Space Marines 2 é um jogo muito completo, mas que falha no básico – Review

Para mim, Warhammer 40,000 é uma franquia quase milenar (metaforicamente, óbvio) pela quantidade de jogos que temos ao longo das décadas. Neste ano mesmo, fizemos algumas reviews para o site de jogos da franquia, e alguns nem mesmo jogamos. E não apenas quantidade, nesta franquia também temos variedade de gêneros. Sobrevivência, FPS, corrida, e em sua forma original, jogo de tabuleiro.

Mas de longe, o jogo de maior qualidade que existia até o momento era o Space Marine, que até hoje é um jogo muito belo, com uma gameplay que segue um pouco a linha de Gears of War. Bom, a alguns dias, Space Marine 2 chegou ao mercado, visualmente bem acima dos outros jogos recentes em termos gerais. Zerei o jogo a pouco tempo e vim comentar um pouco sobre o que achei dele, se liga!

Uau!

Essa é a sensação que tive em diversos momentos do jogo, devido a diversas coisas que vi em tela. A primeira delas que vou comentar é a gameplay. Citei acima que o jogo te passa uma vibe de Gears of War, e isso se mantém aqui no segundo capítulo dessa saga, mas isso não significa que ele não é original, e na verdade, ele supera e muito o jogo da Microsoft.

É um jogo de tiro em terceira pessoa, no qual carregamos uma arma principal e uma secundária. Para aqueles que não conhecem a franquia, temos diversas armas e das mais variadas, lembrando um pouco o Doom, pois temos armas de fogo “normais”, assim como armas a laser dos mais variados formatos e tipos, cada um deles com uma gameplay bem diferenciada.

Mas disse que o jogo ultrapassa Gears em alguns aspectos né? Um deles em seu combate corpo a corpo. Falarei um pouco mais a frente em relação aos inimigos, mas muitos deles podem ser derrotados com golpes corpo a corpo.

Nessa parte, também temos algumas variações em termos de tipos de armas brancas, a mais comum é a espada de serra, que tem uma serra elétrica embutida, tipo as Lancer do Gears of War. Temos também outras armas como facas de combate, espada de energia e até um martelo bem apelão. Nos modos multiplayer, temos ainda mais armas.

Podemos, além de atacar, desviar dos ataques dando alguns saltos laterais, e podemos contra-atacar os inimigos utilizando uma forma de parry. Quando apertamos o botão de contra-ataque no momento certo de alguns golpes inimigos, eles ficam atordoados, permitindo um ataque devastador, e, dependendo do estado da vida deles, podemos usar um golpe finalizador, que inclusive enche nossa barra de armadura, o que é bem útil.

Além desses elementos citados, temos alguns “especiais” que são bem úteis na campanha. Um dele é uma forma de ultra, onde damos golpes mais poderosos, nossas armas também causam mais dano, enquanto nossa vida enche aos poucos. Outra forma vem como um jetpack, que nos permite saltar bem alto, dar dashs e planar no ar. Novamente, nos modos multiplayer temos ainda mais especiais.

Exército de um homem só (ou três)

De forma resumida, em Warhammer 40K, temos diversas espécies em uma guerra infinita, e a maior força de combate do Império são os Ultramarines, uma força de elite militar. Nosso personagem, Titus, é um deles, e temos mais dois em nosso squad (tanto jogando a campanha sozinho quanto de forma cooperativa) e o motivo do subtítulo desta parte são os inimigos que enfrentamos.

E, diversos momentos, enfrentamos centenas de inimigos ao mesmo tempo, de diversas formas, e o mais impressionante é o fato de termos tantos inimigos em tela. E impressionante também o fato de sozinho conseguirmos enfrentar uma quantidade de inimigos tão grande, um homem contra um exército.

Em geral, quando temos uma quantidade de inimigos grandes, são inimigos bem fáceis de serem derrotados, mas que em uma quantidade grande, se tornam bem trabalhosos. E o trabalho se intensifica quando junto a eles temos alguns inimigos mais poderosos. Estes inimigos são chamados de Tyranids e são os inimigos que mais enfrentamos no decorrer do jogo.

No decorrer do jogo, enfrentamos alguns outros tipos de inimigos que não vou citar para evitar spoilers, mas posso garantir que deixam tudo mais desafiador. Temos algumas batalhas com chefe no jogo, mas que acabam se repetindo e tornando essas batalhas, que deveriam ser um ponto alto, cansativas.

Modos de jogo

O modo que mais joguei, e creio que o modo principal, é o modo campanha, do qual acompanhamos a história do Titus. O jogo inicia nesse modo, e enquanto não jogarmos até determinada parte, não temos como acessar os outros modos. Até mesmo o jogo cooperativo na campanha demora um pouco para chegar.

