Após o grande sucesso dos dois primeiros jogos da saga da Aloy, temos pela primeira vez uma história onde assumimos o papel de outro personagem nesse mesmo mundo, mas a história Ryas vale a pena? É o que vamos discutir!
É de conhecimento público que um óculos VR não é uma das coisas mais acessíveis hoje em dia, o próprio PSVR2 por exemplo custa mais que o próprio PS5 (e isso é uma grande barganha dado as suas especificações e preços de rivais), ou seja, grande parte do público geral não terá acesso a ele. E nem mesmo é esperado isso já que a expectativa da própria Sony é nivelada nesse sentido. Mas para que essa informação?
Bom, essa informação foi passada para exaltar um aspecto do jogo que o torna ainda mais especial, que é a sua localização. O jogo está totalmente localizado em português do Brasil, e isso demonstra um grande cuidado da parte da Sony, que sim, já é de costume, mas novamente, o público alvo é extremamente limitado, ainda mais em nosso país cujas condições financeiras não são as melhores. E ainda assim, podemos aproveitar o jogo totalmente.
O chamado da Montanha
Dito isso, podemos dizer que Horizon Call of The Moutain é praticamente um simulador de escalada. E isso pode ser tanto um ponto positivo quanto um negativo. Começando pelo lado positivo, as escaladas são muito divertidas e variadas, mas em compensação, pode ocorrer de o jogo se tornar um pouco repetitivo no decorrer das suas 8 horas de duração. Mas isso aconteceu comigo? De jeito nenhum!
Fazia tempo que não tinha um jogo que me prendesse dessa forma, tanto por sua diversão e desafios quanto por sua história que inicia calmamente mas que vai encorpando bastante no decorrer da jogatina. Como já dito, nós entramos na pele de Ryas, um carja das sombras que foi preso por traição. Porém, no decorrer de sua jornada, somos atacados pelos famosos “dinobots” da franquia.
Algo está acontecendo, fazendo com que os robôs fiquem descontrolados, atacando aldeias e qualquer pessoa que virem pela frente. Urid, irmão do Ryas está desaparecido, e talvez ele tenha respostas sobre o que está acontecendo com os robôs. Partimos então em uma jornada em busca do Urid, para reencontrar nosso irmão, entender o que está acontecendo com os robôs e de quebra, recuperar a nossa liberdade.
A boa e velha qualidade na simplicidade
A premissa é bem simples, mas suficiente para deixar a história interessante por toda a nossa jornada. Mas então, vamos falar de como o jogo funciona em si. Como dito, temos muitas escaladas no jogo, e para isso, conseguimos diversas ferramentas que variam bastante toda a travessia. Cada uma dessas ferramentas funciona de maneira única, com gestos totalmente diferentes.
Tudo isso funciona de maneira bem confortável por meio dos diversos gestos possíveis com o uso do PSVR2 Sense, que acompanham o óculos VR. Disse que é confortável, mas isso pode ser discutido. Isso pois apesar de tudo funcionar de maneira correta, em grande parte do tempo, fazemos movimentos de escalada, e isso pode ser fisicamente cansativo.
Os jogos em realidade virtual naturalmente são mais cansativos que os jogos mais tradicionais, mas em Horizon Call of the Mountain, isso é um pouco mais elevado, mas se você procura um exercício sem precisar sair de casa, pode ser uma boa. Para andar pelos cenários fora dos momentos de escalada, de padrão, movemos os braços para cima e para baixo, o que é um pouco cansativo com o tempo, mas que pode ser alterado nas configurações.
Muitas opções
Falando em configurações, temos aqui mais um diferencial que é a quantidade de opções de acessibilidade, bem acima das vistas em outros jogos. A jogabilidade é totalmente personalizável, tanto para torná-la ainda mais divertida quanto para aqueles que possuem alguns problemas de saúde como a cinetose.
