O PlayStation Portal é tão inútil quanto falam? – Review

Esta geração tem sido uma das mais ativas da Sony em relação a criação de acessórios para o PlayStation, indo desde fones variados, um dualsense aprimorado até um controle de mídia (sim, basicamente um controle de TV). E mesmo com a existência deste último, o acessório mais questionado pelo público foi o famigerado PlayStation Portal.

Por mais que eu não concorde com a crítica exagerada que temos hoje em dia por qualquer coisa, em relação ao Portal, há um certo sentido. Tudo começa pelo preço, que é semelhante ao que encontramos por exemplo no Switch Lite, sendo apenas um reprodutor remoto, ou seja, os jogos que rodam nele são apenas por streaming.

Confesso que isso não me impediu de ter interesse nele, mas isso é algo que não necessariamente tem a ver com ele, sempre quero comprar tudo do PlayStation, mas por uma obra do destino, não peguei. Até que tive uma oportunidade, novamente do destino, e hoje posso falar um pouco sobre a experiência que tive com ele por mais de um mês.

Uma boa surpresa

O bom de se manter as expectativas baixas é que a chance de sermos surpreendidos é bem maior, e no caso do Portal, não poderia ter sido melhor. Passei por alguns perrengues, devo admitir, mas o saldo por aqui foi totalmente positivo. A começar pelos materiais que o compõem.

Temos uma tela generosa por aqui, e devo admitir que é uma tela surpreendentemente boa. Eu aqui em casa tenho algumas televisões, e 70% destas telas são OLED, ou seja, tenho um pouco de experiência em termos de qualidade de imagem. E aí vamos para o Portal com sua tela LCD de oito polegadas 1080p com 60 FPS.

Pode parecer pouca coisa, mas o nível de brilho, definição de imagem e cores me surpreenderam demais. A definição seja talvez a maior surpresa, afinal, estamos falando de um reprodutor remoto. Mas vamos falar sobre isso de forma mais detalhada mais tarde.

Uma tela de respeito

O pico de brilho é bem interessante, e impressiona o fato de a bateria durar umas boas horas mesmo estando com o brilho no máximo. As cores são boas, bem condizentes com a “realidade”, sem estar supersaturada. Porém, se assim como eu, tiver telas de boa qualidade em casa, vai ser necessário ajustar o nível do HDR, pois está longe de ser o nível de uma OLED C4 por exemplo, até mesmo a C1, e jogar da forma que foi configurada para estas TVs vai gerar um branco bem estourado.

A saída de som do Portal também é bem satisfatória, mas dependendo do tipo de jogo que estiver jogando, ela pode não dar conta (em termos de graves e coisas do tipo). Porém, temos a possibilidade de utilizar fones de ouvido, e este é um dos pontos negativos dele.

O som tem um defeito grave

Conectar fones de forma cabeada é supersimples, porém, o mesmo não pode ser dito em relação a fones sem fio. O Portal só aceita fones sem fio que possuem o PlayStation Link, ou seja, só os fones oficiais da PlayStation, e apenas os mais recentes, como o Pulse Elite e o Explorer. Isso é ruim pois, atualmente, muitos fones sem fio têm aposentado a saída P2, tornando estes inúteis para o reprodutor remoto.

Em termos de dimensões, fiquei igualmente surpreso pelo seu tamanho e peso. Ele é bem leve se levarmos em consideração toda a sua composição, porém, nos primeiros usos, confesso ter sentido um certo cansaço, mas com o passar do tempo, meu corpo se acostumou, coisa de um segundo ou terceiro uso.

Uma das coisas que o diferenciam de um remote play de celular por exemplo é o fato dele ter um dualsense embutido, trazendo todos os benefícios do joystick da PlayStation. A pegada é bem parecida, até mesmo as dimensões são semelhantes, porém, no Portal temos um analógico ligeiramente menor (Deus, que não dê drift). Levei um tempo para me acostumar a jogar jogos mais narrativos, mas hoje tudo funciona muito bem.

E a conexão?

Este é o ponto mais importante e crucial para o funcionamento do acessório, e por conta disso, o testei das formas mais variadas possíveis para trazer um pouco mais da experiência de uso. Meus primeiros testes foram no mesmo wi-fi que o console estava conectado, e tive boas experiências neste sentido.

Mas percebi que, em momentos em que diversos dispositivos estavam conectados no wi-fi realizando tarefas que requeriam muita internet, o Portal começou a ter um certo delay, que acaba com a experiência. Em momentos de variação de velocidade da internet também ocorreu, o que não necessariamente é culpa dele.

Realizei testes em roteadores fora do alcance do console, e em geral, a experiência foi muito boa. Mesmo em redes com internet que podem ser consideradas fracas, o Portal se manteve muito bem em grande parte do tempo. Porém, tive um caso em que ele simplesmente não se conectava ao console, o que vi não ser um caso isolado, mas comigo aconteceu apenas uma vez.

Dados móveis dão conta?

Utilizando os dados móveis, a experiência também foi satisfatória, mas também com algumas ressalvas. Alguns testes ele não funcionou muito bem, e testei também com o remote play do celular e o resultado foi o mesmo. Ou seja, onde o Portal funciona, o remote play funciona, e quando um não rola, o outro também não.

Mas a experiência entre os dois modos de reprodução remota da PlayStation não é comparável. Além tamanho maior, pegada mais confortável, o Portal carrega em si todas as features que o dualsense nos entrega, além de não disputar bateria com alguns recursos essenciais que os celulares possuem.

Valeu a pena?

Devo confessar que o principal motivo de ter comprado o Portal foi por se tratar de um item dos 30 anos da PlayStation, mas ao ter acesso de fato ao acessório, percebi que foi uma escolha totalmente acertada. As vezes eu simplesmente jogava nele por prazer, ou em alguns casos, quando estava assistindo a outros conteúdos na TV.

O remote play faz o mesmo que ele, porém, como disse, a experiência de usar um e outro é totalmente diferente. E a expectativa é que isso melhore ainda mais no futuro. O dispositivo foi um sucesso de vendas e (pelo menos lá foram) recebeu uma atualização que permite jogar direto da nuvem, sem necessitar de um console. E foi prometido ainda mais melhorias.

Não necessário, mas agora indispensável

Não é um acessório necessário, porém, é muito útil e depois que entra na sua rotina, não sai mais. É ótimo, em diversos momentos que não seriam possíveis jogar, o Portal talvez traga essa possibilidade. Jogando com o PS5 Pro, a experiência é ainda melhor, com uma conexão mais estável e os gráficos aprimorados. Devo admitir que fiquei muito satisfeito com esta aquisição.

Quase tudo pode ser acessado por meio do Portal, mas apenas linkados a uma conta determinada. Ou seja, se tiver mais de um conta no console, só podera utilizar em uma delas, a menos que troque posteriormente. Mas de resto, funciona bem. Por exemplo, gravei o início de gameplay do Sonic Frontiers jogando a centenas de quilômetros do console, inclusive, você pode conferir a gameplay clicando aqui. Gravei também o unboxing dele, confira!

Mas e aí? Acha que vale a pena? Diz aí nos comentário…

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