como AP para fãs de mais longa data. Estes pontos podem ser adquiridos ao finalizar as batalhas.
Porém, como disse, o jogo tem uma influência de Dragon’s Dogma, que é bem diferente de Devil May Cry. Esta influência se dá principalmente pelo uso de magias visualmente incríveis no combate, tanto por parte do protagonista como por parte dos aliados da party.
Inclusive, a party está presente no jogo assim como ocorre em todos os jogos da franquia, com diversos personagens que podem ser visualizados no menu, onde fica visível os personagens inclusos na party no momento do jogo. Mas voltando ao combate…
Toda a tela é coberta de partículas e cores, dando um espetáculo visual ao combate, e conforme as habilidades são evoluídas, elas ficam ainda mais impressionantes visualmente. As habilidades, ao serem usadas, requerem algum tempo para serem recarregadas e assim ficarem disponíveis para uso novamente.
As influências de Dragon’s Dogma e Devil May Cry são bem óbvias, e isso não é problema algum visto que ambos os jogos compartilham o mesmo designer de combate de Final Fantasy XVI. É um dos combates mais divertidos, prazerosos e viciantes que já tive o privilégio de jogar. Mas ainda tem um outro jogo que exerce grande influência no jogo…
Um combate de proporções épicas
Um jogo ocidental que marcou época e que ainda exerce muita influência no mundo dos jogos é o God of War, que exerce também influência em Final Fantasy. E essa influência é percebida de algumas formas. A primeira e mais óbvia é que, em determinado momento do jogo, liberamos um “modo fúria”, muito semelhante a Fúria Espartana presente nos jogos da Sony.
Outra coisa bem óbvia é a presença de combos, que também pode ser vista em Devil May Cry. O jogo também é bem mais violento do que a série costumava ter, mas tem uma coisa que a franquia God of War fazia muito bem e que Final Fantasy XVI faz tão bem quanto, talvez até melhor: combates de proporções gigantescas.
Enfrentar inimigos gigantes não é uma novidade na franquia, prova disso é a batalha contra a Adamantuga no Final Fantasy XV, onde batemos literalmente na unha do inimigo. Em muitos momentos, o mesmo ocorria em God of War, porém, tínhamos algumas cenas de combate nestas proporções que eram incríveis. Os GOW de 2018 e Ragnarok continuaram esse legado trazendo também batalhas absurdas.
Mas na minha opinião, Final Fantasy XVI vai além e traz batalhas que eu nunca tinha visto no mundo dos games. Poucos são os jogos capazes de trazer momentos que impressionam de fato. Lembro de alguns momentos de Uncharted com aquelas cenas de ação impressionantes, ou a batalha final de Horizon Forbidden West Burning Shores ou até mesmo as trocas de dimensão instantâneas de Ratchet & Clank Rift Apart e o combate em alta velocidade de Star Wars Jedi Survivor.
Porém, nestes jogos citados, se trata de cenas/momentos específicos dos jogos, mas em FFXVI, temos uma batalha incrivelmente épica e gigantesca. Depois, temos outra ainda mais épica e ainda maior, e depois outra, e assim por diante. As batalhas, em especial as dos Eikons, são batalhas que precisam ser estudadas de tão impressionantes que são.
Batalhas onde temos o controle de verdade
E apesar de os trailers darem a impressão de que seriam lutas lentas e cheias de QTE, na prática, são tão dinâmicas quanto as batalhas “normais”, porém, ainda mais gigantes e visualmente deslumbrantes. Quero muito que outros jogos se inspirem nestes combates e que evoluam ainda mais, assim como acho que este combate tem uma forte inspiração nos combates das Bijuus de Naruto.
O combate não é nem perto de ser simplesmente esmagar o quadrado, tem uma grande gama de variações, estilos, isto sem contar nos inimigos… Falando em inimigos, assim como nos jogos anteriores da franquia, temos uma infinidade de diferentes tipos de inimigos.
Assim como Clive, o protagonista, tem uma grande quantidade de tipos de ataques e habilidades, o mesmo pode ser dito dos inimigos presentes no jogo. São inúmeros os tipos de inimigos, de diversos tamanhos, estilos e variações. Cada um possui alguns ataques bem únicos e requerem diferentes estratégias de combate.
