Este ano tem sido um ano cheio de boas surpresas, e Indika é mais uma destas surpresas. Não sei exatamente quando este jogo foi anunciado, mas ouvi falar dele pela primeira vez a semanas atrás, e naquele momento, o jogo me pareceu bizarro, a ponto de me despertar um interesse, mas não saber se iria me agradar, afinal, não sabia o que esperar.
É então que diversos veículos da imprensa começam a dar suas impressões sobre o jogo, em grande maioria delas, positivas. E foi neste momento que o arrependimento bateu, de estar na dúvida e não ter solicitado o jogo. Mas então, os deuses dos videogames foram bondosos comigo, pois o lançamento nos consoles veio alguns dias depois, e desta vez tive a oportunidade de jogar. E então finalmente coloquei as mãos neste jogo…
Bizarro
Mas ao mesmo tempo em que as bizarrices imperavam no jogo, percebi uma criatividade absurda em muitos momentos e cenas do jogo. Mas como diria o Jack o Estripador, vamos por partes. No jogo, tomamos o controle da Indika (que é de onde o nome do jogo vem, obviamente), uma freia que sofre bullying constantemente por parte das outras freiras.
No início, aprendemos na prática o que ela sente e começamos a entender também como funciona o complexo lado psicológico dela. Ela sente bastante estes ataques, porém, ela mesmo possui questões com sua própria pessoa, e este é basicamente um dos temas principais que vamos explorar no decorrer do jogo.
Em determinado momento, Indika recebe a missão de levar uma carta para uma catedral longínqua, da qual nem ela sabe o conteúdo. Então partimos nesta jornada em meio a uma Rússia devastada por uma guerra (acredito eu que seja a Rússia), do qual conhecemos novos personagens e novos desafios, em uma jornada de autoconhecimento.
Como o jogo funciona?
A gameplay do jogo é bem curiosa também, pois em parte ela é bem realista, mas em alguns momentos ela vai para um lado mais sobrenatural, em parte é um jogo de plataforma, em parte é em primeira pessoa, em parte em terceira. E tudo isso sem nenhuma explicação, incrível!
Mas em grande parte do jogo, temos um jogo em terceira pessoa no qual podemos andar e correr, interagir com alguns objetos e rezar. Isso mesmo, rezar. E em alguns poucos momentos do jogo, essa reza é essencial, pois por meio dela, conseguimos “alterar” os cenários, uma forma de puzzle bem interessante que infelizmente aparece pouco.
É um jogo curto, mas que pode se alongar um pouco de acordo com o tempo de conclusão que será necessário para os quantitativos puzzles existentes no jogo. E isso ocorre principalmente pelo fato de o jogo não te dar tantas dicas de como os resolver. Só que, mesmo assim, o jogo vai ter exigir no máximo umas 4 horas para finalizá-lo.
Mas o jogo vai bem além do básico, trazendo alguns momentos em plataforma, pixelado e tudo. Em outros momentos, tomamos o controle de alguns veículos, somos perseguidos por alguns inimigos, entre outras coisas, o que não torna o jogo repetitivo. Porém, não há muito o que se falar pois o jogo é de fato bem curto, mas ainda assim, muito bom.
E o visual?
Bom, a impressão que tive é de um jogo com orçamento limitado, mas como citei ao falar da jogabilidade, ele é bem criativo, e isso também se aplica ao seu visual. Um grande exemplo disso são os enquadramentos no mínimo estranho que vemos no decorrer do jogo, que causam uma estranheza bem grande, mas que ao mesmo tempo, é bem legal por este mesmo motivo.
Mas não espere gráficos de última geração, ou animações incríveis, modelagem impecável, você não encontrará nada além do casual neste jogo. Inclusive, alguns dos modelos que encontramos no jogo são bem feios visualmente, a ponto de nem parecerem aquilo que realmente são, mas talvez isso seja proposital visto todas as bizarrices que o jogo possui, vai saber.
Temos alguns cenários bem interessantes no jogo, que é totalmente linear, mas que consegue passar uma sensação de grandeza que nos traz a sensação de sermos pequenos. E neste caso, o jogo manda bem, mas, novamente, não espere nada de muito impressionante por aqui.
Mas não posso esquecer de citar os momentos plataforma do jogo, que são com um visual 2D pixelado. E posso afirmar que a arte nestas partes em específico estão muito boas, o jogo fica bem bonito, e até variado em termos de jogabilidade. E mesmo com o modo “padrão” do jogo, tanto o texto quanto os “pontos” que adquirimos, possui está estética, o que dá uma cara bem maneira.
Manda bem no som?
Bom, a trilha sonora do jogo é mais um daqueles pontos em que Indika não brilha muito bem, isso tanto na parte musical, quando no design de som em si. Alguns dos sons do jogo parecem estar em uma qualidade bem baixa, o que em muitos momentos me tirava um pouco da imersão.
Os efeitos provenientes da interface do jogo trazem uma sensação bem anos 80, que combina bem com todo o visual pixelado que encontramos no jogo. Mesmo assim, não serve para salvar a qualidade da parte sonora do jogo. Mas pelo menos o jogo se mantém bem criativo.
Vale a pena?
Bom, após finalizar o jogo, fiquei com uma sensação de querer mais, pois é um jogo que peca em certos detalhes, mas que ao final, tem seu saldo no positivo. Eu acho que entendi a história, mas confesso que em minha cabeça me pego pensando se realmente eu a entendi. É uma história bem densa e interpretativa, mesmo com a sua curta duração.
Indika é bem ousado, criativo, corajoso, e um exemplo em muitos quesitos para futuros jogos que ousem ser diferentes. Na minha opinião, a experiência valeu demais, então recomendo fortemente jogá-lo. Mas, caso queira, postamos o jogo do início ao fim em nosso canal do YouTube, e você pode acessar clicando aqui.
Veja também:
- Wrath: Aeon of Ruin decepciona como um Boomer Shooter
- Novo trailer de MultiVersus revela a primeira gameplay do Coringa
- Ubisoft anuncia Assassin’s Creed Shadows e revela data de trailer
- Hermen Hulst e Hideaki Nishino são os novos CEOs da PlayStation
- Synapse é um roguelike surpreendentemente satisfatório – Review
Aliás, não deixe de seguir o nosso perfil oficial no X e no Instagram.
Deixar uma Resposta
Ver Comentários