Acho incrível quando nossas influências culturais são colocadas em uma obra, principalmente quando derivam de pessoas contemporâneas a mim, pois é aí que enchergamos como essas influencias nos tornam distintos de outras obras oriundas de países que estamos bem acostumados. Mullet Mad Jack mostra como essa mistura pode resultar em algo carismático e original.
Carismático desde o início
Mullet Mad Jack é um jogo que carisma, quando eu coloquei o jogo para rodar no meu computador me senti na área de games de um shopping no final dos anos 90 com máquinas coloridas, cheias de barulho só esperando por uma ficha para ser colocada.
Já de cara no menu achei super interessante uma opção de unboxing, onde é possível fazer um unboxing do jogo como se ele tivesse sido lançado para PC em uma daquelas caixonas que vinham com CD-ROM, manual e vários outros detalhes, o jogo praticamente já me ganhou antes mesmo de começar a jogar somente por esse detalhe.
Rogue bem light
O jogo funciona com uma estrutura de Rogue Lite, porém apenas no sentido de que o jogo tem mapas procedurais e seleção de upgrades que você pode fazer no final de cada nível. Caso você morra você volta para o início da fase em que estava, o que eu acho bem razoável visto que eu já estou um pouco cansado dessa estrutura em tantos jogos indies, porém a forma como Mullet Mad Jack faz é simples e efetiva.
Delicinha de gameplay
O gameplay é definitivamente a cereja do bolo, quando eu digo que é frenético, tente multiplicar isso pela quinta potência, o jogo não para! Você sente na pele a dopamina que o jogo ainda coloca como conceito dentro da história, parece que eu estou a todo momento perto de perder a minha suada ficha que acabei de colocar nessa máquina lindíssima no arcade do shopping.
É muito dificil balancear um jogo de tiro dessa forma, no sentido de você se sentir recompensado a todo momento, de se sentir no “flow” do jogo quase como uma hipnose, é incrível o que o pessoal da Hammer95 fez aqui.
Synthwave é o negócio
A trilha sonora acompanha o visual retrô-futurista com músicas agitadas no estilo synthwave, além da trilha os efeitos sonoros são muito bem trabalhados e funcionam muito bem com o jogo todo, é um casamento perfeito entre visual e música.
Charme
Visualmente o jogo faz uso de sprites para as armas e inimigos o que da aquele tom meio “Doom” ao jogo porém de uma forma totalmente original. Como a arte não segue uma linha de pixel-art e sim algo mais definido você quase não percebe que se tratam de sprites, os cenários são muito bem feitos e a medida que você vai progredindo eles vão ficando cada vez mais complexos.
GOTY do Brasil
Mullet Mad Jack é um jogo essêncial para qualquer saudosista de jogos arcades frenéticos, a única maneira que eu imagino esse jogo ficando melhor ainda seria fazer ele funcionar com uma lightgun, mas já que a nossa tecnologia evoluiu tanto a ponto de ainda não ter uma forma de reproduzir uma lightgun eu fico satisfeito de jogar com mouse e teclado. Não perca esse jogo é uma carta de amor à nostalgia e principalmente uma referência absurda do nosso potêncial cultural, uma obra nacional que já está fazendo muito barulho lá fora e eu desejo apenas o melhor para a galera da Hammer95, sucesso!
Mullet Mad Jack está disponível em todas as plataformas atuais, o review foi feito na versão de PC
