Star Wars Outlaws traz uma experiência sólida e divertida – Review

Por muitos anos, temos diversos jogos da Ubisoft, jogos grandes, mas todos eles marcados pelo “padrão Ubi” por utilizarem sempre uma mesma receita. Porém, vi em Star Wars Outlaws uma oportunidade da Publisher de sair da mesmice, com um jogo que, nas divulgações, parecia ser um jogo totalmente diferente daquilo que conhecemos da Publisher francesa. Mas será que é isso mesmo?

Bom, vamos começar pelo básico, que é sobre o que se trata o jogo, e aqui temos um jogo de ação e aventura em terceira pessoa, com um grande foco na ação furtiva, mas que não te impede de sair atirando para todos os lados. Um jogo que possui uma grande quantidade de conteúdos que tornam a experiência bem divertida. Falaremos disso mais a frente, porém, quero iniciar falando de uma parte que é muito importante, na minha opinião, que é a…

História

Na minha opinião, este é um daqueles jogos GTA-like, com um grande foco em heists, ou em roubos caso não conheça o termo. Nós tomamos o controle de Kay Vess, uma ladra que utiliza de pequenos furtos como sustento. Sempre na companhia de seu melhor amigo animal, o Nix.

Porém, ela é contratada para uma missão que vai muito além do que ela estava costumada a fazer: roubar o cofre do Sliro, uma das pessoas mais ricas do planeta e de um dos sindicatos mais poderoso da galáxia, o Zerek Besh. Obviamente, o roubo dá errado, mas a Kay consegue escapar roubando uma das naves do local.

Esse roubo tem uma grande consequência, a Kay fica marcada de morte e começa a ser caçada pelo Zerek Besh, até que ela conhece o Jaylen e o ND-5. Eles apresentam para ela uma oportunidade de roubo que vai deixá-la tão rica que poderia resolver o problema da marca de morte dela.

Ela então aceita a missão, porém, ela antes precisa reunir uma equipe para conseguir conclui-la, e esse é o cerne do jogo. Vamos de planeta em planeta a procura de pessoas para nos ajudar a concluir este ambicioso roubo. Uma história bem simples, mas que ganha alguns contornos de complexidade conforme conhecemos mais da história da Kay e das pessoas que a cercam.

Dito isso, vamos entrar na parte de gameplay, onde poderei explicar também outros pontos importantes relacionados a história do jogo. Mas vamos ao que realmente interessa aqui, que é…

Como o jogo funciona?

Como disse anteriormente, se trata de um jogo de ação e aventura em terceira pessoa, com um foco bem grande na furtividade. E isso é algo que tem que estar na sua cabeça antes de comprar este jogo, que é o fato de o jogo ser de heist, e isso indica que a grande parte das missões do jogo serão com a Kay tentando invadir um local para roubar alguma coisa, seja um objeto ou alguma informação.

Isso indica uma certa repetitividade em termos de jogabilidade, e o jogo é de fato repetitivo neste sentido, porém, ele está longe de ser cansativo. Isso acontece pelo fato de a gameplay nos permitir concluir as missões de diversas maneiras, cabendo a nós escolher qual maneira nos agrada mais.

Em termos de furtividade, podemos nos agachar para dificultar a visibilidade dos inimigos, acessar dutos de ventilação para atravessar os cenários sem sermos vistos e derrotar inimigos de forma furtiva. Parece pouca coisa, mas suficiente para tornar a gameplay bastante satisfatória nesse sentido.

Mas se você preferir ir para o combate mais direto, é possível. Podemos tanto partir para o combate meele (combate corporal) contra os inimigos (isso não funciona com todos) ou partir para o tiroteio. E ambos os modos de concluir as missões são extremamente divertidos.

O blaster que utilizamos é bem forte, caso ele seja melhorado pode se tornar ainda mais forte. Além de poderoso, é uma arma modular, podendo ter três módulos fixos para os tiroteios. Esses módulos podem ser alterados conforme a preferência do jogador e  desde módulos de plasma (normal), de íon (efetivo contra escudos e droids), de poder (que causam grande dano, mas são mais lentos) e de sono (autoexplicativo).

