The Crew Motorfest – Review

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Nos últimos anos, tive a oportunidade de joga diversos jogos de corrida, desde alguns Need for Speed, Gran Turismo, Forza, Grid, Ride etc. E destes jogos, muitos me prenderam bastante, como os NFS e o GT7, mas nenhum deles chegou perto de me entreter tanto quanto The Crew 2.

De longe, é o jogo de corrida que eu mais tenho horas acumuladas, e muitas destas horas decorridas pelo fato de ser um jogo extremamente divertido, que pode ser descrito como o jogo de corrida definitivo. Mas por quê? Pelo fato de o jogo não se prender apenas a corrida de carros e incorporar tipo de corridas menos tradicionais, como corridas de barcos e aviões.

Já no lançamento, o jogo era bem completo, mas a Ubisoft fez um bom trabalho o mantendo atualizado durante muitos anos. O jogo tinha corridas muito criativas, com trocar se veículos no meio da corrida que nos faziam atravessar terra, céu e mar, tudo isso com uma variedade muito grande pela imensa quantidade de opções que cada um dos tipos de veículo possui.

The Crew Motorfest continua este legado apresentado no jogo anterior, e para a minha surpresa, consegue ser ainda maior e mais divertido que o jogo anterior. Este jogo é um dos que mais tive prazer de analisar nos últimos anos e é uma pena que o jogo possa ser taxado como não tão bom somente pelo fato de ser um jogo da Ubisoft. Mas vamos entrar nos detalhes que tornam a experiência de The Crew tão boa…

Um festival no Havaí

Diferentemente do que acontecia com os dois jogos anteriores, que exploravam os Estados Unidos em sua totalidade, The Crew Motorfest traz seu jogo para a bela ilha do Havaí, que também faz parte dos EUA. Porém, ser no Havaí, além de trazer belos cenários paradisíacos, traz também uma cultura totalmente diferente e rica.

Esta mudança de cenário foi uma ótima escolha pois sai daquela mesmice que tivemos nos dois jogos anteriores, que, apesar de serem mapas consideravelmente diferentes, tem muitas similaridades. Em Havaí, apesar de termos cenários urbanos, a maior parte dos cenários tem uma natureza muito presente.

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Vai além da inspiração

The Crew Motorfest insere neste terceiro jogo uma cara de festival muito maior do que em jogos anteriores, que, pelo menos no segundo, já tinha essa característica. Porém, nestes últimos anos tivemos um jogo neste estilo que fez bastante sucesso, que foi o Forza Horizon. A Ubisoft tem sido muito criticada por ter acertado numa fórmula e apostar nela diversas vezes, e para mim, a franquia do Xbox faz a mesma coisa.

Não me entenda mal, Forza Horizon é um jogo muito bom, porém, é apenas um Control + C, Control + V, com uma mudança nos cenários. E The Crew, nos jogos anteriores até repete os cenários, mas ainda assim, o segundo jogo tem uma originalidade muito grande por explorar os diversos tipos de automóveis que o jogo possui.

Mas neste terceiro jogo da franquia The Crew, a inclusão de cenários mais florestais e com um festival bem destacado no cenário, faz com que a comparação com o Forza Horizon seja inevitável. A na minha opinião, esta inspiração de fato existe na minha opinião, afinal, Forza teve um enorme sucesso, mas novamente, Motorfest, com a originalidade da franquia, vai muito além da inspiração e entrega, para mim um jogo muito mais consistente e original.

Como o jogo funciona?

Como qualquer jogo de corrida, temos, obviamente, diversas corridas que, em muitos jogos seria caracterizado como repetição, mas jogos de corrida tem esta proposta e poucos são os casos que conseguem superar essa bolha, e não tem nenhum problema nisso, afinal, essa é a proposta deste tipo de jogo.

Para escapar da mesmice, alguns jogos utilizam de outras características para tornar a experiência minimamente diferente. Need for Speed por exemplo, tenta introduzir uma história que nos prenda, Forza Horizon coloca corridas contra alguns adversários improváveis, The Crew inseriu uma capacidade de modificar os carros de forma bem profunda, e no segundo introduz as corridas no mar e ar. Como o Motorfest lida com isso?

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Um legado que importa, mas não limita

Como falei mais acima, The Crew 2 foi um dos jogos de corrida que eu mais investi tempo na minha vida por conta da sua diversão. E nestas diversas horas, adquiri uma coleção de carros considerável, e Motorfest nos permite importar os carros adquiridos no jogo anterior, ou seja, já comecei o jogo com uma quantidade e variedade de carros bem grande.

Porém, para aqueles que não jogaram o jogo anterior, este fato não faz muita diferença, e isso devido a presença das Playlists no jogo, o fator diferencial de Motorfest. The Crew 2 possui algumas diferentes listas de corridas, focada em cada diferente tipo e subtipo de veículos que culminam em uma corrida contra um chefe ao final da lista.

Motorfest também possui essas listas, que são as Playlists que citei, mas diferente de tudo o que já vi em outros jogos, essa modalidade incluída em Motorfest torna a experiencia que temos do início ao fim do jogo muito original e variada. Além disso, torna cada uma das corridas empolgante.

