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Outubro de 2023. Após 20 meses em uma disputa contra a FTC, o Xbox finalmente finaliza a aquisição da Activision/Blizzard/King, em uma das maiores transações da história do entretenimento moderno. Xbox é dona do Call of Duty, um dos jogos mais lucrativos da história e se torna a maior Publisher do mundo (em termos de número estúdios). Agora o Xbox é imparável.
É o que pensamos, e eu sinceramente me preocupei muito com isso pois a um tempo atrás eu tinha apenas um PlayStation 4, e a minha preocupação real nem era com a Activision e sim com a Bethesda, que foi adquirida algum tempo antes. Chegamos em 2025 e essa preocupação simplesmente não existe mais. E qual o motivo de isso acontecer?
Após todas essas movimentações de mercado, o Xbox parece estar em um ponto ainda mais baixo comparado ao que já vimos na história da marca, isto com uma quantidade imensa de IPs e estúdios pequenos e gigantes de baixo de suas asas. O que realmente está acontecendo com essa empresa tão admirada?
Jogos importam?
Na geração passada, onde o PlayStation superou de forma contundente o Xbox, se falava que isso ocorria devido a falta de jogos de grande impacto para o console. Não só grande impacto, como na falta de qualidade. Se voltarmos um pouco atrás no tempo, o Xbox 360 quase levou a PlayStation a falência, e ela só conseguiu se reerguer devido a seus jogos de qualidade.
Mas como disse, no cenário atual, o Xbox é a maior Publisher que existe, com uma quantidade de jogos absurda lançados e uma quantidade ainda maior a ser lançado. Só esse ano, temos anunciado Avowed, Fable, South of Midnight, Doom: The Dark Age, Gears of War: E-Day, The Outer Worlds 2, ainda temos alguns jogos que terceiros como Orcs Must Die! Deathtrap e Replaced.
A pouco tempo tivemos um jogo que todos elogiaram, Indiana Jones and The Great Circle, Hellblade 2, e se formos ainda mais atrás, tivemos um jogo gigantesco como o Starfield. Mas ainda assim, com todos estes jogos, mês a mês, a Microsoft vê seus concorrentes venderem mais e mais consoles, enquanto o Xbox parece ter encalhado, de certa forma.
Novo Xbox agora?
E hoje (06/01/2025) surgiu um rumor, que já é antigo, mas que ganhou mais embasamento, sobre um novo Xbox, chamado Xbox Prime. E rumores indicam que será um console de nova geração, encerrando o ciclo de forma precoce, e isso me fez refletir um pouco sobre o que está acontecendo com a marca.
Mas deixando claro desde já, o trabalho de produzir jogos proprietários da Microsoft está anos luz a frente do PlayStation atualmente. Temos atualmente conhecimento de Marvel’s Wolverine, Intergalatic e Ghost of Yötei apenas, dos jogos feitos pelos estúdios da Sony. Só esse ano, a Microsoft já tem mais jogos do que isso para ser lançado, e outros ainda no forno. Seriam os jogos os culpados pelo fracasso do Xbox?
Biblioteca importa?
A geração passada foi a primeira geração em que tivemos uma grande distância no número de vendas de um console para o outro. Muito migraram do Xbox 360 para o PS4, eu inclusive fui uma dessas pessoas, e muitos podem falar que o motivo disso acontecer foi pelo início catastrófico do Xbox One.
Não sei se recordam, mas o início da geração do Xbox foi marcado por um nome: Donald Allan Mattrick, ou Don Mattrick para os mais chegados. Ele transformou o Xbox em praticamente um central, focando mais em entretenimento televisivo do que jogos em si. Fora que o console saiu bem mais caro que o PlayStation, devido a obrigatoriedade do Kinect. E quem não lembra do fato de não podermos emprestar os jogos? Bizarro.
