Kingdom Come Deliverance 2 é uma experiência imersiva sem igual – Review

Sempre tive vontade de testar o primeiro Kingdom Come Deliverance, me parecia um jogo original e bem competente no que se propõe, mas algumas coisas me mantinham longe dele. A principal delas era a preguiça, pois me parecia um jogo bem grande, e a segunda era outro tipo de preguiça. O jogo era totalmente em inglês, e ter que jogar e traduzir mentalmente me dava preguiça igualmente.

O jogo até teve uma atualização que adicionava o idioma português, porém, só chegou para o PC. Eu sou daqueles que prefere jogar no console, mesmo tempo um PC superior a ele, então decidi deixar para lá, mesmo que tivesse alguma vontade de testar o jogo. Até que a sua sequência foi anunciada, mostrando ser superior ao jogo anterior e adivinha? Desta vez com legenda, então é claro que não ia deixar esta oportunidade passar.

Brilhante!

Em algumas das reviews que já fiz para este site, deixei claro o quão pouco gosto de RPGs de fantasia medieval, o que já poderia indicar uma “red flag” para este jogo. Que bom que dei uma chance aqui, pois este é um dos RPGs mais brilhantes que já tive a oportunidade de testar. Mas é claro, existem alguns defeitos aqui e ali, como de costume, afinal, não temos nenhum jogo perfeito.

Mas como o jogo funciona? Bom, a primeira coisa que quero deixar claro é que, para aqueles que são superfãs de jogos em terceira pessoa, Kingdom Come Deliverance 2 pode não agradar muito. O jogo é em primeira pessoa do início ao fim, sem opção de ajustar a câmera, apesar de podermos ver o personagem nos diálogos e nas cutscenes do jogo.

Imersão de outro nível

A câmera em primeira pessoa aqui faz sentido, devo admitir, e acho que é a forma correta de ter esta experiência, e quem está falando isso é mais um dos fãs de jogos em terceira pessoa. O jogo é basicamente um simulador medieval, e a utilização de uma câmera em primeira pessoa ajuda e muito na imersão.

Kingdom Come Deliverance 2 é um jogo que tem como um dos focos o realismo, não só o foco, mas a sua proposta é toda baseada nisso. Nos controlamos Henry, cuja missão é escoltar um nobre, Hans Capon, que também tem uma missão: entregar uma carta para o Rei Von Bergow. Não quero comentar muito sobre a história do jogo, pois do início ao fim, o jogo é cheio de reviravoltas, mas posso deixar claro que vamos para caminhos inesperados no decorrer do jogo.

Uma gameplay genérica e original

No mercado, encontramos a rodo diversos RPGs em primeira pessoa de mundo aberto com a temática medieval. Este tipo de jogo não é em si uma novidade, temos alguns clássicos como a franquia The Elder Scrolls, e até recentemente tivemos o novo RPG da Obsidian, Avowed. Estes jogos inclusive, tem o bônus de podermos utilizar magias e outras coisas.

Mas em uma indústria lotada de jogos deste estilo, Kingdom Come Deliverance se destaca por sua maneira original de lidar com este gênero. É um RPG de mundo aberto medieval? É! Temos uma grande quantidade de combates em primeira pessoa? Temos. Vamos ler milhares de linhas de diálogos? Vamos! Mas ainda assim, o jogo consegue se manter original.

Um simulador de verdade

Quando disse que o jogo tinha um grande foco na imersão, não era brincadeira. Kingdom Come Deliverance 2 foca nisso, e com força, incluindo diversos elementos que o caracterizam como um simulador. E a primeira coisa que você tem que saber é que seu personagem não é um super-herói neste jogo, ele vai ter várias necessidades que precisaremos lidar.

A primeira delas é referente a alimentação do personagem, assim como ocorre em alguns jogos de sobrevivência, nosso personagem sente fome e precisa comer de tempos em tempos. Se ele ficar com fome por muito tempo, vai acabar morrendo, mas também não é só sair comendo qualquer coisa. As comidas têm sua “barra de vida”, então se dermos comida estragada, vamos ter que lidar com as consequências disso.

As comidas também têm suas próprias especificidades, por exemplo, tem comida que dá mais ou menos energia, comida que sacia mais ou menos, comidas que deixam o personagem bêbado, entre outras coisas. Podemos secar algumas comidas para que elas durem mais, além de fazer/comer algumas mais elaboradas.

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Não dá para jogar virado

Outra coisa que é essencial neste jogo é dormir. E se ficarmos com muito sono, a gameplay vai ficar bem piorada, pois começamos a sentir alguns sintomas, como tontura por exemplo, que torna muito difícil fazer qualquer coisa, por mais simples que seja. Então é sempre necessário ficar de olho na hora de dormir.

