ÓÓÓÓóóóóó… ÓÓÓóóóó… Que melodia transcedental, simplesmente marcante. Esta música tema de Halo está presente desde o seu primeiro jogo e não existe um jogo da franquia que ela não esteja presente, e olha… Que franquia. Lá em 2001 foi lançado o primeiro jogo da franquia: Halo: Combat Evolved. E naquela época, o jogo era revolucionário, muito por sua boa história, jogabilidade e visuais que chamavam muito a atenção. Mas antes, é importante citar que esta review foi feita através de um chave do Game Pass cedida pela XboxBR, somos gratos pela confiança!
Mas voltando a história, foi partir desse momento, o gênero de FPS começou a crescer para diversas vertentes e por anos a franquia ficou famosa por sua qualidade e de certa forma, confiabilidade. Quando um Halo novo era lançado, era quase certeza de que um bom jogo sairia e assim foi por todo o tempo que a Bungie desenvolvia seus jogos. Um dia ela decidiu sair dessa franquia e procurar novos ares (conhecido como Destiny) e então, sendo uma franquia que não poderia ser jogada para escanteio, a Microsoft criou um estúdio exclusivamente para dar sequência a história do jogo, e assim nasceu a 343 Industries. E assim também começou a decadência da franquia.
Em 2012 foi lançado Halo 4 e a expectativa não poderia ser maior visto que o jogo anterior, Halo: Reach, último jogo feito pela Bungie era considerado, e ainda é, o melhor jogo da franquia. O quarto jogo numerado da franquia exibia um visual que era de tirar o fôlego, porém, os pontos que antes eram fortes acabaram se tornando os pontos fracos. A jogabilidade era totalmente diferente daquilo que na época era padrão dos jogos de tiro e a história era um pouco confusa e rasa se tratando da franquia.
Algo estava saindo dos trilhos com a franquia até que em 2015 foi lançado Halo 5: Guardians. Se no jogo anterior a franquia parecia que estava saindo dos trilhos, nesse jogo, a franquia literalmente descarrilhou. A começar pelo marketing, que foi incrível na época, porém, nunca vimos no jogo aquilo que os trailers nos mostravam. Teríamos dois protagonistas, o Spartan Lock e é claro, o Master Chief. E nos foi vendido que os dois teriam uma batalha épica e como você bem devem saber, não foi tão épica assim.
A história que é o ponto forte da franquia, que caso não saiba, a história por traz de Halo pode ser uma das mais complexas histórias de um jogo, talvez a mais complexa de todas, que não se limita apenas aos jogos, indo além por meio de livros e etc. E isso tudo foi jogado no lixo nesse quinto jogo. A jogabilidade já tinha se adequado ao padrão atual, mas se tornou bem genérica e repetitiva.
E então chegamos a ele, responsável por essa análise que você está lendo, Halo Infinite. O novo capítulo dessa que talvez seja a maior franquia da Microsoft. Esse que dizem ter um orçamento absurdos 500 milhões de dólares, será que ele tem cara de valer tudo isso? E em relação aos jogos anteriores, ele continua a decair ou finalmente teremos um levante dessa franquia tão amada? É isso que veremos a seguir…
O sexto capítulo da eterna jornada de Master Chief…
Depois de diversas controvérsias, Halo Infinite finalmente foi lançado, disponível para Xbox One, Series S|X e PC, e é claro, ele pode ser encontrado no Gamepass. Como é de conhecimento de todos, esse jogo dá sequência a história de Master Chief, nos apresentando novos personagens e visitando também alguns velhos conhecidos. Como tem acontecido com os jogos mais recentes da franquia, Halo Infinite tem uma história contida no jogo, mas que já prepara terreno para o próximo (o que na minha opinião pode estar se tornando algo perigoso, mas podemos falar melhor disso mais a frente). Então, vamos começar pelo enredo.
