Confira neste texto o nosso review de Until Dawn.
Ultimamente a Sony tem lançado alguns remasters/remakes de diversos jogos e muitos deles tem sido considerado, por grande parte do público, desnecessários. Em geral, tem sido jogos mais recentes, da geração passada, e por isso o descontentamento do público, que entende que não haveria a necessidade de investir esforços nestes jogos.
O da vez foi o Until Dawn, este que estaremos analisando aqui, mas será que havia a necessidade mesmo de um remake? Com o relançamento deste jogo, fui dar uma olhada no jogo anterior, que joguei perto do lançamento, então não recordava muito bem como ele estava. E para minha surpresa… Que jogo lindo.
Until Dawn envelheceu muito bem ao passar dos anos, e em comparação com o remake, em determinados momentos, ele parece até mais bonito. Creio que o público mais leigo pensaria dessa forma, apesar de saber que muitas das mudanças que o tornam mais bonito na geração passada se trata de alguns atalhos devido a limitações que não existem nessa nova versão.
Dito isso, chegando aqui, o que vai fazer essa nova versão valer mais a pena se até o visual, que é o ponto chave em relançamentos, é questionável? Mas fiquei feliz ao perceber, nos primeiros minutos, já valeu a pena, e nem foi pelo visual em si, que sim, está melhor.
Tensão aprimorada
A primeira coisa que dá para perceber de diferença nessa nova versão de Until Dawn são os novos elementos. O início do jogo foi muito superior ao jogo original, muito por conta de novas cenas que deram uma profundidade a mais para o contexto do jogo, sem contar que essas novas cenas deixam tudo muito mais empolgante (sim, empolgante!).
O filtro de cores do início do jogo é bem amarelado, o que faz sentido, afinal, o sol está se pondo. Se compararmos com o jogo original, a vibe era totalmente diferente, com tons mais azulados. Isso é uma das coisas que, na minha opinião, torna o jogo anterior mais bonito nesse caso, mas a nova versão em contrapartida, está muito mais realista.
A iluminação do jogo é mais realista também, com feixe de luz vindo de direções mais compreensíveis e com efeitos de sombra mais fidedignos. No jogo original, tínhamos pontos de luz de forma totalmente irrealistas, o que na real faz tudo ficar mais bonito, mas que perde em termos de imersão, se levarmos em consideração a nova versão.
Mais a coisa que talvez tenha sido mais importante para a minha imersão, e também empolgação, é toda a parte sonora. De início temos algumas músicas que não estavam presentes no jogo original, e que dão uma vibe bem mais empolgante de fato. Os efeitos sonoros são simplesmente sensacionais, ainda mais se tiver um bom fone de ouvido ou um bom palco sonoro em casa.
Mudanças na gameplay
Outra coisa que melhorou na imersão, e é uma alteração mais profunda em termos de gameplay, é que agora o jogo é em terceira pessoa com câmera no ombro. Mas o primeiro jogo já não era em terceira pessoa? Bom, era, mas ele era naquele estilo dos Resident Evil clássicos, onde tínhamos diversos pedaços de cenário com câmera fixa, com nossos personagens transitando neles.
Agora podemos controlar os personagens e a câmera do jogo de forma mais livre, o que de início causou uma estranheza, por conta da nostalgia, é claro. A câmera fica bem próxima dos personagens, bem fechada, que causa uma certa sensação de claustrofobia, mesmo em ambientes mais abertos.
Só essa mudança em si já é valida para um remake, afinal, os remakes de Resident Evil estão aí pra provar, apesar de terem refeito jogos bem mais antigos. Mas essa mudança é uma prova incontestável de que essa não é só mais uma remasterização. O jogo foi de fato refeito do zero, inclusive com uma nova engine e um novo estúdio, a Ballistic Moon.
Terror mais acessível
O jogo original utilizava muito bem todas as funções do dualshock 4, principalmente o giroscópio do controle. E agora, com o dualsense, na teoria, seria possível implementar ainda mais funções dele ao jogo, não é? Mas na real, o que acontece é o contrário, as coisas foram simplificadas.