Creio que isso demonstre o quão importante é esse modo para os devs, e falando em termos gerais, é uma campanha interessante. Temos muitos momentos “uau!” conforme dito mais acima. Vão ser necessárias mais ou menos nove horas para finalizar a campanha, que tem uma história bem simples, mas que dá para o gasto.

Além do cooperativo na campanha, temos um modo de jogo chamado “Operações”, onde encontramos outros jogadores online para realizarmos algumas missões, estilo as “heists” de Destiny. São missões bem desafiadoras e que vai requerer bastante cooperação entre os jogadores. Nessas missões, podemos escolher também a classe que vamos utilizar, mas podemos acessar outras armas no decorrer das fases.

Indo para a “Guerra Eterna”, encontramos alguns modos PvP, no qual também podemos escolher as classes (que mudam a gameplay em termos de velocidade de locomoção, armas base, vida e especiais). São três modos diferentes, Tomada de Território, Captura e Controle e Aniquilação. Os dois primeiros modos são autoexplicativos, e no terceiro encontramos o famoso mata-mata em equipe.

Visual e trilha

Este jogo tem um visual bem característico, também parecido com o Gears of War, com os personagens principais bem parrudos, mas aqui temos um visual bem steam-punk futurista gótico e muitas outras coisas. O gráfico em geral é muito bom, muito bonito, bem acima da média, mas não a ponto de impressionar muito.

Por exemplo, as expressões faciais e algumas texturas são bem fracas em relação a alguns jogos que temos no mercado. Mas ainda assim, em outros elementos, temos um visual bem bem maneiro, com vários efeitos visuais e partículas bem bonitas.

Os modelos dos personagens e dos inimigos são bem detalhados, sendo bem fácil de identificar os inimigos dos aliados, tipos de inimigos, entre outras coisas, mesmo que sigam uma linha estética parecida. E as armaduras dos ultramarines são simplesmente sensacionais, cada uma delas única.

A trilha sonora não achei nada demais, apenas cumpre o seu papel quando é necessária. Mas os efeitos sonoros são muito bons, nos deixando sempre bem imersos na constante guerra que encaramos no jogo.

Performance

Bom, temos dois modos de jogo aqui, um que foca na velocidade, aquele famoso modo performance que proporciona uma taxa de quadros maior. E temos um modo focado na qualidade, que apresenta um visual melhor, mas com menos frames por segundo. A presença desses modos de jogo estão cada vez mais frequentes em jogo da atual geração, porém, tive alguns problemas bem graves por aqui.

O modo performance correu muito bem no decorrer do jogo, mas o modo qualidade foi muito ruim, pode se dizer que ele deixou o Space Marines 2 injogável. Lembra na época que saiu Final Fantasy XVI, que o jogo chegava a desligar o PS5 em determinados momentos? Isso aconteceu aqui…

Porém, acho que aqui foi ainda pior. Temos muitos momentos em que temos centenas de inimigos em tela, mas nesses momentos tudo ia muito bem. Porém, em momentos em que temos muitas partículas em tela, o jogo literalmente trava o console.

Não é apenas o fps zerado, o jogo trava o videogame inteiro, impedindo até mesmo o funcionamento do dualsense, me obrigando a reiniciar o videogame de forma forçada. E não aconteceu apenas uma vez, foram diversos momentos e a sensação que sentia era de frustração pois sempre ocorre em momentos de muita tensão, e isso tira totalmente a imersão.

O primeiro carregamento de jogo, quando entramos no jogo ou entramos nas fases é muito demorado, coisa que não tem sido comum ultimamente. Quando se leva em consideração tudo o que temos em tela no jogo, é até compreensível, mas temos diversos exemplos de jogos com muito conteúdo que não tem um carregamento tão demorado.

Valeu a pena?

Bom, em termos de jogo, Warhammer 40,000 Space Marines 2 é um jogo bem completo, com um modo campanha bem interessante e divertido, bonito e que pode ser jogado com um amigo. Além de alguns modos multiplayer, que trazem uma diversão a mais e é um diferencial já que muitos jogos de “história” não têm trazido esse recurso.

Porém, os problemas de performance citados tiram muito da imersão e frustram de forma a tirar muitos dos pontos do jogo. Após ter finalizado o jogo, saiu um update que pode ter resolvido estes problemas, mas ainda assim, não muda a fato de a experiência ter sido frustrante. Mas jogando no modo performance, vai encontrar um jogo bem legal.

Como sempre, não podemos deixar de agradecer a Nuuvem que sempre nos ajuda com o envio das chaves de lançamentos e oferecendo incríveis ofertas para os nossos leitores.

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