Harold HALIBUT é um daqueles jogos que a gente não espera nada, mas que no final acaba entregando uma experiência surpreendente. Pelo menos comigo foi assim, pois não era um jogo que estava no meu radar, inclusive, comecei a jogar sem possuir conhecimento prévio sobre elementos narrativos nem nada do tipo, apenas sabia seu gênero.
Desta forma, é quase impossível um jogo não surpreender, não é mesmo? Mas tem uma grande questão aí, pois a surpresa pode ser tanto positiva quanto negativa. Acredito que o saldo tenha ficado bem positivo neste caso, mas o jogo está longe de ser perfeito, e explicarei o porquê mais à frente. Mas vamos começar falando da sua…
História!
Harold HALIBUT é um nome que ao mesmo tempo que é bem direto, também é bastante interpretativo. O nosso protagonista se chama Harold, e ele é daqueles caras que são um “faz tudo”, mas que apesar de ter contato com muita gente devido a sua “profissão”, é bem introspectivo, e por muitas vezes, é motivo de chacota naquela sociedade.
Falando em sociedade, o jogo se passa em Fedora, que é uma grande nave espacial que se encontra no fundo do oceano. Vou dar um panorama geral sobre a ambientação do jogo, mas caso prefira, gravamos o início do jogo para o nosso canal. Você pode acessar clicando aqui.
O jogo se passa num futuro em que a terra foi tomada pelas guerras (coisa que infelizmente não está muito distante da nossa realidade), e para que a nossa raça sobrevivesse, foi criada a Fedora, uma nave espacial que levaria a humanidade para um novo planeta habitável.
200 anos no futuro, a humanidade chega ao suposto planeta habitável, mas houve um engano, pois, a superfície do planeta é totalmente tóxica. Mas por sorte, quando construíram a Fedora, a fizeram a prova d’agua, e isso possibilitou que a humanidade sobrevivesse abaixo da água.
É um jogo que cria algumas questões cientificamente bem interessantes, apesar de não parecerem ser realmente baseada na realidade, o que não é ruim pois estamos falando de uma ficção. Mas é bem legal de forma a deixar aquele universo plausível.
O título ainda possui a palavra HALIBUT, que procurei saber o que significava e descobri que se tratava de uma espécie de peixe. Halibute é o nome anglo-saxão de algumas espécies de peixes de mar encontradas no hemisfério norte, cuja pesca para alimentação humana é muito comum. Mas você pode conhecer esse peixe como linguado aqui no Brasil, não conhece?
E bom, o que um peixe tem a ver com isso tudo? Bom, em Harold HALIBUT temos esse universo bem fechado com um protagonista bem “comum”, mas todo muda quando ele encontra uma espécie alienígena que eles chamam de peixolin. Esse encontro é o catalisador de diversas reviravoltas na história, mas não falarei muito mais para não estragar a sua experiência. Mas uma outra coisa muito legal que o jogo possui é o seu…
Visual
Este jogo tem um visual muito interessante e até mesmo inovador na minha opinião, apesar de ser muito comum em outros tipos de mídias do entretenimento. O jogo possui um visual daqueles bem parecidos com um stop-motion com massinha. Não sei se ele foi feito de forma artesanal e depois passado para o jogo, mas o importante é que o visual do jogo desta forma é bem convincente.
Não espere um visual super detalhado nem nada do tipo, em geral, tanto os personagens quanto os cenários do jogo têm uma modelação bem simples e sem muitas complexidades. Mas o fato dele utilizar um tipo de animação que é bem raro, se não único, faz com que ele seja um destaque no mundo dos jogos.
Mas ao mesmo tempo que isso é um diferencial, talvez isso torne o jogo simples demais no sentido de variedade de cenários e personagens, e isso é totalmente compreensível pois parece ser um jogo de uma equipe bem pequena, pelo menos não é tão conhecida mundialmente.
Além desta estética diferenciada, o jogo também passa uma vibe bem oitentista, tanto nos cortes de cenas, edição, e até mesmo na trilha sonora. Inclusive, a trilha também é um dos pontos fortes do jogo, porém, infelizmente se torna bem repetitiva. E é claro, a direção do jogo também é bem legal, fornecendo alguns enquadramentos bem interessantes de se ver.
Como o jogo funciona?
De todos os elementos que já citei na análise, creio que este seja o elemento mais simples de todos, que é a sua jogabilidade. Este jogo é basicamente um leva e traz de itens, sem muita emoção, pois o Harold não tem muitas ações possíveis. Nós basicamente podemos andar de um lado para o outro e interagir com outros personagens.
Apesar de bem limitado em termos de gameplay, o jogo até que não é tão cansativo (até que ele fica cansativo). As primeiras horas de jogo são bem legais, mas conforme o jogo avança, ele se torna um pouco repetitivo.
Na maior parte do jogo, temos um side scroller do qual andamos de andar em andar para falar com os personagens e entregar itens. Alguns momentos o jogo também passa para uma jogabilidade mais tridimensional, mas isso não significa liberdade para explorar os cenários disponíveis (que não são muitos, inclusive).
Em alguns momentos temos a possibilidade de jogar alguns pequenos mini games que são bem simples, mas é mais um recurso presente no jogo, apesar de raros. E é claro, alguns mini games se tornam recorrentes no jogo, o que não é um problema em si.
Afinal, vale a pena?
Testamos Harold HALIBUT no PlayStation 5, mas o jogo estará disponível em todas as plataformas possíveis, estando inclusive disponível no Game Pass. E é um jogo que merece a atenção de todas as plataformas possíveis.
Não é um jogo que inova em quase nada, mas que é perceptível empenho da equipe de desenvolvimento do jogo em sua produção. Um problema que percebi ao jogar é o seu ritmo, que inicia de forma muito boa, mas que no decorrer do jogo acaba perdendo um pouco de ritmo.
Um ponto positivo que não posso deixar de citar é que o jogo está legendado em português, o que é muito importante para um jogo como esse que possui uma grande quantidade de diálogos. Tive alguns bugs visuais, mas nada que incomode muito, no geral o jogo roda bem liso. Valeu a pena gastar algumas horas de jogo, e foi bem divertido.
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