Por exemplo, no jogo original, em momentos que tínhamos que atirar em alguma coisa ou controlar a lanterna, a mira era controlada por meio do giroscópio (sensor de movimentos do controle). Agora o jogo está mais simplificado, e controlamos apenas com os direcionais. Mais simples, porém, funciona melhor.
Mas existem diversos elementos que tornam o jogo mais acessível, como ajuste no tamanho da legenda, ajuste no tamanho dos ícones, legenda para dislexia, ajuste no sensor de movimento, ajuste nos botões dos QTEs (quick time event), entre outras coisas. Isso tudo faz com que o jogo seja bem mais acessível para diversos públicos.
Mas afinal, como o jogo funciona?
Bom, caso não tenha conhecimento ou não tenha jogado anteriormente este jogo, Until Dawn é um daqueles jogos com foco em escolhas, talvez o melhor deles, quase certeza. Isso é, teremos diversos momentos no decorrer da história onde podemos tomar algumas decisões, e cada uma delas afeta o decorrer da história de forma bem profunda.
E neste jogo, as decisões realmente fazem diferença, além do fato de existirem vários QTEs, que também podem ter consequências profundas na história. Controlamos vários personagens, e temos como o objetivo principal fazer com que o máximo de personagens sobrevivam até o amanhecer, daí vindo o nome do jogo.
Como disse acima, agora o jogo segue uma linha de terceira pessoa com câmera no ombro, onde podemos andar pelos cenários (que são bem lineares), explorando e interagindo com os itens no mapa e podemos atirar e golpear em momentos determinados, igualmente na forma de QTEs.
Em termos de gameplay, acredito que todas as mudanças foram muito bem-vindas, dando uma atualizada na jogabilidade, tornando-a mais moderna e já deixando um caminho mais claro para o caso de existir uma sequência, quem sabe?
A história se mantém a mesma?
Sem bem direto, a história é a mesma, mas temos algumas novidades também. Como citei, existem diversas novas cenas incluídas no jogo e também novos finais, inclusive. E sendo bem sincero, não havia muito por que mudar, afinal, este jogo possui uma das melhores histórias dos jogos do gênero, e, novamente, talvez a melhor de todas.
Não quero comentar muito sobre a história pois ela tem diversas reviravoltas que se fossem comentadas, perderia um pouco da experiência. Mas de forma geral, um grupo de amigos se reúne em uma casa isolada em uma montanha, um ano após um trágico acidente. Porém, algumas coisas estranhas começam a acontecer, levando-os a uma luta por sobrevivência por algumas horas.
Vale a pena rejogar?
Olha, como disse, joguei este jogo a bastante tempo atrás, e rejogá-lo agora me trouxe uma experiência muito superior a que tive no passado. Então para mim, todas as melhorias em gameplay, nos visuais, na trilha sonora, todos os novos conteúdos, tudo isso fez com que a experiência subisse muito de nível.
E para o caso de ser a primeira vez que esteja jogando este jogo, aí é que ele vale mesmo a pena. Este jogo é considerado um excelente jogo, e não é por menos. A história te prende do início ao fim e não é nem um pouco cansativa, eu praticamente o zerei em uma única jogada e poderia jogá-lo por muito mais tempo. Caso tenha interesse em saber, zerei o jogo em mais ou menos 8 horas, mas é possível reduzir esse tempo para umas 6 horas e pouco.
Veja também:
- Debtors’ Club é mais um competente e original projeto da mecagames – Review
- Nintendo solicita remoção do emulador Ryujinx
- Dead Rising Deluxe Remaster é incrível mas peca nos erros já conhecidos – Review
- Funko Fusion decepciona os fãs dos jogos da franquia LEGO – Resenha
- Space Marines 2 é um jogo muito completo, mas que falha no básico – Review
Aliás, não deixe de seguir o nosso perfil oficial no Bluesky, no Instagram e no Threads
Deixar uma Resposta
Ver Comentários