Lost Records: Bloom & Rage (FITA 1: Bloom) – Review

review de Lost Records: Bloom & Rage Fita 1

AVISO: Seja bem-vindo ao review da FITA 1 de Lost Records: Bloom & Rage. Como o jogo é dividido em duas partes, a nota final deste texto será baseada apenas na FITA 1 do jogo. Portanto, não a considere para o jogo completo, que chegará em 15 de abril.

Aclamado por ter criado a franquia Life is Strange, a Don’t Nod acabou deixando a franquia de lado em 2018, após o desenvolvimento de Life is Strange 2. O motivo dessa ocorrido foi que para um acordo de publicação do primeiro Life is Strange, a Don’t Nod acabou vendendo a IP para a Square Enix.

Após alguns debates de direção artística, a Square Enix acabou colocando a Deck Nine para produzir a franquia, enquanto a Don’t Nod teve uma aquisição minoritária por parte da Embracer, e acabou indo para outros caminhos, desenvolvendo novas franquias e auto-publicando os seus jogos.

Nesse meio tempo vimos o estúdio desenvolvendo e/ou publicando jogos como Tell me Why, Twin Mirror, Harmony: The Fall of Reverie, Jusant e o mais recente Banishers: Ghosts of New Eden.

Após os três mais recentes jogos terem ido para um caminho completamente diferente do que os jogadores estavam acostumados à ver do estúdio, agora estamos de volta com Lost Records: Bloom & Rage, uma nova franquia que se assemelha muito à Life is Strange, e mostra que esse é o estúdio certo para jogos no estilo.

Captura por @otaldomarcosh

Lost Records: Bloom & Rage é uma aventura dividida em partes

Enquanto os jogos da franquia Life is Strange eram divididos por capítulos, Lost Records é dividido por duas fitas, chamadas de Bloom e Rage, se assemelhando algo à As Dusk Falls, do estúdio Interior/Night, que também foi dividido em dois livros.

Lost Records: Bloom & Rage tem seu início dentro de um carro, com a visão em primeira pessoa com a protagonista Swann falando ao telefone com sua mãe e se passando no ano de 2022. De início, o jogo assusta um pouco visualmente, devido ao realismo não habitual nos jogos da Don’t Nod e o fato do jogo estar em primeira pessoa.

Com o passar do tempo você descobre que está controlando a Swann já em sua fase adulta, e ela está indo encontrar sua amiga de infância Autumn, onde tiveram inúmeras aventuras há 27 anos atrás, e agora algo estranho aconteceu, levando-as novamente para a cidade em que cresceram e forçando-as à se reencontrarem.

Durante as conversas, as duas relembram momentos que passaram juntas, transportando então os jogadores para 1995, onde o jogo começa a se assemelhar mais com Life is Strange, Tell me Why e outros jogos da Don’t Nod, tendo sua visão em terceira pessoa, o clima mais “amigável”, belas canções e muitas cores.

Em 1995 vemos a personagem Swann desde a sua adolescência só até a formação da Bloom & Rage, uma banda de punk formada por Swann, Nora, Kat e Autumn. A história então é desenrolada através das lembranças e desenrolando o motivo do reencontro das personagens.

Personagem Autumn no presente. Captura por @otaldomarcosh

Lost Records inova na interação com o mundo e personagens

Enquanto víamos Max utilizar seus poderes para retroceder no tempo, aqui Swann tem a capacidade de registrar tudo o que vermos pelo caminho. Pegue sua câmera e faça gravações de momentos divertidos e hilários com suas amigas, ou então registre pássaros, paisagens e até mesmo coisas bizarras, que ficarão em suas lembranças.

A gravação irá te ajudar a desvendar grandes mistérios, ou à fazer divertidos clipes através do editor do jogo, que apesar de simples permite você adicionar quatro gravações na ordem que desejar, transformando os vídeos na qualidade de VHS da época, fazendo parecer uma gravação real.

Os diálogos agora também estão diferentes em Lost Records. Você encontrará diálogos convencionais, alguns diálogos que só são desbloqueados após você analisar certos objetos no cenário ou escolher alguns diálogos anteriores e até mesmo a opção de não responder alguns dos diálogos, fazendo com que haja um rumo diferente na conversa.

Vale considerar também que há uma mudança muito importante nos diálogos em Lost Records comparado aos jogos anteriores da Don’t Nod. Aqui você não irá interromper as falas dos outros personagens. Sempre que você escolher uma linha de diálogo, Swann acaba esperando a outra personagem falar antes de realizar a ação.

Isso não significa que você irá esperar o assunto da outra personagem se encerrar por completo, ela costuma interromper sim, mas não no meio de uma frase, o que deixa os diálogos um pouco mais imersivos e mais realistas.

Kat, à esquerda, e Swann à direita. Captura por @otaldomarcosh

Os diálogos influenciam os relacionamentos das personagens

Ao escolher uma linha de diálogo no Lost Records: Bloom & Rage você verá algum ícone aparecer em cima da linha que você escolher. como um coração completo, um coração rachado ou uma planta crescendo.

O coração é autoexplicativo, onde ele completo é um avanço no relacionamento com a personagem, e ele rachado significa que aquilo não foi uma boa escolha para o relacionamento das personagens.

Já a planta crescendo significa que é uma escolha que trará consequências no futuro, seja de algum nome escolhido, uma ação que possa vir a influenciar em um momento importante e muito mais.

Então, lembre-se que suas palavras e ações irão definir os relacionamentos e muitos acontecimentos da história de Lost Records, influenciando até mesmo na personalidade de Swann e nos laços das personagens ao longo dos 27 anos.

Vale a pena jogar a FITA 1 de Lost Records: Bloom & Rage?

Mesmo com a não participação da Don’t Nod em Life is Strange: Before the Storm e Life is Strange: True Colors, eu acabei gostando bastante desses dois jogos (sim, deixei de lado o Life is Strange: Double Exposure). Mas, depois de jogar Lost Records: Bloom & Rage, eu percebi o quanto a Don’t Nod faz falta em Life is Strange, e o quão superior é o estúdio em comparação à Deck Nine.

Lost Records: Bloom & Rage mesmo sem abusar de poderes consegue fazer uma história extremamente intrigante e um gameplay que cativa o jogador, conseguindo induzi-lo a registrar todos os momentos possíveis e procurar os colecionáveis no cenário com a câmera de Swann.

Em apenas cerca de 6 à 8 horas de jogo, que é o que a Fita 1 oferece, você consegue ver inúmeras novidades como a mudança nos diálogos, os visuais extremamente impressionantes principalmente quando estamos jogando com Swann adulta e a trilha sonora impecável que a Don’t Nod já ofereceu para os jogadores inúmeras vezes.

Se a Don’t Nod tivesse os direitos de Life is Strange, certamente esse seria Life is Strange 3. Um jogo que possui uma história impecável, momentos sombrios, teorias sendo criadas na cabeça do jogador e personagens carismáticos, impactantes e extremamente bem desenvolvidos.

Estou extremamente ansioso não só pela Fita 2 de Lost Records: Bloom & Rage, mas também para que essa seja uma franquia longeva e com muitos outros jogos.

Lost Records: Bloom & Rage já está disponível para PC, PlayStation 5 e Xbox Series. Obrigado Don’t Nod, por confiar em nosso trabalho e nos enviar uma chave antecipada do jogo.

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Fundador do Save State / Editor-Chefe da Nerds da Galáxia / Redator do Critical Hits e Trecobox. Cursando Bacharelado em Jornalismo. Amante do Mundo Aberto, Assassin's Creed, FIFA e mais,