Um desafio para aqueles que o buscam
Estas diferentes estratégias geram o que? Exatamente aquilo que o jogo mais tem, variedade. Além destes combates que temos no decorrer da história, por meio das caçadas, podemos encontrar alguns inimigos únicos e de poder bem superior aos que são encontrados de maneira mais corriqueiras. Estes inimigos geram um nível de desafio bem mais elevado.
Ainda não é desafio suficiente? Então, ainda é possível rejogar o jogo na dificuldade “Final Fantasy”, que além de tornar os inimigos mais poderosos, com mais habilidades, ainda são incluídos novos inimigos e novas variações. Além de que o nível máximo do personagem principal dobra e é possível desbloquear a lendárias Ultima Blade.
Final Fantasy XVI não é um jogo curto, vai render pelo menos 35 horas se focar apenas na história, porém, o combate é tão divertido (até mesmo viciante) que em nenhum momento o jogo se torna cansativo. Mas ele se estrutura de outras maneiras além do seu combate maravilhoso, uma delas é aquela que mais atrai fãs para a franquia…
[Possíveis spoilers do jogo, mas nada além do que já foi mostrado nos trailers do jogo]
Uma história digna de um Final Fantasy
Dos melhores aos piores jogos da franquia, uma coisa que é certa no jogo, é uma história bem escrita e cheia de camadas. A história pode até não agradar a todos os públicos, mas sempre tem uma atenção invejável que possibilita entregar diversos momento lindos, felizes, tristes, emocionantes, capazes de nos tocar.
Cada Final Fantasy numerado possui uma história e universo totalmente único, o que possibilita por exemplo uma pessoa começar a jogar pelo décimo sexto jogo sem nenhum problema. Apesar de ser um úniverso único, algumas temáticas e elementos estão sempre presentes, como cristais, personagens icônicos, inimigos memoráveis e uma história de luta contra o destino.
Novamente, temos uma história marcante para uma já marcante franquia. Desta vez acompanhamos Clive Rosfield, um dos príncipes do reino de Rosaria, escuto do herdeiro do trono, seu irmão Joshua Rosfield. Novamente, após muito tempo, Final Fantasy retorna a um ambiente mais medieval e fantasioso.
O jogo se passa em Valisthea, um continente cuja magia está presente na vida de todas as pessoas. As pessoas tem acesso a magia por meio dos famosos cristais, uma das marcas registradas da franquia, e estes cristais são alimentados pela magia dos cristais mater, cristais do tamanho de montanhas que alimentam toda a magia do continente.
Um novo mundo de magia
Porém, essas grandes concentrações de magia são alvos de cobiça, e por conta disso, os cristais mater são localizados próximos a outros reinos. Se no combate, temos uma clara inspiração em alguns outros jogos, na história, temos novamente algumas inspirações bem perceptíveis. Uma destas inspirações e em Game of Thrones.
Assim como na série de sucesso da HBO, temos diversos reinos aqui, cada um deles bem característicos, seja em sua aparência ou em sua cultura, e todos eles buscando apenas o melhor para si. Cada reino possui seu rei, e cada reino está em uma constante batalha para ter mais poder e expandir seu território.
Novamente, como em GOT, a história nos apresente a cada um dos reinos de forma bem profunda, assim como as figuras que os compõem. Além disso, assim como em GOT, vemos as crueldades que as pessoas, em busca de poder e dominância, são capazes de fazer. Vemos intrigas, traições, guerras e tudo o que uma boa história medieval pode trazer.
Mas não é apenas em GOT que Final Fantasy XVI se inspira, temos também alguns produtos de entretenimento orientais que exercem bastante influência na história de FFXVI. Ao jogar, vi claramente algumas semelhanças (muito bem-vindas) com algumas franquias como Attack on Titan, Naruto e até mesmo Godzilla.
Poder sem limites
Neste universo dominado por reis, existem algumas armas cujo poder não tem limites: os Eikons. É na forma dos Eikons que são introduzidas as famosas summons de Final Fantasy, porém, neste jogo, os personagens não apenas invocam estes seres, eles se transformam.