Mas podemos dormir em qualquer lugar? Não, temos que dormir em camas, das mais variadas que temos no jogo. Qualquer cama é suficiente? Bom, é, mas tem uma diferença: um bom sono é o que nos separa de uma cura rápida ou demorada. Muitas doenças ou feridas são curadas no sono (algumas não), então é preciso dormir bem para ser curado de forma efetiva, além da energia que é diretamente ligada a ela.

Como disse, precisamos de uma cama para dormir, e de início, talvez não seja uma tarefa simples de fazer. O que mais tem são casas no jogo, e dentro delas sempre tem uma cama, porém, se não tiver permissão do dono da casa para dormir nelas, correrá risco de ser preso. Então é mais um ponto a se ficar de olho.

Um RPG daqueles que vemos aos montes?

Bom, se está esperando encontrar uma árvore de habilidades semelhantes àquelas que encontramos em diversos jogos, que nos dão novas habilidades, poderes e coisas do tipo, Kingdom Come não é o jogo que você vai encontrar isso. Aqui, até podemos “upar” o personagem, mas serão sempre habilidades passivas. Ou seja, nada de “ultras” ou coisas do tipo.

Existem alguns pontos que podemos utilizar para melhorar determinados status, e vamos ganhando esses pontos de forma bem natural. Por exemplo, utilizando os cavalos, vamos ganhando pontos que podem ser utilizados para melhorar a equitação, dando ordens e interagindo com o cachorro, vamos ganhando pontos de adestramento, lutando vamos ganhando pontos para armas, e assim por diante.

Um combate no mínimo complexo

Um ponto que me deu uma certa dificuldade no jogo foi o combate. Desde já, quero deixar claro que aqui não existem escolhas de níveis de dificuldade, porém, o jogo não chega a ser punitivo, mas nem por isso ele vai ser fácil. No jogo podemos golpear os inimigos em quatro direções: golpes por cima, baixo e para os lados.

Os inimigos sempre que defendem ou atacam, vão utilizar a mesma lógica, o que nos dará alguma abertura para atacar, porém, o mesmo serve para o nosso personagem. Até podemos aprender alguns combos, mas aqui vai ser tudo de forma bem manual, não vai ter nada no jogo que vai te facilitar nas lutas.

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Porém, temos uma boa variedade de armas, desde armas de curta, média e longa distância. A curta, temos uma grande variedade de espadas (recomendo focar no montante, que é uma espada de duas mãos), maças, machados, adagas etc. E temos também de longa distância como arcos, bestas e até algumas armas de fogo embrionárias.

Mas atirar de longa distância também não é uma tarefa fácil, novamente o jogo vai para o lado mais realista na hora de mirar, e recarregar também requer um tempo bem grande, que nos deixa indefesos a ataques de inimigos. E quando tem mais de um inimigo? Bom, nestas horas o “bagulho fica doido”.

Armaduras não são só cosméticos

Cada arma possui seus status, como dano e coisas do tipo, e algumas até tem pré-requisitos, e o mesmo pode ser falado das armaduras que temos aqui. E as armaduras são uma das coisas mais importantes que temos em Kingdom Come Deliverance 2. O dano que sofremos dos inimigos não é só abaixar a vida por aqui.

Além da barra de vida, a de energia também desce quando tomamos dano, podemos quebrar algum osso, termos concussões, sangramentos, entre outras coisas que vão nos matando lentamente. E nem adianta estar com a vida cheia, se estiver com um sangramento e ele chegar ao máximo, já era.

Uma boa armadura pode te proteger destas coisas, mas é importante deixar claro que uma armadura aqui é composta de diversas partes. Se me lembro bem, na cabeça temos quatro parte de armadura, no torso temos umas 5 partes, e nas pernas mais umas quatro ou cinco partes, e todas elas precisam ser boas para termos um resultado efetivo.

Assim como ocorre com as armas, cada peça da armadura tem uma “vida”, e quando chega a zero, ficamos mais expostos aos ataques. Temos um kit no qual podemos consertar alguns itens, mas para itens mais complexos, precisamos ir ao ferreiro (a menos que melhore a proficiência de artesão).

Comércios é o que não falta

Uma parte essencial do jogo são os groshens, o dinheiro do jogo, e sem ele, podemos ter uma vida difícil neste universo. Podemos adquirir dinheiro conseguindo trabalho ou saqueando os inimigos que vamos matando no decorrer do jogo, mas pode ter certeza de que o jogo não vai te dar dinheiro em abundância de mãos beijadas.