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Cada uma das Playlists, que são muitas, possuem uma temática, como por exemplo: temos playlists focadas em carros antigos, carros elétricos, carros asiáticos, carros conceito, duelos entre veículos determinados, e muitos outros. E apesar de eu começar o jogo já com uma quantidade bem grande de carros, aqueles que nunca jogaram a franquia não vão ser penalizados pois as playlists quase sempre nos emprestam os carros.

Ou seja, se você entrar em uma playlist focada em carros da fabricante Porsche, e não possuir nenhum carro da fabricante, não tem problema pois o jogo vai nos emprestar os carros necessários. E ao final delas, com certeza iremos adquirir um, o que é muito valioso pelo fato de nos dar a sensação de que vale a pena jogá-las. Não que isso seja necessário, pois a experiência em si já é muito satisfatória.

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Experiências únicas a cada etapa

Estas Playlists introduzidas no jogo são uma das coisas mais originais e geniais que já vi em jogos de corrida, uma coisa que remete a liberdade que as desenvolvedoras tinham no passado, onde o realismo não era o único foco nos jogos de corrida. No passado tínhamos jogos como Mario Kart, Crash Team Racing, Burnout, Jak X: Combat Racing, Twised Metal, entre outros jogos, que não queriam apenas ser realistas, mas que utilizavam do lúdico para tornar a experiência mais divertida.

As Playlists, apesar de não fugirem muito da proposta realista do jogo (que não é tão realista assim, afinal, podemos começar uma corrida com um carro e terminar com um barco ou um avião), exploram alguns elementos que fazem a experiência de jogar muito mais satisfatória e divertida.

Por exemplo, existe a playlist de carros clássico, que nos faz explorar carros dos anos 50, 60, 70 até chegar aos anos 2000. E cada limitação destas diferentes épocas é introduzida ao jogo de forma a impactar a gameplay. Nos carros dos anos 50 por exemplo, não tínhamos GPS, então o minimapa fica desativado e somos obrigados e nos guiar pelo caminho certo por meio de fotos que representam locais reais.

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A playlist focada em carros elétricos, por exemplo, nos obriga a passar por locais que emitem energia elétrica, e assim, recarregar a energia do carro, que seria o nitro do jogo. Além disso, todo o cenário muda conforme estas características da temática, e não são mudanças realistas que são possíveis na vida real, elas exploram o lúdico que a muito tempo não vemos em jogos de corrida mainstream.

Temos algumas personalidades do mundo da corrida na internet, como a Supercar Blondie e Donut Racing, que nos traz temáticas literalmente cheias de personalidade, focando em carros conceito e duelos entre carros conhecidos e cheios de particularidades, respectivamente. Como já dito, existem playlists focadas em fabricantes específicos, que nos ensinam também sobre a história destas fabricantes.

E a progressão nelas é feita de forma orgânica e extremamente divertida. Algumas playlists possuem pré-requisitos como possuir um carro específico ou jogar x quantidade de playlists. Para adquirir os carros necessários para as playlists, precisamos de dinheiro, que as próprias playlists entregam ao jogá-las. E como todas são muito divertidas, o loop de jogabilidade dificilmente alcança o estado cansativo, e pelo menos na minha gameplay, nunca alcançou.

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Mas o jogo vai além das Playlists

Como se as playlists não bastassem, o jogo vale além delas incluindo todos os tipos mais comuns de corridas que temos em jogos mais tradicionais, e até a inclusão de alguns mais diferenciados. Então, você vai encontrar sprints, grand prix, drift, rally, corrida de carros street, hypercar, muscle car, corridas de avião, barco, contra o tempo, duelos, entre outras coisas.

The Crew Motorfest vai te entregar horas e horas de conteúdo, independente do que você for focar no jogo. Na minha jogatina, foquei totalmente nas playlists, a ponto de esquecer que existe todo um jogo além disso. Existe até um modo curioso estilo battle Royale que também é muito divertido.

E após finalizar as playlists, nós descobrimos que é apenas a tier 1, ou seja, mesmo terminando-as, ainda teremos bastante conteúdos específicos destas playlists, e também repetir as atividades já realizadas. Sem contar as atividades espalhadas pelo cenário como atingir determinada velocidade em certo ponto, ou realizar os slolam (que consiste em atravessar uma determinada sessão de pista indo de um lado para o outro).

Resumindo, o jogo tem muito conteúdo, pois além destas atividades, existem diversas outras, além de várias atividades multiplayer. Isso sem contar os diversos conteúdos adicionados semanalmente. Se levarmos o jogo anterior em comparação, o jogo ainda vai ter alguns anos de atualização, ou seja, mais conteúdo.

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E a gameplay?

Bom, em termos de gameplay em jogos de corrida, não tem muito segredo, não é mesmo? Podemos acelerar o carro, frear/dar ré, utilizar o freio de mão, o nitro, e controlar os veículos obviamente. Mas o jogo possui algumas novidades, como alguns novos posicionamentos de câmera.

