Leia logo abaixo se vale ou não a pena jogar Mark of the Deep.
Em 2021 eu tive a ilustre oportunidade de jogar Dandy Ace, um incrível roguelike onde o protagonista era um fabuloso mágico, em busca de derrotar o Ilusionista de Olhos Verdes para se libertar de um espelho amaldiçoado.
Dandy Ace seguiu a fórmula que estava tão em alta naquele momento, mas conseguiu fazer com exímio, trazendo cores vibrantes, personagens extremamente carismáticos, uma história concisa e uma gameplay impecável.
Quando soube de Mark of the Deep e de seu desenvolvimento partir da Mad Mimic, o mesmo estúdio de Dandy Ace, minhas expectativas cresceram, e agora o jogo chegou.
Descubra logo abaixo se o jogo consegue manter o nível em comparação à Dandy Ace, o jogo anterior da Mad Mimic, e se vale ou não a pena jogar.
Mark of the Deep é uma aventura sobre piratas
Em meio à uma tempestade, Marcus Ramsey e sua tripulação veem o navio naufragar em uma mística ilha, que até então apenas era conhecida através de contos. Sem muita opção, Rookie, como Marcus também é chamado, têm como única alternativa explorar os mistérios da ilha em busca dos marinheiros desaparecidos.
Dessa forma, você irá explorar a ilha no melhor estilo souls like, ao mesmo tempo em que encontra elementos de metroidvania, enfrentando monstros abissais, criaturas mortas-vivas e cultistas.
O metroidvania é mais marcante que Souls Like em Mark of the Deep
Embora o jogo tente se aproximar do estilo Souls que remete inclusive a jogos como No Rest for The Wicked e Death’s Door, Mark of the Deep acaba se aprofundado mais no gênero metroidvania, usufruindo bastante da mecânica de progressão.
Você irá se encontrar passando por lugares mais de uma vez em sua jornada, já que será bem comum você necessitar de algumas habilidades, armas e acessórios para fazer a travessia em alguns ambientes, como é o caso da Pederneira, uma arma de longo alcance que irá lhe ajudar a abrir algumas portas, ou o gancho, que permite se locomover para locais distantes.
Uma jornada misteriosa e com múltiplos finais
Enquanto desvenda os mistérios da ilha, resgata seus companheiros e faz novos aliados durante sua jornada, você também será pego em momentos em que precisa fazer difíceis decisões, que irão determinar qual final você terá no jogo.
Isso faz com que o jogo tenha um certo fator replay, apesar de que com a experiência metroidvania, pelo menos pro meu gosto pessoal, pode acabar se tornando um pouco maçante refazer a jornada.
Um bom jogo mas que deixa com um sentimento de dúvida
A Mad Mimic em suma consegue transmitir a qualidade de desenvolvimento que já havia provado em Dandy Ace aqui em Mark of the Deep, mas ao mesmo tempo demonstra ter tido algumas dificuldades quanto ao gênero escolhido para o jogo.
Enquanto Dandy Ace possui uma gameplay brilhante, com extrema responsividade e um grande dinamismo, Mark of the Deep carece um pouco desses detalhes. Senti um pouco de falta de resposta no combate, tanto nas esquivas como no “delay” para terminar o golpe e esquivar. Simplesmente não encaixou direito.
A trilha sonora e a ambientação do jogo também não conseguiram entregar o que eu esperava de Mark of the Deep, ficando bem abaixo das minhas expectativas.
Vale a pena jogar Mark of the Deep?
Se há uma coisa que sempre pode ser um problema para um jogo são as expectativas criadas em cima dele. Dandy Ace, o jogo anterior da Mad Mimic, foi pra mim não apenas uma grande surpresa, mas um exímio jogo.
Devido a isso, coloquei uma carga muito grande de expectativas no jogo, e provavelmente esse foi o grande problema. Não é todo dia que um estúdio indie situado no Brasil irá conseguir alcançar feitos incríveis, principalmente devido à falta de orçamento.
O fato de que Dandy Ace foi publicado pela NEOWIZ, a mesma publisher por trás de jogos como Bless Online e Lies of P, é notável que o seu orçamento deve ter sido muito maior que Mark of the Deep.
Levando os dois fatos em consideração, a expectativa e a publisher envolvida no jogo, é notável que o estúdio ainda sim conseguiu construir uma boa experiência, que além de ter um certo carisma e um belíssimo visual, novamente conseguiu entregar um jogo totalmente localizado em Português do Brasil, inclusive com dublagem, que por sinal é excelente.
Em resumo, como uma obra única, Mark of the Deep é um jogo muito bom e que deve agradar os jogadores que são fãs do gênero e principalmente de jogos indies, deixando apenas a desejar em sua trilha sonora e na responsividade dos controles.
Mark of the Deep está disponível para PC, PS4, PS5, Xbox One e Xbox Series. Obrigado Masamune pelo envio do código antecipado de review.
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