As pessoas capazes de se transformarem nos Eikons são chamadas de dominantes, e cada um deles está (ironicamente) em posse de cada um dos reinos. É como se fosse a carta trunfo de cada um dos reinos. E por estarem em guerra, isso possibilita que vejamos (graças a Deus) os intensos e grandiosos confrontos entre os Eikons.
Então, veremos Shiva, Phoenix, Ifrit, Odin, Ramuh, Titan, Garuda e Bahamut por meio destes dominantes. Senti falta apenas do Leviathan, que é citado no jogo, mas que não dá as caras, infelizmente. Talvez em uma DLC? Clive, o protagonista, é o dominante de Ifrit, o até então desconhecido segundo Eikon de fogo.
Mas como não pode ser diferente na franquia, o personagem principal tem que ter algum trauma. Como citado anteriormente, Clive é o “escudo” do Joshua, seu irmão mais novo. Porém, na teoria, o primogênito que deveria ser o herdeiro do trono, não é mesmo? Porém, ao nascer, Clive não herdou os poderes de Phoenix, o Eikon do reino de Rosaria, que revela apenas para os membros da família real.
Joshua foi aquele escolhido pela Phoenix como dominante, e por isso, é o herdeiro do trono. Clive sempre tratou seu irmão de forma muito atenciosa, porém, sua mãe nunca o deu o devido valor por não ter sido capaz (ou escolhido) como o dominante do Eikon de fogo.
Porém, em determinado momento, as coisas se complicam, Joshua assume a sua forma de Phoenix e uma segunda Eikon de fogo aparece no local. É causado um choque inicial pois, como é possível ver nos trailers, a Phonix é derrotada e morta de forma brutal, coisa que não é muito comum de se ver na franquia. Este jogo está na faixa etária de 18 anos, acredito que seja a primeira vez na franquia.
Um ponto de virada…
Após este acontecimento, Clive é desertado e se torna um marcado, que é uma espécie de escravo daquele universo. Ele é designado para uma equipe marcados que realiza missões arriscadas e em uma delas, se encontra no meio de uma batalha entre a Shiva e o Titan. Sua missão era encontrar e eliminar a Shiva.
Porém, ao encontrar a dominante da Shiva, Clive descobre que Jill, sua antiga futura parceira, é a portadora da Eikon de gelo. Ele decide se rebelar contra a equipe de marcados restante e decide salvar a Jill, e neste ato, somos apresentados ao Cid, Eikon de Ramuh. E a partir disso, a história se desenrola.
É seguro dizer que, se acha que a história do jogo se resume aquilo que foi visto nos trailers, saiba que está totalmente errado. 80% de todo o conteúdo exibido nos trailers faz parte apenas das horas iniciais do jogo. A história toma rumos inesperados e é muito maior do que os trailers mostram.
Na sessão de combate, citei que o jogo possui algumas das melhores batalhas que já vi em toda a minha vida como jogador de videogames, e é esta história que possibilita estes momentos épicos. Assim como possibilita alguns momentos marcantes e emocionantes, da maneira que só um Final Fantasy sabe fazer.
Mas o que seria uma boa história sem bons personagens?
Já citei no decorrer desta análise alguns personagens como Clive, Joshua, Jill e Cid, mas existem muito mais personagens, e todos eles muito bons e bem escritos. Cada personagem tem sua própria história e é muito interessante ver o quanto eles evoluem no decorrer da história.
A história não se passa em um momento específico. Presenciamos anos de história, e com isso, vemos claramente a evolução dos personagens. E é tudo muito bem-feito, por exemplo, no início do jogo, conhecemos um personagem que naquele momento parecia muito secundário. Porém, com o avançar da história, ele vai ganhando um peso e uma importância que lá no início, nunca imaginaria que teria.
E isso não ocorre apenas uma vez, mas várias. O mais secundário dos NPCs, como por exemplo uma vendedora e ou ferreiro, consegue ganhar uma profundidade bem grande com o decorrer da história. E se os personagens secundários têm uma profundidade muito grande, os principais têm ainda mais.
É muito gratificante ver a evolução do personagem, tanto em sua personalidade quanto em sua aparência. E isso também vale para os outros personagens mais centrais. Além disso, é gratificante ver como evolui as relações que eles têm entre si e o peso que estas relações ganham. O jogo vai muito bem nesse sentido.
