Horizon Zero Dawn Remastered está mais para um remake – Review

Antes mesmo de ter sido anunciado, alguns rumores saíram insinuando a existência de um remaster de Horizon Zero Dawn, e no exato instante que isso aconteceu, uma chuva de críticas veio. Muitos diziam que era um trabalho desnecessário, outros que o jogo ainda era muito bonito.

Eu como sempre, preferi esperar para ver e não tirar conclusões só de um achismo, como tem acontecido amplamente com os ditos fãs da indústria. Essa minha maneira de agir não é uma novidade para essas polêmicas, quem acompanha o site sabe, e isso me faz ter uma experiência mais prazerosa do que a maioria das pessoas que só sabem reclamar.

E novamente fico feliz que foi uma decisão acertada, o que eu vi neste remaster de Horizon Zero Dawn me deixou boquiaberto. Caso não tenha jogado Horizon Forbidden West, não tem noção de que este jogo é um dos mais belos jogos da indústria, e o mais impressionante neste caso é o fato de ser um jogo cross-gen. Horizon Zero Dawn Remastered chega perto de alcançar o mesmo nível gráfico…

Do que se trata o jogo?

Meu objetivo com esta análise é comentar sobre as melhorias que o jogo tem em relação ao jogo original, mas vou dar um breve resumo sobre o que se trata este jogo originalmente. Inclusive, é um dos jogos com universo mais criativo que temos nos últimos anos, se tornando uma das IPs mais importantes e frequentes da Sony.

Horizon Zero Dawn é um jogo de ação e aventura em terceira pessoa, com elementos de RPG, em um vasto e belo mundo aberto. Gostava de definir o mundo deste jogo com um pós-pós-apocalipse, algo inclusive bem inovador para a época, e até hoje não temos um mundo deste tipo em outros jogos.

No universo de Horizon, os humanos criaram IAs muito poderosas com o objetivo de guiar a humanidade para um futuro mais próspero e sustentável para o mundo. Porém, uma das IAs, chamada carinhosamente de Hades, decide que para a sobrevivência do mundo, a humanidade tinha que acabar. Então foi iniciada uma guerra dos humanos contra as máquinas controladas por Hades.

O Hades é aparentemente derrotado, porém, a humanidade sofreu prejuízos irreparáveis, chegando a beira da extinção. Anos e anos se passaram, os humanos começaram a se reestabelecer no mundo, porém, agora com a árdua tarefa de sobreviver em um mundo dominado pelas máquinas.

E é neste mundo que surge a Aloy, a protagonista do jogo, que tem uma história intrinsicamente ligada com toda a história do mundo, e descobrir isso torna a experiência do jogo muito legal. Este jogo tem uma das histórias mais complexas que vi nos últimos anos, são diversas camadas, diversos detalhes que tornam o enredo do jogo especial. E ele cresce bastante na sequência e em outros jogos do universo.

Dito isso, no jogo enfrentamos tanto as máquinas quanto inimigos humanos de outras tribos, e para isso, temos a disposição diversas armas de longo alcance, que vão desde arco e flecha até alguns tipos de metralhadora. Temos uma lança da qual podemos golpear os inimigos a curta distância, mas podemos também os enfrentar de forma mais tática, utilizando armadilhas e coisas do tipo.

Como disse, este é um jogo de mundo aberto, do qual vamos liberando cada vez mais partes dele conforme avançamos na história. E para nos locomovermos nele, podemos “domar” algumas das máquinas, além de utilizar de viagem rápida que vem na forma de fogueiras no mapa, mas cada viagem rápida requer a utilização de um item consumível.

Quais as melhorias do remaster?

Vimos alguns remasters/remakes recentemente, sendo eles tratados de fato como um novo jogo. Horizon Zero Dawn Remastered é mais tratado como um upgrade, semelhante ao que víamos no início da geração com jogos como o próprio Horizon Forbidden West, God of War Ragnarok e etc. Aqui, o upgrade para quem já possui o jogo custa 50 reais.

Mas no caso deste jogo, acredito que o valor do upgrade esteja mais do que justo por tudo o que ele entrega de melhorias em relação ao jogo original. Levando em consideração o primeiro jogo, de fato temos um jogo muito bonito, mas é óbvio que para os dias de hoje, alguns detalhes no gráfico acabam por ficam defasados, ainda mais levando em consideração a sua sequência.

A Nixxes, junto com a Guerrilla, fez um trabalho soberbo para deixar este jogo tão bonito quanto um jogo desta atual geração. E digo mais, este jogo está muito mais bonito que diversos jogos que temos disponíveis no mercado. O jogo possui 3 modos de jogo, priorizando a resolução, taxa de quadros e um modo que tenta fazer uma média entre esses dois.

O mundo do jogo aparentemente foi totalmente refeito de forma manual, e isso é comprovado pelo fato de que não temos apenas os assets já existentes no jogo com uma textura de maior qualidade. Temos diversos assets novos de fato, talvez transferidos do Forbidden West, mas que dão uma nova roupagem sensacional para este jogo.

Apesar de desde o início ser um jogo muito bonito, algumas coisas no jogo original incomodavam um pouco, e uma delas era a água do jogo. Era uma água acinzentada com reflexos de baixíssima qualidade, e isso é uma das coisas que melhorou bastante aqui. Não chega ao nível que vemos em Forbidden West, mas está infinitamente superior ao que vimos anteriormente.

Outra clara melhoria se dá nas expressões faciais e na forma como os personagens interagem nas conversas. Para os perdidos, em algumas das conversas do jogo, podemos escolher a forma como iremos falar, podemos entrar em alguns assuntos que não tem muito a ver com o desenrolar do jogo em si, e coisas do tipo. E a forma como os personagens agiam nestes momentos eram simplesmente ridículos.

Vimos uma grande melhoria no visual neste quesito no Forbidden West, e felizmente esta melhoria veio também para o Horizon Zero Dawn Remastered. De acordo com os desenvolvedores, foram mais de dez horas de novas cenas que tomam o lugar daquelas cenas horrendas que tínhamos no jogo original.

Os modelos dos personagens e das máquinas também foram bastante melhorados, apesar de ainda utilizarem o mesmo modelo em si. Lembra que na época do lançamento do Forbidden West, muito foi comentado sobre a “barba” da Aloy? Apesar das críticas de uma parte mais infantil do público gamer, isso mostrava uma capacidade gráfica impressionante da Decima Engine.

E melhorias deste nível também estão presentes nesta remasterização. Novamente, me encontrei boquiaberto admirando a beleza deste jogo. E uma cosa importante é o fato de o jogo conseguir utilizar o save do jogo original, então você pode seguir de onde tinha parado anteriormente.

Vale a pena?

Quando vi esta remasterização ser anunciada, esperava encontrar melhores texturas apenas. Mas o que encontrei neste jogo foi quase um remake, posso definir está como uma das melhores remasterizações que já vi no mercado, justamente de um jogo que já definiam como bonito o suficiente.

Cada dia fico mais impressionado com a capacidade da Decima Engine e o mesmo pode ser dito da Nixxes, que tem feito diversos trabalhos consistentes nos últimos meses. Já perdi a conta de quantos ports foram feitos por eles, e a qualidade deles é inegável. Realmente, fiquei impressionado com este jogo e recomendo fortemente.

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