Porém, uma coisa importante a se falar é que, em grande parte das missões, não podemos permitir que o alarme do local seja tocado, pois isso dá um game over imediato. Jogar de forma furtiva é ideal, mas caso queira jogar de forma mais combativa, é necessário ficar de olho nos inimigos para que não ativem o alarme. Sermos vistos pelas câmeras também é “insta kill”.

Nix

E para realizar as missões, temos um reforço bem importante que é o Nix, nosso parceiro no crime. Ele é muito útil nas missões, e as vezes até essencial para cumpri-las. Nós podemos ordenar que ele faça algumas coisas para nos ajudar tanto na exploração quanto em combate.

Conseguimos ordenar que ele pegue diversos itens nas fases, sejam eles granadas, itens de cura, colecionáveis e até mesmo armas. No caso das armas, do início ao fim temos apenas um blaster fixo, porém, podemos pegar outros blasters por tempo limitado. E se estivermos cercados por inimigos e precisarmos de um poder de fogo maior, podemos pedir ao Nix que pegue uma próxima para nos ajudar.

Em termos de furtividade, ele também é muito útil, pois podemos ordenar que ele distraia inimigos próximos para podermos passar sem sermos percebidos por exemplo. Podemos ordenar que ele ataque inimigos para que eles fiquem indefesos e até mesmo roubá-los. Fora que ele também serve de sonar, para nos indicar a localização de inimigos próximos.

Disse que ele era essencial nas missões pois existem alguns puzzles simples que só podem ser superados com a ajuda dele. Por exemplo, podemos pedir que ele abra portas, acione alavancas ou exponha pontos importantes que possibilitem a travessia das fases. Ele é muito útil pois pode acessar pequenos lugares que a Kay não teria capacidade.

Mundo aberto

A Ubisoft usou como elemento de marketing o fato de, de acordo com ela, este ser o primeiro jogo de mundo aberto da franquia Star Wars. De fato, podemos acessar diversos planetas com nossa nave. Falando um pouco dela, é mais um elemento de gameplay bem interessante.

Com ela podemos entrar e sair de planetas sem tela de loading (mas sabemos que é apenas um carregamento escondido). Quando no espaço, por meio dela podemos explorar e entrar em combate contra outras naves. E obviamente, por meio dela podemos entrar no hiperespaço para irmos de planeta em planeta.

No total, temos cinco planetas no jogo, sendo três deles com um mundo aberto mais tradicional e dois com mapas mais lineares, mas ainda assim, passíveis de exploração.  Mas não espere um mundo aberto vivo, é um daqueles mundos que servem apenas de caminhos nas missões principais, mas que escondem outros pequenos mapas que é onde as missões do jogo ocorrem.

Não me entendam mal, os mapas, além de terem biomas diferentes, tem bastante coisas para explorar, missões para fazer, entre outras coisas. Porém, mesmo tendo algumas espécies de vida animal e alguns NPCs, me pareceu um mundo muito “morto”. A pouco tempo, soltamos a review no port de Red Dead Redemption para PlayStation 4, e é incrível como um jogo de 2010 consiga ter um mundo aberto mais vivo do que muitos jogos de mundo aberto que temos atualmente.

E para explorar e nos locomover nestes mundos, temos um speeder que facilita bastante as coisas. Com ele, podemos além de andar mais rápido, dar pequenos saltos, utilizar um tipo de turbo e até mesmo podemos utilizá-lo em combates. E elas é bem versátil nas travessias, podendo ser utilizadas para atravessar locais inacessíveis a pé, ou até mesmo inundados.

Além dos mundos abertos, dentro deles encontramos algumas cidades que são mais povoadas. Nelas podemos encontrar diversos tipos de comércios, atividades e até alguns minigames. Nelas também temos os territórios de alguns sindicatos, que podemos invadir para conseguir alguns itens, entre outras coisas.

