Pouco mais de um ano atrás, a comunidade do Xbox recebeu de forma surpresa o HI-FI Rush, um jogo rítmico desenvolvido pela Tango Gameworks. Surpresa, pois, o jogo foi lançado exatamente no mesmo dia em que foi anunciado, e não apenas isso, foi um jogo muito bem recebido pela crítica especializada e pelo público.
HI-FI Rush, desde o seu lançamento, se tornou um dos jogos mais importantes para o Xbox, pois é um jogo muito divertido e visualmente muito bonito, sendo um bom exclusivo para a plataforma, que por muitos anos teve uma certa carência. Porém, aparentemente ele não atingiu as expectativas financeiras da Bethesda, e consequentemente, do Xbox.
Não posso confirmar que o jogo foi um fracasso, pois a Microsoft não costuma divulgar números, porém, a um tempo atrás, o Insider Jez Corden passou esta informação, e ele costuma acertar bastante em relação ao Xbox. Outra prova deste fato é que as conquistas do jogo apresentam uma porcentagem de quantos players a conquistaram, e a porcentagem daqueles que terminaram a primeira fase é bem baixa.
Amanhã (19 de março), HI-FI Rush chegará à plataforma PlayStation, coisa que a pouco tempo atrás seria inimaginável, afinal, é a plataforma concorrente da empresa mãe da desenvolvedora. Dei este breve resumo da situação do jogo, mas não quer dizer que o não alcançar das expectativas seja o motivo da chegada dele no PS, pois outros 3 jogos, antes exclusivos do Xbox, também estão chegando ao console da Sony.
Dito isso, conforme acima, a comunidade do PlayStation receberá um jogo muito aclamado, e com algumas pequenas melhorias que o tornam até superior em comparação com o Xbox. Mas quero deixar claro desde já que, apesar de existirem melhorias, ambas as versões são de uma qualidade bem acima da média. Mas antes de falar destas pequenas melhorias, vamos começar pelo básico.
Do que se trata o jogo?
HI-FI Rush se trata de um jogo ação em terceira pessoa, totalmente linear e com elementos rítmicos. O jogo foi vendido como um jogo rítmico, e de fato, ele é, mas isso não te impede de jogá-lo sem seguir o ritmo (exceto em alguns momentos específicos), então, prefiro defini-lo apenas como jogo de ação, mas que tem sim elementos rítmicos.
O combate do jogo é bastante focado em combate corpo a corpo, onde enfrentamos diversos inimigos, quase sempre robóticos. O jogo pode ser incluído também no gênero rack’n’slash pois, principalmente nos combates, podemos desferir uma quantidade enorme de combos.
E a parte rítmica entra principalmente nestes combos, pois para realizá-los, precisamos desferir os golpes no ritmo correto. Independente do momento em que iniciar os golpes, sempre entraremos no ritmo, mas os golpes seguintes precisam seguir as batidas para que os combos sejam realizados de forma correta. E o último golpe tem um indicativo de tempo, onde, ao dar o último golpe no momento certo, um dano adicional é infringido ao inimigo.
Mas o jogo não se trata apenas de um jogo de luta, até chegarmos nos combates, precisamos atravessar por diversas seções de plataforma, utilizando saltos, arpeis, entre outras coisas. E é legal que por diversos momentos, o jogo dá uma mudada, por exemplo entrando na perspectiva 2D, ou um modo de movimentação estritamente horizontal. Ah, e não posso deixar de falar das batalhas contra chefes, que são todas muito boas.
Visual e trilha sonora no ponto
Para mim, o ponto mais alto deste jogo é sua parte audiovisual. A jogabilidade é muito boa, não se engane, mas seu visual e sua trilha sonora são bem acima da média. O jogo possui um visual totalmente cartoon, não espere nada de muito realista, mas o jogo não precisa ser realista para ser bonito.
O visual do jogo é muito maneiro, com um gráfico bastante estilizado, que quase parece um desenho 2D, mas em um jogo totalmente em 3D. E o jogo tem umas cutscenes muito bonitas, a ponto de parecer que estamos vendo um desenho de fato, e um desenho muito bem produzido, por sinal.
O visual é bem legal, mas as animações que dão vida a ele também são muito boas. É um visual que na teoria é bem simples, mas tão bem feito que o torna um jogo beeeeeeeeeem bonito. E o combate aproveita muito esse visual, sempre enchendo a tela de efeitos, o tornando bem divertido de se ver.
E se o visual é bonito, a trilha sonora, que é o ponto principal de um jogo dito rítmico, é simplesmente sensacional. As músicas do jogo são bem legais, mas ele ainda possui algumas músicas licenciadas de bandas conhecidas como Nine Inch Nails, The Prodigy, entre outras, que tornam a experiência ainda mais legal. Mas se pretende produzir conteúdo com o jogo, não tem problemas, pois é possível jogá-lo sem a trilha licenciada.
Afinal, vale a pena investir no jogo?
Bom, desde o início eu deixei claro que o jogo sempre foi muito bom, joguei a versão do Xbox no lançamento e solicitei esta nova versão do PlayStation pois sabia da qualidade do jogo. E esta versão trouxe algumas novidades inclusive, como a presença do novo modo arcade, que também estará disponível para o Xbox.
Há algumas outras pequenas novidades, como novas skins que acompanham o lançamento na nova plataforma. Mas se tem algo que difere um PlayStation de um Xbox, é o seu controle, o Dualsense. Ele possui uma quantidade significativamente maior de possibilidades em relação ao controle do Xbox, e isso inclui o haptic feedback, os gatilhos adaptáveis e uma pequena caixa de som.
O jogo aproveita alguns destes elementos para tornar a experiência de jogo ainda mais imersiva, como uma sincronização das batidas com as vibrações localizadas do controle. Ele também utiliza da caixa de som presente no controle para uma maior imersão no jogo, saindo sons exclusivamente dela que sincronizam com aquilo que vemos na TV. Mas não são diferenças que tornam a versão muito superior à já existente.
No mais, o jogo continua sendo muito bom em todos os sentidos, com uma gameplay e um visual bem maneiros. É possível adquirir o jogo na PlayStation store por um valor abaixo do chamado “preço cheio”, pois é um jogo que possui um custo de fato abaixo, afinal é um jogo de médio orçamento, mas ainda há uma promoção para aqueles que assinam a PlayStation Plus (pelo menos até o lançamento).
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