Mas eu não coloco a culpa pela queda totalmente nele, pois, tivemos nessa época alguns jogos bem interessantes, exclusivos do Xbox One. Quantum Break, Ryse: Son of Rome, Dead Rising 3, Halo 5, Forza Horizon, Gears 4, Sunset Overdrive, Killer Instinct. Muitos jogos de qualidade, que tenho certeza de que muitos fãs do PlayStation tiveram alguma vontade de jogar.
Fase de seca…
O problema é que, depois deste início incrível, o Xbox simplesmente parou no tempo. A liderança da empresa foi trocada, e a cara da divisão de jogos da Microsoft mudou. Um novo nome era a cara da marca: Phil Spencer. Mas o estrago talvez tivesse sido grande demais. Após quatro anos, uma coisa que antes era uma opção, acabou se tornando uma realidade: mídia digital.
Na minha época de 360, tinha uma quantidade absurda de jogos, que me traziam muita satisfação, e existia o prazer de ir na loja comprar jogos, ou pedir pela internet. Nunca desbloqueei meu Xbox, então tinha uma estante cheia de caixas de jogos de Xbox, e conheci muitos deles por meio de promoções que apareciam ocasionalmente. A mídia digital existia, os games with gold, mas meu foco era a mídia física.
Então, quando eu troquei para o PlayStation, não foi muito difícil fazer essa escolha pois meus jogos continuavam comigo. E não foi uma decisão imediata, levou tempo para eu ir para a próxima geração, por motivos externos aos jogos, trabalho, faculdade e coisas do tipo. E quando eu finalmente voltei para esse mundo, com o que eu dou de cara?
Ouro na concorrente
Uncharted 4, The Last of Us, God of War 3, um remake de Shadow of The Colossus, Bloodborne, Ratchet & Clank, InFamous Second Son, e uma quantidade absurda de jogos da era do PS3 que não havia jogado por estar no Xbox. Comprei muitos desses jogos, todos praticamente em mídia física, porém, alguns eu fui comprando em mídia digital.
Assinei a PlayStation Plus, e por pouco tempo peguei a leva de jogos ruins (que era o que costumavam dar). Todos os meses ganhava quatro jogos, que iam crescendo a minha biblioteca. E com o tempo, foram lançados jogos incríveis como God of War 2018, Ghost of Tsushima, Horizon Zero Dawn, Marvel’s Spider-Man, e é claro, The Last of Us Parte 2. Não podia estar mais satisfeito. Seria a biblioteca o responsável pelo fracasso do Xbox?
Game Pass importa?
E até então os jogadores de Xbox também compravam jogos, até que surgiu o Game Pass, um serviço de assinaturas inovador que seguia os passos da Netflix, adaptando para os jogos digitais. Os jogos exclusivos do Xbox viriam dentro do serviço, sem custo adicional, além de jogos incríveis de estúdios terceiros, pagando um valor muito inferior ao custo de um jogo.
Um problema, que na verdade não é um problema dependendo da pessoa, mas que eu, como um colecionador que sou, acho um problema é o fato de os jogos que estão no serviço não serem seus. Se o jogo sair do catálogo e você estiver no meio dele, você simplesmente não termina ou precisa comprar o jogo de fato.
Na segunda metade da geração, o Xbox One passou por uma seca de jogos próprios e a PlayStation soltava uma bomba (no bom sentido) após a outra. Novos jogadores chegavam para o Xbox por conta do Game Pass, já com a mentalidade de não comprar jogos por conta do serviço. E de início, isso era suficiente, pois muitos jogos grandes saiam no serviço. E aí, chegamos ao fim da geração.
E agora?
PlayStation 5 e Xbox Series anunciados. Para onde vou? Para o Xbox, que tenho um serviço que me dá acesso a jogos medianos, mas que gasto muito menos dinheiro? Ou para o PlayStation, onde cultivei por anos uma biblioteca do qual investi muito valor e até mesmo carinho? Onde ganhei meus troféus. Para mim, a resposta era óbvia, e apesar disso, eu adquiri os dois consoles.