Muita variedade de missões secundárias

Grande parte dos itens que temos no jogo, seja a speeder, a nossa nave, o blaster, até mesmo o Nix, podem ser melhorados. E para isso, precisamos da ajuda de alguns especialistas em cada uma dessas áreas para realização destas melhorias. Isso ajuda demais na progressão do jogo, e apesar disso, pode ser totalmente ignorada.

Recomendo fortemente jogar essas missões secundárias dos especialistas, pois além de termos uma grande melhoria em relação a gameplay, temos algumas missões bem especiais entre elas. Mas temos uma grande variedade de missões secundárias além destas que considero importantes.

O jogo possui um sistema de reputação do qual podemos trabalhar para todos os sindicatos (com exceção do Zerek Besh) e assim melhorar a nossa reputação com eles, o que nos rendem alguns bons benefícios. No total, temos quatro cartéis com quem podemos trabalhar: Crimson Dawn, Sindicato Pyke, Cartel Hutt e Clã Ashiga.

E uma coisa legal (e as vezes difícil) que o jogo proporciona é que, em alguns momentos, mais de um sindicato vai estar interessado em determinadas coisa que possuímos ou que podemos fazer. E aí cabe a nós decidir a qual sindicato iremos ajudar, fazendo com que ganhemos reputação com o sindicato ajudado e perdemos reputação com o prejudicado.

Como se não fosse suficiente, podemos fazer contratos com diversos NPCs espalhados pelo mapa e conseguir diversos tipos de outras missões secundárias para conseguir mais créditos ou itens utilizados para realização de upgrades. Resumidamente, conteúdos extra é o que não falta neste jogo.

Visual e trilha sonora

Falando da parte musical, a franquia Star Wars é conhecida pela seus temas icônicos e pelas brilhantes composições do John Willians, gênio da música. Mas se você espera algo deste nível em Star Wars Outlaws, creio que vá se decepcionar. Não que a trilha sonora seja ruim, mas também não é nada demais.

Em contrapartida, a dublagem que temos no jogo é muito boa, desde os personagens principais até mesmo os personagens secundários, todos muito bem dublados. As línguas alienígenas não são dubladas, muito corretamente inclusive. Mas se a trilha sonora decepciona um pouco, a parte visual vai além da decepção.

Encontramos cenários bonitos do jogo, com boas texturas e locais que realmente são verossimilhantes a vida real. A sensação de vento nos cenários e como isso afeta as árvores e grama no jogo é surreal, muito bem-feita, não é top na indústria, mas é muito boa.

Entretanto, todavia, é totalmente perceptível a quão desatualizada a Ubisoft continua em termos gráficos. Este jogo utiliza a engine Snowdrop da Massive Entertainment, a mesma utilizada no jogo do Avatar que saiu ano passado, que é incrivelmente belo. Porém, lá as expressões faciais eram bem fracas, assim como em qualquer jogo do Ubisoft, mas Outlaws nesse sentido é o ápice.

Os alienígenas da série Star Wars, em grande parte, são animatrônicos, então, a falta de expressão é uma coisa totalmente aceitável, e o mesmo pode ser dito do jogo. Mas quando falamos os humanos, as expressões que vemos são totalmente inaceitáveis para os dias de hoje. Até mesmo em cenas pré-renderizadas, o que é ainda mais inacreditável.

A Ubisoft precisa melhorar neste quesito urgentemente pois já está quase no limite do inaceitável para um jogo AAA. Este ano ainda tem o Assassin’s Creed para sair, e que já não está parecendo ser grande coisa. Espero realmente que, no futuro, esse ponto incômodo seja resolvido.

Vale a pena?

Sou muito fã da franquia Star Wars e por conta disso, estava muito ansioso para pôr as mãos em Outlaws. E apesar de existirem alguns defeitos, como citado, o saldo desse jogo está no positivo. É uma história a parte, mas que respeita bastante o universo estabelecido.

Apesar de ter um visual que é muito insuficiente, tem uma quantidade de conteúdos vasta e uma gameplay que é muito divertida. É um jogo que tem uma duração que considero ideal, e que pode ser bem mais longo caso queira explorá-lo totalmente e realizar todas as inúmeras missões secundárias.

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