Jusant é mais um exemplo de jogo indie muito carismático, e neste caso tem uma gameplay que o torna bem particular. O jogo é desenvolvido por um dos estúdios da Don’t Nod, que ficou bem conhecida no passado por Life is Strange, outro indie muito carismático. Todos os jogos anteriores do estúdio tinham um foco muito grande na narrativa, porém, aqui a história é um pouco diferente.
Se levarmos em consideração a história do jogo, podemos ter duas interpretações: o jogo não tem uma história ou é um jogo muito mais interpretativo do que qualquer coisa. Bom, a minha escolha é a segunda opção e vou explicar o porquê.
Silêncio
Se você está lendo esta análise, muito provavelmente não vai se identificar com o que eu irei falar, eu mesmo não me identifico por conta da minha idade. No início do cinema, os filmes além de preto e branco, não possuíam qualquer diálogo, e as emoções nos eram passadas por meio de ações e expressões.
Mas por que eu estou citando isso? Pelo fato de que em Jusant não possuímos nenhum diálogo, nenhum personagem dublado. Tudo o que podemos entender da história principal, entendemos conforme vemos as poucas cenas que possuímos de jogo. É tudo bastante interpretativo, mas isso não significa que não somos introduzidos ao mundo e as pessoas que nele habitam ou habitaram.
Essa introdução ocorre por meio dos documentos que encontramos no jogo, sendo estes documentos basicamente cartas. Por meio delas, somos introduzidas as algumas pessoas e suas narrativas que não estão necessariamente ligadas com a narrativa principal do jogo.
Tem história?
Mas em relação a narrativa do jogo em si, ela existe sim. Como já disse, ela pode ser interpretativa, mas tem coisas ali que são bem diretas e fáceis de entender, mas que vão requerer tempo até chegar nelas. Mas não se preocupe, pois, este tempo é bem curto, afinal, é um jogo bem curto. Vai ser necessário entre 4 e 5 horas para finalizar o jogo.
Bom, como disse, o jogo é bem carismático, e uma das razões que o torna assim por seu visual. É um daqueles visuais que podemos caracterizar como cartoon, com traços bem suaves, mas ainda assim com uma quantidade de detalhes bem considerável. É um jogo que é surpreendentemente bonito.
Além do nosso personagem, que controlamos do início ao fim do jogo, temos um companheiro durante esta jornada. Um bichinho muito bonitinho, o que contribui ainda mais para aquela característica que citei tantas vezes nesta análise: carismático. A trilha sonora não é tão presente, mas quando aparece, é bem satisfatória também.
Jogabilidade diferenciada
Em relação a sua jogabilidade, disse que ele tem uma jogabilidade que o torna particular, mas não que ele seja único. Este ano joguei alguns jogos de VR que possuíam uma jogabilidade que em tese é bem semelhante com aquilo que temos aqui, talvez até mais complexa. Mas como disse, eram experiências em realidade virtual, e aqui já é uma experiência de videogame mais tradicional.
Em relação a história, citei que era mais interpretativa, contemplativa, e de certa forma, a jogabilidade segue essa mesma linha de raciocínio. Então, é bom moderar as expectativas. Não espere ação, combates, adrenalina e nem algo do tipo. Em Jusant, podemos fazer basicamente uma única coisa: escalar.
Do início ao fim do jogo, iremos escalar e escalar, mas diferente do que ocorre com os outros diversos jogos com mecânica de escalada, este jogo é bem mais complexo. Controlamos cada uma das mãos dos personagens individualmente, por meio dos gatilhos. Não é uma escalada livre, os caminhos são pré-definidos.
Desafio constante
E também não podemos escalar indefinidamente, pois somos limitados por uma barra de energia, a famosa stamina. Mas além de controlar as mãos dos personagens individualmente, conseguimos também saltar, o que gasta uma quantidade de energia bem maior do que a escalada. Além disso, utilizar cordas como forma de rapel.
Nosso pequeno companheiro não é apenas um figurante, ele também nos ajuda na escalada por meio de uma “magia”, na qual possibilita que que as plantas nos cenários se transformem de maneira a nos ajudar na nossa travessia. Mas a jornada não é fácil, além da barra de energia que oferece um desafio constante, as fases oferecem novos desafios e elementos que as tornam sempre únicas.
Valeu a pena?
Terminei esta análise do Jusant, e como pode perceber, não citei nenhum ponto definitivamente negativo. E isso já diz bastante coisa, não é mesmo? Se trata de um jogo muito competente, mas que pode ser meio lento ou parado para algumas pessoas, apesar de ser bem curto. Apesar de ter jogado no PlayStation, se você é um dos que tem Xbox, poderá acessá-lo sem custo extra por meio do Game Pass.
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