E apesar de termos muitos momentos de escalada, o jogo não é só isso. Outro ponto que também considero muito forte são os combates que temos no jogo. Podemos enfrentar muitas das criaturas que conhecemos na jornada da Aloy, e assim como nos jogos anteriores, é necessário utilizar estratégias diferentes para derrotar cada uma delas. E não pense que vai ser fácil, a cada batalha que passamos, mais desafiadoras elas ficam, porém, em nenhum momento se tornam punitivas.
Se nas escaladas temos muitas opções de ferramentas, nos combates também temos algumas, e assim como na escalada, cada uma das armas traz uma experiencia totalmente única e funciona muito bem, é divertido e muito agradável. Porém, diferente das escaladas, que na maior parte do tempo é tranquila, nos combates, a tomada de decisão é feita de maneira muito mais rápida, requerendo um raciocínio rápido e movimentos ágeis. Mas novamente, temos opções de acessibilidade que facilitam os combates.
Outro atrativo em relação ao jogo é a sua relação com a jornada da Aloy, além de encontramos a própria no jogo, temos alguns outros personagens conhecidos da franquia que trazem aquele sentimento de nostalgia que todo mundo gosta. Os personagens, tanto os humanos quanto robôs, são modelados de forma muito satisfatória, no sentido de estarem muito bem feitos, isso sem contar a física do jogo que se aplica a quase tudo que encontramos no caminho, funcionando de forma muito realista e trazendo algumas interações muito divertidas no decorrer da jornada.
Um deslumbre visual
E se os personagens e física estão muito bem-feitos, o que falar do visual dos cenários? É um dos jogos mais bonitos que já vi levando em consideração os jogos VR, sendo comparável até mesmo a jogos mais tradicionais. E toda essa beleza é muito bem traduzida nos diversos cenários magníficos que contemplamos no decorrer da história.
E os cenários não são apenas bonitos, como também são bem variados, tornando cada experiência única, e a imersão então, nem se fala. Desde o primeiro até o último instante do jogo, fiquei boquiaberto diversas vezes, é de fato uma experiência como nenhuma outra e que infelizmente não pode ser aproveitada por muitos.
O visual incrível contribui muito para a imersão no jogo, mas a parte sonora também não faz feio, tanto falando em sons ambientes como na própria trilha sonora. O jogo faz um bom uso do sistema de som 3D do PlayStation, principalmente nos momentos que estamos sendo perseguidos por algum inimigo, ou que estamos tentando passar de forma despercebida.
Por meio do Tempest 3D, podemos ouvir exatamente de onde os inimigos estão vindo, e assim planejar a melhor maneira de evitar o combate ou até mesmo antecipar o inimigos e já ataca-lo antes que esteja preparado. Um ponto positivo do PlayStation VR2 é que na caixa já temos um fone de ouvido, o que é muito útil para aumentar a imersão, conectado ao óculos por meio de uma conexão P2.
E além da Tempest Engine, após uma atualização recente, tivemos acesso aos canais Dolby Atmos. Isso possibilita um som surround de alta qualidade e sem necessariamente precisar utilizar fones de ouvido.
Uma jornada cheia de sensações
A parte visual e sonora já seria suficiente para uma experiência imersiva, mas o PlayStation VR2 vai além disso por meio do Haptic Feedback, muito bem utilizado em Horizon Call of the Mountain, além dos próprios gatilhos adaptáveis que torna a experiência ainda mais verossímil. No jogo temos uma imersão que somente o headset de realidade virtual da Sony pode oferecer, e com Horizon, temos um benchmark de tudo o que podemos ter nele.
Além do modo história, temos também mais dois modos de jogo, um baseado em diversos desafios e outro onde temos uma visão melhor dos inimigos que encontraremos no jogo, e esses modos podem ser acessados no menu principal, que é possível ser controlado apenas por nossos olhos, por meio do rastreamento ocular do PSVR2.
É assustador o nível de tecnologia encontrado nos óculos de realidade virtual de PlayStation e o mais impressionante é que ele, além de ser fácil de conectar e configurar, ainda é muito leve, confortável e ajustável. A experiência se torna confortável em todas as três opções de modo de jogar, sendo elas jogar sentado, em pé ou em movimento e em escala do ambiente. O jogo possui suas 8 horas de gameplay, mas infelizmente é pouco provável que o PS VR2 Sense dure todo esse tempo de bateria, mas também não é aconselhável utilizar os óculos por tanto tempo assim.