Vi reclamarem que o jogo tem muitos diálogos e cinemáticas, porém, Final Fantasy é isso e sempre foi. Todo este tempo gasto em diálogos é o responsável por dar todo esse poder que as relações e os personagens têm, e isso reflete diretamente em nós, jogadores. Por meio disso, podemos rir, chorar, nos emocionar, e é isso que faz uma história ser marcante como a de Final Fantasy XVI é.
O épico transmitido pelo audiovisual
A história e a jogabilidade são indiscutivelmente pontos altos de Final Fantasy XVI, mas tudo isso trabalha em conjunto de forma muito satisfatória pois temos um visual e uma sonoridade igualmente épicas, que faz tudo de bom ser elevado ainda mais em termos de qualidade. Primeiro, vamos falar sobre seu visual.
Através dos diversos trailers e conteúdos disponibilizados pela Square Enix através do tempo, tivemos a impressão de que o jogo teria gráficos medianos, abaixo de Final Fantasy VII Remake ou até mesmo de Final Fantasy XV. Mas ao finalmente ter acesso ao jogo, posso dizer com tranquilidade que o jogo manda muito bem nesse sentido.
O jogo não é perfeito nesse sentido, se tem algo que sinto que pode ser melhorado nesse sentido, são as expressões faciais ou pequenas animações que poderiam dar mais naturalidade aos movimentos do personagem, como acontecia em Final Fantasy XV. Porém, este é o único ponto negativo que eu consigo enxergar.
Alguns deslizes na performance…
É claro, não posso deixar de citar alguns problemas de performance apresentados no jogo, como a baixa taxa de quadros no modo desempenho. Além de que sofri alguns problemas de superaquecimento que me deram um medo, mas isso não abalou nem um pouco na minha experiência geral. Como costumo fazer, escolhi jogar no modo de qualidade, que está bem estável e recomendo jogar.
Uma parte que foi surpreendentemente boa foram os cenários do jogo. São diversos cenários, com ambientação variada, e que enchem os olhos. Tem um cenário em específico que é como uma floresta densa, e a quantidade de detalhes presentes neste cenário são absurdas, a forma como a luz passa pelas folhas e as texturas são excelentes.
Falando em texturas, existem diversos cenários com texturas em alta resolução que, novamente, enchem os olhos. E não só as texturas dos cenários impressionam, como também as texturas presentes nas roupas dos personagens. Cada parte tem uma textura que simula tecido, couro, metal, entre outros materiais, de forma muito realista. E a forma que as texturas reagem as iluminações são bem legais também.
Mas já que foi citado os modelos das roupas, os modelos dos personagens são igualmente bons. É claro que os personagens principais tiveram um carinho a mais na hora da modelagem, o que faz total sentido, mas os personagens secundários não fazem feio. Cada um personagem tem sai característica que os torna únicos.
Como já dito anteriormente, acompanhamos os personagens por um período razoavelmente longo de anos, e com isso, vemos como os personagens, de fato crescem no decorrer da história. É perceptível as mudanças nos traços dos personagens, mas essas mudanças são bem suaves, o que não faz com que incomode em nenhum momento e que seja bem verossimilhante.
Uma infinidade de inimigos
E não dá para deixar de citar os inimigos e monstros que encontramos no decorrer da jornada. Cada tipo de inimigo é visualmente único, alguns tendo algumas variações, mas que tem mudanças suficientes para ser único. E os inimigos estão presentes tanto em qualidade como em quantidade, e em variedade. Temos inimigos minúsculos, mas também inimigos que ocupam a tela inteira.
Me repetindo (mais uma vez), o combate do jogo é um ponto muito alto, e o visual nos combates é simplesmente incrível. São diversas as animações dos personagens do jogo, sejam animações de movimento dos personagens em si, mas como também animações das magias que eles podem utilizar.
As magias, tanto dos personagens principais quanto dos inimigos, possuem uma grande quantidade de partículas e informações, cores e brilhos, que deixa tudo muito impressionante. E por incrível que pareça, no modo desempenho, nas lutas o jogo consegue manter os 60fps, mas sacrificando um pouco da resolução.