Caso pretenda jogar, essa parte pode ter um pouco de spoilers, mas vou tentar falar apenas do início do jogo. Para você que curte a franquia, sabe que no Halo 4, a Cortana, que é uma das personagens centrais da franquia morre e no quinto jogo descobrimos que não foi bem assim. Em Infinite, vemos as consequências das ações dela pelo universo e nos deparamos com um inimigo que foi muito afetado por ela: os Banidos.
Ao início do jogo, vemos que os Banidos invadiram a Infinity, uma grande e tecnologicamente avançada nave caso não conheça. E nessa batalha vemos que o Chief perde uma luta contra Atriox, que o joga para o espaço. E lá o ele ficou por 6 meses até ser encontrado pelo Echo-216, um dos novos personagens introduzidos nesse jogo. Após isso, caímos em um novo planeta e o Chief descobre que os Banidos estão tentando reconstruir um anel (para aquele por fora da franquia, esses anéis são conhecidos como Halo Rings e é daí que surgiu o nome da franquia).
Reconstruir o anel pode significar uma ameaça para muitos planetas do universo, incluindo a terra, e por isso, o Chief parte para impedir os Banidos com a ajuda de outra nova personagem que nos foi apresentada nesse capítulo: Arma, uma IA semelhante a Cortana. Essa inclusão desses novos personagens para dialogar com o Chief no decorrer do jogo foi um acerto da 343. De início podem ser um pouco irritantes, mas de forma proposital a vermos o crescimento de suas personalidades no decorrer do jogo.
E a dúvida que não quer calar: esse jogo tem uma história aceitável para os padrões da franquia? Bom, se você pensava em encontrar uma história complexa, cheia de nuances e momentos emocionantes, não é isso que você vai encontrar em Halo Infinite. Então que dizer que a história é ruim? Longe disso, a história é bem simples, porém, satisfatória, e prende o jogador, principalmente nos momentos mais avançados dela. Esse jogo fez um bom trabalho ao desenvolver tantos os protagonistas como os vilões e fez importantes ligações com os jogos anteriores. Porém, pode ser pouco acessível para aqueles que não estão situados com muitos dos termos encontrados aqui.
Citei acima que seguimos uma história no jogo, mas que ele planta o terreno para jogos futuros e que isso pode ser perigoso, na minha opinião. Acredito que o jogo já deu o que tinha que dar. Esse novo capítulo inclui coisas novas para a franquia, mas acho que ela precisa de um tempo para descansar. Uma finalização ou um reinício. Tanto para a franquia como para a 343 Industries. Acredito que é possível finalizar a história ou dar uma guinada para um caminha diferente, como aconteceu com o God of War por exemplo, que mudou, mas não esqueceu de onde veio. Talvez entregar nas mãos de um outro estúdio com novas ideias (Id Studios está aí ?) para que tire o jogo da mesmice que ele se encontra. Claro, é minha opinião, se pensar o contrário disso ou concordar, comenta aí em baixo!
Uma jogabilidade digna de um Spartan?
Dada essa introdução a história do jogo, vamos partir para um outro tópico que também é muito importante, não somente para o Halo como para todos os jogos em si que é a sua jogabilidade. E a primeira coisa que vemos inclusa a jogabilidade é um grappling Hook. Não tem nenhuma explicação de onde ele saiu, mas foi uma ótima inclusão para o jogo pois traz uma dinamicidade ainda maior para o jogo, tornando o personagem mais ágil do que antes.
Em relação àquele tema que citamos antes, sobre o padrão de jogabilidade, em Halo Infinite se mantém o padrão que os jogadores estão mais acostumados (graças a Deus), com a mira e o tiro sendo acionados apertando os gatilhos traseiros. Assim como foi incluso o grappling Hook, também foram inclusos outros gadgets que também dão mais dinâmica ao gameplay, porém, todos eles são itens ativos e só pode usar um de cada vez. E pelo menos na minha experiência, o grappling Hook é tão bom que em nenhum momento tive vontade de usar os outros, exceto para fins de teste.