Após todo esse texto, acho que ficou perceptível o quanto fiquei satisfeito com a experiência que tive, tanto com o PlayStation VR2 quanto com o Horizon Call of The Mountain, e agradeço a PlayStation Brasil por ter nos dado essa oportunidade. Se você tem condições de investir nesse incrível acessório, recomendo fortemente e em conjunto com ele, Horizon Call of The Mountain vai trazer uma experiência ainda mais enriquecedora. Mas apesar disso tudo que foi dito, você acha que vale a pena? Diz aí nos comentários.
E o PlayStation VR2?
Este jogo é praticamente um showcase dos recursos de headset de realidade virtual da Sony, assim como Astro’s Playroom faz com o Dualsense. Então, como já dito, todas as funções presentes no óculos de realidade serão utilizadas, seja elas o som 3D, o Haptic Feedback, o PSVR2 Sense, etc. E após jogar dezenas de jogos em realidade virtual, acredito que já tenha um veredito sobre o headset.
Em geral, após estes meses com o acessório da PlayStation, não me arrependi em nenhum momento. Mas isso n]ao significa que ele não tenha coisas que podem melhorar, e a principal é a bateria do PSVR2 Sense. Além de durar pouco, o carregamento é feito individualmente se for carregar por meio do PS5. Parte deste trabalho é resolvido por meio de um carregador proprietário da Sony, que é vendido a parte.
Uma decepção…
Mas se existe um ponto que me deixou muito incomodado mesmo são as lentes do óculos. Não digo em relação a tecnologia aplicada nela, afinal, temos uma tela 4K com uma taxa de atualização de 120hz e um painel OLED. Pouca coisa, não é mesmo? Porém, apesar de ser recomendado em todos os lugares que olhar, utilizar óculos pode ser um problema. Isso pois, apesar de recomendado, ambos os óculos, meu pessoal e o de realidade virtual, se arranharam.
Após o problema, vi que existem lentes que protegem as lentes, e isso me pouparia uma insatisfação como essa. Bom, apesar disso, consigo jogar de forma bem agradável, mas um dia devo precisar investir um dinheiro para resolver este problema, mesmo que por toque meu.
Mas muitos benefícios
Bom, já deixei claro que não me arrependo de ter adquirido, e isso é decorrente de diversos aspectos. O primeiro deles, já citado, são as tecnologias presentes nele, que em termos de imersão e valor, o tornam insuperável. A mobilidade, pois, diferente da primeira versão onde tinhamos diversos cabos, nesta segunda versão, toda a conexão com o console se dá por meio de apenas um cabo USB-C. E este cabo é bem longo, além de aparentemente ser facilmente substituível.
O PSVR2 funciona sem a necessidade de uma câmera externa, como era com a versão anterior. Nesta nova geração, as quatro câmeras de rastreamento se encontram no próprio headset, e isso possibilita jogar em uma espaço reduzido, que antes não era possível. Mas ainda assim, existem jogos que necessitam de um espaço maior, e nestes casos, não tem muito para onde correr. Caso tenha curiosidade, o maior espaço que um jogo pode exigir são 3x3m, sendo que a maioria dos outros podem ser jogados em um espaço menor.
E por último, o ponto mais importante e mais positivo que encontrei no jogo é a enorme biblioteca de jogos que o headset possui. Já no lançamento, a quantidade de jogos disponíveis era bem grande, mas se olhar hoje em dia, existe uma infinidade de novas histórias e experiências disponíveis. Poucos são os jogos que eu achei fracos em qualidade, e o melhor é que a imensa maioria possui um valor bem abaixo dos jogos mais tradicionais.
O meu veredito é que, se tiver condições de investir neste acessório, recomendo fortemente. As experiências que tive não possuem nada igual, mesmo em outras mídias. Por mais que em grande parte, sejam experiências simples, a imersão que elas possibilitam é de outro mundo. Foi um daqueles dinheiros muito bem gastos.
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