Desenvolvido pela Arkane Austin, as mentes brilhantes por trás de Prey (2017), Redfall é o novo exclusivo da Xbox Game Studios.
Anunciado durante o Xbox & Bethesda Games Showcase de 2021 – durante o período da E3 – , Redfall sempre foi muito contestado pelos jogadores. Com poucos detalhes, o jogo passava a sensação de um novo “Left 4 Dead Like”, com o tipo favorito das atuais desenvolvedoras: O “Game as a Service”.
Felizmente, não foi esse o caso. Redfall não é um “Left 4 Dead Like”, e muito menos um “Game as a Service”. Seguindo os moldes da Xbox desde 2020, Redfall chegou ao Xbox Game Pass no dia de seu lançamento. Bem, nós aproveitamos para jogar e tirar nossas próprias conclusões sobre o jogo!
O que de fato é Redfall?
Redfall é um FPS em mundo aberto que se passa na cidade de Redfall, situada em Massachussets. A cidade está sob o domínio de uma legião de vampiros que bloqueou o sol, isolando os cidadãos da ilha do restante do mundo, e formando um culto pela cidade. Você irá poder se aventurar pelo jogo sozinho, ou com até outros três amigos.
Cada jogador pode escolher um personagem diferente – ou o mesmo – para essa jornada. Entre os personagens estão: Devinder Crousley, Layla Ellison, Remi De La Rosa e Jacob Boyer. Cada um desses personagens tem características e habilidades diferentes. Fazendo então, com que cada jogador complemente um ao outro.
Jacob é um ex-atirador militar que foi mandado para a cidade um pouco antes do sol escurecer, como parte de uma força de segurança privada de elite. Então, além dele carregar uma sniper com si, é também um personagem um pouco mais stealth. Remi é uma engenheira de combate, ela utiliza sua mente brilhante para desenvolver robôs que podem ajudar os necessitados, servindo então como um suporte para o grupo.
Layla é uma personagem que também pode fazer parte do suporte, mas não em dar vida, e sim em criar oportunidades dos jogadores chegarem até seus inimigos. Isto porque ela tem poderosas habilidades telecinéticas. Enquanto Devinder, o personagem que escolhi, serve como um tank. Ele vai com tudo, sem medo de ser feliz, para acabar com os vampiros e cultistas em sua frente.
O mundo aberto do jogo
O mundo aberto de Redfall é dividido em dois mapas, sendo eles: Largo de Redfall e Ponto de Exéquias. Não há a possibilidade de transitar entre os dois mapas, e a estrutura de cada um é bem parecida.
Durante sua jornada, você irá encontrar alguns refúgios bloqueados. Para abri-los, você precisará religar a energia do local. Após fazer isso, o refúgio irá servir como um ponto de viagem rápida, além de disponibilizar duas missões: Uma missão de “limpar a área”, que tem algumas variações entre os refúgios, e uma missão de sub-chefe.
A missão de sub-chefe é crucial para sua jornada, visto que nos dois bosses finais você irá precisar de 3 crânios de sub-chefe para avançar. Ou seja, será necessário fazer 12 missões de refúgio no total para conseguir finalizar o jogo.
Ainda no mundo aberto, você tem a possibilidade de entrar em inúmeras residências, tais como outros locais de interesse público como Hospital, Cinema e afins. Dentro desses locais você irá encontrar grandes perigos e itens importantes para a sua jornada. De tempos em tempos, em locais aleatórios, alguns ninhos de vampiros também aparecem por Redfall.
Dentro deles, além de um grande desafio, você irá encontrar excelentes loots para facilitar sua gameplay.
Os problemas que assolam a cidade de Redfall
A premissa de Redfall é linda e empolgante. Assim como os desenvolvedores falaram, e que de fato, é confirmado; Redfall é uma mescla de Far Cry e Borderlands. O jogo trás o melhor de cada franquia, mas, infelizmente, não consegue fazer jus a essa bagagem.
Começando pelo que todos viram na internet: A IA. Bem, a inteligência artificial de Redfall é quase nula, ao menos em grande parte do jogo. Dentro dos ninhos de vampiros, nas missões dos refúgios e nos chefes principais da história, ela de fato funciona, as vezes até complicando a vida do jogador. Entretanto, há inúmeros momentos durante o mundo aberto em que ela é falha, fazendo com que o desafio caia por terra.
Outro dos problemas, ao meu ver, é o sistema de loot. Assim como funciona nos outros jogos da Arkane, todos os itens que você coletar pelo mapa irão virar instantaneamente em dinheiro.
Qual o exato problema disso? Bem, eu te digo. Em muitos momentos, os recursos são escassos. Desde kits médicos e munições, e o fato de você não ter uma simples bancada de criação quebra todo o ritmo do jogo.
Em inúmeros momentos eu me deparei precisando juntar o dinheiro – chamado de Recursos – para poder adquirir mais munição. Como se não bastasse, ela ainda custa o olho da cara. Sim, é caríssimo encher o personagem de munição, algo em torno de três a quatro mil recursos. Enquanto o kit médico custa 750 por unidade.
O que Redfall tem de bom?
Mesmo se distanciando – e bastante – do habitual da Arkane Studios, Redfall ainda trás bons sentimentos. Posso dizer com muita tranquilidade que durante as minhas 15 horas – tempo em que levei para terminar o jogo – eu me diverti à beça.
Apesar de sentir falta da criatividade do estúdio – como por exemplo poder abrir inúmeras janelas em Dishonored -, você ainda tem uma grande liberdade pelo cenário, podendo concluir as missões em pelo menos três rotas diferentes.
Além disso, o level design de muitos ambientes – como os ninhos de vampiros e a mansão Addison – são um colírio para os olhos. Há muito nesse jogo que deve ser ressaltado por quem jogar.
O gun game também foi para mim um fator determinante para que eu conseguisse chegar até o fim da minha gameplay. É simplesmente gostoso escutar o efeito sonoro da bala acertando a cabeça de um cultista. Além de ver sua vida descendo e os números pipocando aos poucos.
O TTK – o famoso Time to Kill – beira a perfeição, e jogando no PC como eu fiz, com uma taxa de atualização de 60hz (não incluso no Xbox Series no lançamento), é uma experiência completamente diferente.
Vale a pena jogar?
Ainda há muito chão para a Arkane Studios e Redfall, e isso já foi revelado pela empresa. O próprio pacote “Bite Back” acompanha um Hero Pass, que indica que o jogo irá receber mais dois personagens.
Não temos informações sobre esses personagens, se serão apenas novas escolhas, ou se novas missões – como uma espécie de DLC – irão também chegar ao jogo. Mas uma coisa é fato: Ainda haverá muitas atualizações.
Desta forma, eu acredito que no momento não vale a pena jogar Redfall. Sim, de fato eu me diverti muito e não me arrependo. Estou até com uma certa saudade de poder joga-lo.
Entretanto, o jogo definitivamente não está em um estado aceitável. Não acredito que ele seja um jogo ruim, em hipótese nenhuma, mas sim um jogo inacabado.
Por estar no Xbox Game Pass, talvez valha a pena você realizar um teste, para quem sabe, trazer a luz novamente à cidade. Mas, de fato a melhor opção é esperar, garantindo então que você não irá criar um certo ranço do jogo, quando ele estiver de fato um primor técnico.
Redfall está disponível para Xbox Series e PC. Por fim, está disponível também no Xbox Game Pass!
*Review realizada no PC, através do PC Game Pass.