Por meio do dinheiro, podemos fazer diversas coisas, é claro, comprar itens, sejam quais forem, é uma delas. Mas temos diversos serviços que precisamos de dinheiro para utilizar, como por exemplo tomar um bom banho (isso é importante no jogo), pagar o perdão de diversos pecados e crimes, subornar e até mesmo pagar o serviço das primas, se é que me entende.

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Como citamos, existem crimes no jogo, que são uma maneira de conseguir dinheiro mais rápido, mas isso tem suas consequências. Podemos matar pessoas para saqueá-las, invadir as casas enquanto dormem e roubá-las, caçar animais ilegalmente e vender os espólios, entre outras coisas.

Encontramos diversos baús no jogo, e se não roubarmos as chaves dos donos, podemos arrombá-los por meio de gazuas. Falo isso sem um pingo de duvidas, este jogo possui o pior sistema de “lockpick” que já vi em toda minha vida. Conforme melhoramos a habilidade de roubo, vai se tornando mais fácil de lidar, mas nunca, repito, nunca a mecânica se torna decente. Ela é simplesmente ridícula, isso sem dúvidas.  

Um mundo vivo

Algo que impressiona em Kingdom Come Deliverance 2 é a forma como o mundo parece vivo. Você sempre vai encontrar animais rodando pelo mapa e pessoas transitando neles. Os NPCs estão de olho em tudo o que você faz pelo mundo. Se cometer algum crime na frente deles, eles vão reparar e te denunciar, a menos que você os satisfaça de alguma forma.

Você cometeu algum crime que causou alguma comoção e foi embora? É provável que algum NPC vá te relacionar ao crime se estiver “na cara”, eles são inteligentes a este ponto. E fora das cidades, se não ficar de olho, alguns NPCs com má índole vão tentar te emboscar, as vezes até fingir que são amigáveis e tentar te pegar de surpresa.

Os diálogos do jogo também são importantes nas relações com os personagens, pois eles vão lembrar de coisas que você disse, e isso influencia na sua reputação. Se você estiver relacionado a morte de algum conhecido de algum personagem, eles vão saber e te julgar por isso. Realmente, neste sentido o jogo é impressionante.

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Enredo igualmente vivo

Sabe, existe uma moda de jogos com escolhas, que vão fazer a história mudar, na teoria. E grande parte dos jogos que prometem isso, tem mudanças tão sutis que nem vale a pena existir. Mas o mesmo não pode ser dito de Kingdom Come Deliverance 2. As mudanças aqui são impressionantes, mudando até mesmo o rumo da história.

Temos uma infinidade de diálogos por aqui, este inclusive é o jogo com maior roteiro da história. Porém, os diálogos são sempre interessantes, e apesar de estarem em um número muito grande, não incomodam em nenhum momento. E conversar é importante, pois podemos aprender coisas e utilizar as informações a nosso favor, isso pode até impedir uma briga e vai melhorar nossas habilidades de lábia.

As nossas escolhas podem ter um impacto imediato, mas também podem impactar horas depois, mudando cenas inteiras, criando guerras ou impedindo elas de acontecer. É muito legal ver que nossas escolhas têm uma consequência, mesmo que quase sempre ela seja negativa.

O ritmo do jogo é bem lento, até que chega um momento que o ritmo aumenta para valer. E aí o ritmo abaixa de novo, e depois aumenta de novo. É uma boa história, isso não dá para negar, mas o jogo possui um problema de ritmo que pode incomodar bastante, a mim pelo menos, incomodou bastante.

Vale a pena, afinal?

Apesar de existirem alguns problemas como o ritmo citado, o combate por diversas vezes é bem desbalanceado, alguns NPCs têm super audição e visão, mesmo a noite, entre outros problemas, não tem como falar que não vale a pena testar este jogo, e para aqueles que acham que para comprar um jogo, ele tem que ser longo, este jogo vai te prender por dezenas e até mesmo centenas de horas.

Temos um vasto mundo aberto, muito belo, construído na CryEngine, que me lembra os saudoso Crysis. Os mapas do jogo nos possibilitam muita exploração, com diversos itens para coletar e animais para caçar e enfrentar. O visual do mapa é muito bom de fato, é possível melhorar, mas o que entrega é mais do que suficiente. Testei o jogo no PS5 Pro e o jogo rodou lindamente em 60 fps sem queda de frames perceptíveis (com exceção da hora de salvar que sempre trava, mas é compreensível)

Os visuais dos personagens já pecam um pouco, por exemplo, repetindo a exaustão modelos de personagens, mesmo que estejam envolvidos de forma profunda na história. Isso incomodou um pouco, mas o jogo possui tantos pontos positivos que estes pequenos pecados podem ser deixados de lado. Não há dúvidas de que Kingdom Come Deliverance 2 valha a pena de ser adquirido.

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