The Foglands é um jogo de tiro em primeira pessoa, do gênero roguelite cujos principais atrativos são a sua atmosfera e o fato de ser possível jogar tanto em modo VR quanto em uma forma mais tradicional, em primeira pessoa.
Mas para o jogo funcionar, é necessário ter uma gameplay que funciona, e para mim, não funcionou tanto. Antes de falar disso, vamos aos pontos positivos, e o primeiro deles, que já citei acima, é a sua atmosfera.
O nome The Foglands (nevoeiros) é bem intuitivo, pois vemos aqui mapas preenchidos de neblinas, das mais variadas formas e cores. Lá atras, as nevoas eram muito utilizadas nos games como uma forma de mascarar algumas limitações dos videogames na época. Aqui, pode ser uma pouco disso, mas em geral, é utilizado de forma bem satisfatória na criação da atmosfera.
Diversos elementos no PSVR2
E esse elemento do jogo é ainda mais bem utilizado quando se lev em consideração algumas outras features que o jogo possui no console da Sony. A iluminação é uma grande parte da aparência dinâmica de Foglands, e a alta fidelidade cores possibilitadas pela tela HDR ajuda a nos dar detalhes até mesmo nos corredores mais escuros para dar pistas sobre o que pode estar escondido mais para frente dos mapas.
A imersão também é beneficiada por alguns elementos presentes no PlayStaton VR2, sendo um deles o 3D Tempest Audio. O sistema de áudio surround da PlayStation se mostrou muito bom ao longo dos anos, e aqui não é diferente, principalmente ao utilizar fones de ouvido.
Porém, no meu caso, tenho preferência pela utilização de um som surround físico, isso é, com caixas de som espalhadas ao redor da sala. E mesmo assim, o som fica bastante imersivo pois, por meio do 3D Tempest Audio, o som utiliza os canais Atmos das caixas, deixando o som satisfatoriamente imersivo.
Outros recursos ajudam na imersão, como o rastreamento ocular que facilita na hora de mirar, destacando objetos e inimigos no nosso ângulo de visão. Além de, é claro, a presença do haptic feedback e dos gatilhos adaptativos.
“Para fazer com que nossos jogadores se sintam como corredores no momento em que entram em Foglands, estamos utilizando o plugin Motion do Wwise, que se integra à sensação tátil integrada dos controladores PS VR2 Sense e DualSense. Dessa forma, nosso áudio e vibração se sobrepõem perfeitamente para proporcionar aos jogadores uma experiência sensorial perfeita. Também utilizamos gatilhos adaptativos para ambos os tipos de controladores para dar uma resistência realista ao disparar as diversas armas do nosso jogo.”
Dá para entender tudo!
Outro ponto que me deixou muito feliz é o fato de o jogo estar com sua interface e legendas em português. Se você acompanha nossas análises de jogos do PSVR2, sabe que grande parte dos jogos disponíveis no mercado não estão na nossa língua materna. Felizmente, este é o caso de The Foglands.
Mais um ponto a ser citado, na verdade, lembrado, é o fato de o jogo se possível de ser jogado tanto com o VR quanto sem. “…um dos principais recursos de The Foglands é a capacidade de jogar no PS VR2 imersivo ou no modo tradicional de primeira pessoa. Então, se você deseja utilizar todo o seu corpo para adicionar ainda mais feedback às ações ou se prefere relaxar no sofá e fazer uma jogada mais convencional, garantimos que sua experiência seria igualmente envolvente e divertida! seria difícil fazer um jogo como este em qualquer outra plataforma e estamos muito gratos por ter a oportunidade de ter tanto poder ao nosso alcance!”
Mas apesar de a presença deste modo, não colocaria como um ponto positivo em si. Isto pois, quando levamos em consideração ser um jogo de VR, os gráficos não tão bons são um pouco relevados, afinal, poucos são os jogos de realidade virtual que possuem gráficos realmente bons. Mas quando vamos para o modo primeira pessoa, os gráficos acabam ficando um pouco abaixo.
Porém, The Foglands tem um gráfico bem legal quando se fala em modelos, seja de personagens e de objetos. Os personagens que encontramos no jogo, assim como os inimigos e objetos, tem um visual cartoon bem “amigável”. Infelizmente, as animações destes modelos não acompanham este nível de qualidade.
Como o jogo funciona?
Bom, saindo da parte técnica, vamos falar um pouco mais da gameplay. Como já disse, se trata de um jogo roguelite, ou seja, vamos passar por diversas “runs” no decorrer do jogo, até finalizá-lo. Cada run dura entre 45 e 55 minutos e se quiser zerar o jogo, vai ser necessário pelo menos umas 8 a 12 horas de jogo, o que é um valor considerável quando levamos em consideração ser um jogo em realidade virtual.
Para passar pelas runs, temos que derrotar diversos inimigos, e para isso, podemos jogar objetos, utilizar diversas armas, tanto de curta quanto de média e longa distância, e se a munição acabar, não tem problema, é só sair no soco com eles.
Jogamos como um Runner, heróis de uma comunidade subterrânea esparsa. Vamos nos aventurar pelos destroços da tecnologia morta há muito tempo, até as profundezas desconhecidas, onde podemos correr, pular, rastejar e abrir seu caminho em meio à Névoa.
Tem história?
Bem simples, mas suficiente para o jogo, porém, não suficiente para me divertir. Porém, é como digo sempre, a diversão é relativa, afinal o que pode ser divertido para mim, possivelmente pode não ser divertido para você, e vice e versa. Em termos de história, também é um jogo bem simples, apesar de carismático.
“Uma grande criatura desperta na névoa. Com a sobrevivência de sua comunidade em risco, você deve fazer um acordo com um estranho misterioso nesta história de terror de faroeste de ficção científica. Siga a rede de túneis para descobrir a verdade enterrada há muito tempo e lembre-se, às vezes a melhor maneira de seguir em frente… é olhar para trás.”
Vale a pena?
Após jogar The Foglands, infelizmente o jogo não funcionou muito comigo, o que é uma pena pois de tudo o que havia visto, muitas coisas tinham me interessado. Porém, isto não quer dizer que o jogo não funcione para você também. Como um jogo de VR, The Foglands é bem competente e suficiente para te dar horas e horas de diversão.
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