Neste jogo, as corridas estão um pouco mais longas do que eu me lembro de o jogo anterior ser, mas o controle dos carros é bem gostoso, o que torna cada uma das corridas bem prazerosas. Em termos de dificuldade, inicialmente temos três níveis, porém, ao acessar o menu, é possível selecionar entre cinco níveis, que podem ser facilitados por meio das opções de acessibilidade.

Em termos de IA dos adversários, estão em um nível muito bom, sendo desafiadoras em todos os níveis que for jogar. Especialmente falando em corridas com hiper carros, onde qualquer erro pode decidir a corrida, a IA funciona e forma a nos deixar tensos na corrida do início ao fim.

Existem aquelas corridas nas quais os carros são trocados no meio da disputa, e nestes casos, as trocas de veículos acontecem de forma bem mais rápida e dinâmica que no jogo anterior. Isso ajuda muito na progressão da corrida e a não tirar a imersão da corrida.

E é claro, tendo disponível diversos tipos e subtipos de veículos, a jogabilidade com os diferentes tipos dele é bem perceptível. Assim como em relação aos carros com diferentes níveis de performance, onde também é perceptível a diferença entre eles. Quando se joga online, os níveis são ajustados de forma a corrida ficar mais justa.

Alguma evolução gráfica?

The Crew Motorfest é um jogo cross-gen, então, apesar de termos jogos muito bonitos na geração anterior, não podemos esperar gráficos de nova geração e algumas outras tecnologias como ray-tracing neste jogo. Mas apesar disso, o resultado que temos aqui é muito bom, e se considerarmos a evolução em relação ao jogo anterior, o salto é muito grande.

Em termos de modelagem dos carros, no jogo anterior era muito bom, e neste jogo se mantém muito boa, mas nada muito acima da média, ainda mais se levarmos em consideração que existem monstros hoje em dia como Gran Turismo 7. Mas temos algumas coisas bem legais, por exemplo, existem carros com alguns itens na mala, itens esses que possuem física e reagem aos movimentos dos carros. E uma coisa que é fato é que Motorfest entrega centenas de carros, todos eles únicos, com visuais muito bons tanto interna quanto externamente.

Mas se teve algo que claramente evoluiu em relação ao jogo anterior é o cenário, que graficamente é muito lindo, muito mais denso, diversos e destrutíveis, de forma a causarem uma impressão muito boa. A mudança de localização do jogo foi muito bem-vinda, pois possibilitou explorar diversos biomas que não existiam no jogo anterior.

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Porém, não são apenas os gráficos que definem se um jogo é bonito ou não, detalhes também fazem a diferença. Em determinados locais dos cenários, podemos ver algumas imperfeições em alguns locais das pistas que aparecem apenas em poucos locais, mas que visivelmente mostra que o jogo teve um cuidado especial.

O cenário é bem bonito e detalhado, e tem um tamanho considerável, porém ele não parece tão imenso quanto o mapa anterior. E isso é bom, pois os desenvolvedores optaram por um mapa mais belo e detalhado do que um mapa extremamente grande.

Outra coisa que contribui para um visual incrível são os climas dinâmicos que o jogo possui. O jogo possui um ciclo de dia e noite bem realista, que ganha e muito com os diversos eventos climáticos que acontecem, que são muito variados, e como disse, muito bem desenvolvidos, o que torna muito bom visualmente.

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E como está a performance do jogo?

Em termos de performance, o jogo rodou de forma muito suave na minha jogatina, tendo dois modos determinados, um que prioriza a qualidade visual e outro a taxa de quadros. Ao alternar entre os modos, as diferenças gráficas são gritantes, mas a diferença na taxa de quadros também é. Resta a você escolher a sua prioridade.

E The Crew Motorfest é um dos poucos jogos que analisei nos quais não obtive nenhuma ocorrência de bugs, nem mesmo glitchs, o que é muito louvável. O jogo foi lançado muito bem polido. E em termos de interface, tudo funciona bem, mas acredito que seja possível melhorar de forma a torná-lo de mais fácil entendimento em algumas questões menos visíveis.

Já na parte sonora, as músicas achei bem fracas, mas todos os outros efeitos sonoros são muito, mas muito bons. No meio da minha jogatina, a PlayStation lançou uma atualização que liberou o uso do Dolby Atmos, e o jogo aproveitou muito bem esse recurso, que faz uma diferença que eu sinceramente não esperava.

Afinal, vale ou não a pena?

Antes de analisar este jogo, fiz algumas dezenas de horas de jogo, mas a vontade era de fazer muito mais. O jogo é um dos mais divertidos jogos de corrida que já joguei em muitos anos, superando todos os jogos arcade que temos no mercado em minha opinião.

Poucos são os pontos negativos que poderia citar, e é só ler a análise para ver que não foram citados muitos. Mas existe uma coisa que poderia ser melhor, que é o fato de o jogo não possuir dublagem, e devido a grande quantidade de diálogos que o jogo tem, faz bastante falta.

Mas é um jogo muito divertido, com muitas horas de conteúdo, que te prende e te surpreende a cada jogatina. E é muito bonito, muito mais do que eu esperava, sendo um dos jogos mais prazerosos que tive a oportunidade de testar nos últimos tempos.

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