Encontramos também um amplo arsenal de armas, cada uma dela com suas particularidades, porém, assim como aconteceu com o grappling Hook, existe um desbalanceamento grande em relação as armas pois algumas delas são muito melhores de se jogar do que as outras. Mas isso é algo que percebi na minha gameplay que pode não ser percebido quando você jogar, já que pode se tratar de gosto pessoal, mas foi algo que senti e então decidi comentar aqui. Além dos itens arremessáveis como granadas, também podemos pegar itens pelo cenário e arremessar nos inimigos causando dano que vai desde explosões simples, elétricas até incinerações.
Agora, vamos entrar nessa que talvez seja a maior evolução em termos de jogabilidade que o Infinite oferece para a franquia, seu mundo aberto. Sendo sincero para vocês, na minha opinião, essa implementação foi totalmente desnecessária. Os jogos da franquia sempre foram lineares, com alguns cenários mais abertos, mas nunca chegaram nesse ponto de ser mundo aberto. E não que a ideia tenha sido ruim, mas talvez ela tenha sido má implementada.
É um mundo aberto, mas que é dividido em setores que desbloqueamos conforme a história corre. Porém esses momentos quase sempre tiram muito da imersão que temos ali no jogo, principalmente em relação a história. Os melhores momentos que estive jogando eram totalmente lineares.
Além disso, os cenários são quase sempre iguais, tendo pouca variedade. Outra coisa que esse mundo peca são nas atividades secundárias, que são bem repetitivas (infelizmente até as atividades principais se tornam repetitivas em determinados momentos), sendo basicamente invadir e recuperar bases dos inimigos, com algumas variações, mas que sempre dão no mesmo.
Ao liberar essas bases, liberamos postos para viagem rápida, o que acaba sendo muito importante pois o mapa pode ser confuso em muitos momentos (quase todos os momentos) e isso dificulta bastante a locomoção por ele. E falando em locomoção, como já é comum na franquia, temos uma grande variedade de veículos e suas variações e, novamente minha opinião, achei o controle dos veículos horríveis, que somado com o mapa confuso, dificultou muito a mobilidade. Mas apesar disso, depois de um tempo me acostumei com o controle, o que é ótimo pois os veículos são muito importantes e podem ser uma mão na roda em alguns momentos, visto que pode facilitar muito alguns combates.
Falando em combates, em Halo Infinite temos todos aqueles inimigos que estamos acostumados a ter desde sempre na franquia. Alguns jogos antigos introduziram alguns inimigos diferenciados. mas não é o que ocorre aqui pois os inimigos que temos em Infinite são os que sempre estão, tendo algumas variações deles como costuma acontecer também a um tempo. Não se tem muita coisa a se falar em relação a isso.
Em alguns momentos do jogo, ele tende a aumentar o nível do desafio pois tem alguns inimigos que podem ser bem problemáticos de se lidar, e quase nunca eles estão sozinhos. Porém, não é um jogo punitivo, em termos de dificuldade. Pode ter alguns momentos mais desafiadores, mas no geral não vai apresentar uma dificuldade muito elevada.
Em relação a performance, temos disponíveis dois modos de jogo que mudam muito a jogabilidade. Temos o modo desempenho, que prioriza a taxa de quadros do jogo e o modo qualidade, que prioriza a resolução. Qual modo utilizar vai depender do seu gosto pessoal. Eu priorizo sempre o gráfico, mas sei que uma taxa de quadros maior faz uma diferença imensa. Falando em gráficos, que tal comentarmos um pouco mais sobre o visual do jogo?
Gráfico de nova geração?
A resposta dessa pergunta é meio óbvia né? Já que o jogo saiu para a geração passada, não teria como ter um gráfico de nova geração, correto? Bom, isso é relativo. Se você for ver o visual apresentando pelo Horizon Forbidden West por exemplo, apesar de ele ser crossgen, apresenta um visual absurdo na nova geração. Mas fugindo de comparações, Halo é crossgen mas aparentemente é um dos jogos mais caros a ser produzido, se não o mais caro de todos, e todo esse dinheiro investido foi transformado em um visual invejável?