Como já dito, podemos desbloquear novas habilidades no decorrer do jogo, habilidades que adicionam visuais incríveis. Porém, ao evoluir essas habilidades, o que era incrível, consegue melhorar ainda mais em proporção. Isso sem falar nas batalhas de Eikons, que como já disse, são algumas das batalhas mais impressionantes que já vi nos meus anos como jogador de videogame.
Quando o épico toma a forma de música
Estes visuais incríveis são acompanhados de uma trilha sonora de tirar o fôlego, compostas pelo Masayoshi Soken, um renomado compositor japonês. Que a trilha sonora dos Final Fantasy é épica, já é de conhecimento público, e no décimo sexto jogo da franquia não poderia ser diferente.
Confesso que meu maior hype para o jogo era a sua trilha sonora, pois sou muito fã de música clássica, em especial as músicas épicas instrumentais, com coro e tudo mais. Saí extremamente satisfeito com as músicas do jogo e impressionado no quanto elas são variadas.
E tanto a trilha sonora quanto a parte visual são utilizadas em uma composição de cena bem interessante. O jogo não possui ângulos de câmera inventivos e nem simulam filmagens cinematográficas como muitos jogos fazem, mas a direção sabe dar o tempo de respiro que as cenas precisam para ter mais impacto.
Pode até parecer chato, após uma batalha de proporções épicas, um momento de calmaria, porém, é importante esse momento para respirar, pois assim, o próximo momento épico vai conseguir ter o impacto que ele precisa. Alguns filmes por exemplo não fazem isso, como o caso de Transformers, onde tem diversas cenas de ação muito boas, mas que perdem impacto pois acontecem uma atrás da outra, sem dar tempo de respirar.
E a composição de cenas é muito boa também ao saber explorar bem o uso das cores, tanto nos personagens, por meio de iluminação, como nos cenários. Cenários inclusive que sofrem alterações bem perceptíveis no decorrer da história do jogo, o que em si já é uma coisa muito legal de se ver.
Todos estes elementos trabalhando em harmonia fazem com que as cenas tenham poder de transmitir exatamente aquela emoção que o jogo quer passar. E é claro, muito disso vem também das ótimas atuações da equipe de atores por trás dos personagens. Os sentimentos da cena, além de serem transmitidos pela trilha sonora, tem uma grande parceria com as atuações cheias de nuances, que brilham em Final Fantasy XVI.
É concorrente ao GOTY?
Eu devo admitir que sou meio suspeito nesse sentido, pois sabia mesmo antes de o jogo lançar que iria gostar e muito. Porém, ao jogar de fato, a experiência que tive foi muito além do que eu poderia ter imaginado. Não sei se o jogo pode ganhar o GOTY, nem mesmo se vai competir, mas sei que, na minha opinião, ele é um dos melhores jogos que já joguei na vida.
Valeu cada centavo gasto na aquisição. Por mais que não seja do meu gosto jogos grandes, este é um jogo que, apesar do tamanho, em nenhum momento me senti cansado jogando. E para aqueles que buscam jogos grandes que valham a pena o investimento, é fácil conseguir pelo menos umas 70-80 horas de jogo com conteúdos novos, além do modo de jogo liberado após o término que aumenta ainda mais o desafio que o jogo propõe.
O jogo possui uma história muito grande, no sentido de proporção, que explora bem o mundo, os personagens e as relações que eles possuem entre si, além de mostrar como essas relações evoluem com o passar dos anos. Além de, é claro, vermos momentos de batalhas que podem ser descritos simplesmente como épicos.
E o combate do jogo… É diversão pura, muito dinâmico e de rápida aprendizagem, e isso inclui a aprendizagem de novos combos. Tudo é muito rápido e responsivo, além de muito belo, e apresenta um desafio bem decente, o que traz também emoção as batalhas. O design de combate foi muito bem desenvolvido e pode ser o caminho que a franquia vá seguir nos próximos anos.
E tudo isso chega ao ápice quando colocamos na equação os visuais e a trilha sonora presentes no jogo. Foi uma jornada épica e memorável que vai estar marcada na minha história. Entendo que, para alguns, a experiência pode não ser a mesma afinal gosto é algo que não se discute. Porém, para mim, este é um daqueles raros momentos em que uma nota 10 não é suficiente para expressar o quanto gostei de algo.
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