Bom, infelizmente não. Lembra que falei que o Halo 4 tinha um visual absurdo? Então, parece que mesmo após nove anos, Halo se estagnou naquele mesmo gráfico, que não deixa de ser bonito, mas nos padrões atuais, deixa muito a desejar. Claro que houve evoluções gráficas que se colocar lado a lado vai ser perceptível a evolução, mas vemos gráficos tão avançados hoje em dia que parece que a evolução não foi o suficiente.
Isso inclusive foi um tópico de grande alarde no mundo dos games, por conta de uma gameplay que tivemos pouco antes de o jogo ser adiado pela última vez. Aquilo que foi apresentado na gameplay era inaceitável para o valor que a franquia tem e depois de muitos adiamentos, percebemos uma grande evolução gráfica em relação àquilo que foi apresentado, mas, novamente, ainda assim muito pouco.
Mas essa questão gráfica também é bem relativa dadas ao grande número de consoles que a Microsoft mantém, e em cada um deles, temos um visual levemente diferente de acordo com o poder de processamento que cada um deles possui. Outro ponto que podemos tocar é que houve um pequeno downgrade em relação a alguns trailers que foram apresentados, mas muito pequenos e que não afetam em nada, e podem ser ainda mais reduzidos de acordo com o console que foi jogado ou configuração do PC.
Em relação aos modelos de personagens nos jogos, também vemos uma deficiência em comparação com outros jogos disponíveis no mercado. Apesar de ser um jogo em primeira pessoa, por incrível que pareça, o personagem com modelagem mais impressionante é o Master Chief, apesar de estar quase sempre escondido. Os outros personagens principais possuem uma modelagem legal, mas nada além disso.
O mesmo não pode ser dito em relação aos inimigos que são visualmente pouco criativos, como já disse, são basicamente os mesmos inimigos que temos desde os primeiros jogos da franquia com algumas mudanças sutis aqui e ali. Se tratando de Halo, uma franquia desse peso, acho que deveriam ter tido um cuidado maior com essas questões visuais apesar de não atrapalhar muito, porém, poderia ser visualmente mais atrativo.
Um outro ponto que pode ser tocado são as expressões faciais. Os modelos parecem ter uma boa quantidade de pontos de expressões, mas de alguma forma tudo parece ser muito videogame, parece ser muito maçudo, se é que dá para entender. As expressões parecem ser um pouco robóticas, o que causa certa estranheza, mas que acostuma conforme se joga. Mas novamente, se tratando de Halo, poderia ser melhor.
Falando um pouco sobre a trilha sonora, novamente (e infelizmente) não se tem nada demais aqui. É uma trilha sonora decente, que cumpre bem seu trabalho, mas que não vai além disso. Existem momentos que a trilha eleva um pouco a emoção da cena, mas isso ocorre com as músicas clássicas da franquia que estamos acostumados a ouvir a anos. Pode-se dizer que a trilha sonora faz o mínimo do que se espera.
Uma coisa importante a dizer é que o jogo está totalmente localizado no nosso idioma, como já é de costume com a franquia a alguns anos, porém, uma determinada personagem muito presente no jogo tem uma dublagem que ficou no mínimo estranha. A equipe de dublagem nesse jogo é muito boa, vemos algumas vozes conhecidas no jogo como a voz do Goku ou a do Naruto, mas essa voz específica não parece ter acompanhado bem o tom da personagem e dos momentos. Já jogou Halo Infinite? Reparou isso? Comente aí!
Bom, a conclusão que tiro é que Halo Infinite é um bom jogo, não tão bom quanto aqueles jogos mais antigos da franquia, mas bem melhor que os recentes. Ele tenta evoluir em alguns aspectos, mas sem perder aquela ação franca que está presente nos jogos desde a sua origem. Porém, acho que por ser a franquia que é, acredito que deva ser feito um trabalho melhor e ser repensado para onde a franquia tem que ir. Caso tenha interesse em testar o jogo, pode fazer isso sem problemas pois o mesmo está disponível no Game Pass.
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