Mas eu simplesmente não consegui abandonar todas as horas que passei no PS4, todos os jogos que joguei, os troféus que desbloqueei, o ecossistema do qual me acostumei, mesmo que eu economize algum dinheiro. E sinceramente, em nenhum momento eu sequer cogitei, pois tinha condições de comprar os jogos, não precisaria depender de um serviço.
Para mim, a importância de uma biblioteca de jogos é um motivo muito forte para manter alguém em um ecossistema, fazendo até mesmo relevar alguns erros graves. Quer um exemplo melhor do que isso do que a Steam? Existem jogos exclusivos da Epic Store, jogos gratuitos (de verdade) toda semana, mas você vê o público da Steam saindo dela? Muito pelo contrário.
Lealdade inexplicável…
Por anos, a Microsoft sustentou o Game Pass com diversos jogos terceiros de muita qualidade, mas soubemos que o incentivo acabou para os estúdios. E os jogos proprietários estavam em falta, restando apenas a biblioteca, que tem coisas muito boas, mas que acaba não chamando atenção o suficiente.
A PlayStation começou a geração vencendo neste sentido, pois os jogos do PS4 eram retrocompatíveis, sua biblioteca continuava contigo, algo muito criticado em relação ao PS3 por exemplo. E o Xbox nesse sentido é brilhante, pois nele era possível jogar todas as gerações anteriores. Mas e o público novo? Isso não necessariamente é um ponto para eles.
Fora o fato de que o público foi acostumado a não comprar jogos, e o que gera menos lucro para as Publisher third-party, gerando a um incentivo menor em lançar jogos na plataforma, pois gera o custo do porte, mas com um retorno financeiro menor. Mas existe outro ponto chave que causou um certo impacto nessa geração. Seria o Game Pass o responsável pelo fracasso do Xbox?
O Series S importa?
Nessa geração, o Xbox foi na frente do PlayStation e anunciou o seu console de nova geração de forma inesperada. Series X, que seria, e de fato é, o console mais poderoso da história dos consoles. Mas a Microsoft não parou por aí, buscando mais uma vez inovar e conseguir uma vantagem em relação ao seu concorrente, foi anunciado o Xbox Serie S.
Com um valor bem mais acessível, os benefícios do Game Pass e uma arquitetura de nova geração, o Xbox Series S se tornou uma excelente porta de entrada para aqueles que queriam adentrar a indústria dos jogos. Mas todos esses benefícios vêm com um custo: um poder de processamento inferior ao concorrente, consequentemente, inferior ao Series X, além de alguns cortes de custo na construção.
E no início da geração, este console foi mais do que suficiente para rodar tudo o que tinha disponível no mercado, claro, de forma inferior aos outros consoles, mas na teoria, quem compra esse console já tem isso em mente. E faz muito sentido ele rodar bem os jogos, pois no início da geração, a maioria dos jogos são cross-gen, ou seja, rodam tanto na geração anterior quanto na atual.
Aguenta a geração atual?
Mas os anos vão passando, e começamos a ver os primeiros jogos realmente de nova geração, alguns que não impressionam tanto, mas outros que de fato não rodariam na geração anterior. E um destes exemplos é o Baldur’s Gate 3, o jogo do ano de 2023. Jogo este que saiu apenas para o console da Sony inicialmente pois os desenvolvedores não conseguiram fazê-lo rodar em sua completude no Series S.
Importante citar que, em determinado momento, haviam sido vendidos muito mais Series S em comparação com o X. E por conta disso, a Microsoft permitiu que a Larian removesse o modo cooperativo do jogo, para que assim, ele rodasse no console. Meses depois, ele saiu para Xbox.
Até que, em 2024, um dos jogos mais aguardados dos últimos anos, e um dos jogos que disputou o jogo do ano, Black Myth Wukong, ficou mais uma vez, fora do Xbox, apesar de já ter sido anunciado para ele. O próprio Xbox afirmou que o estúdio tinha um acordo com o PlayStation, mas a pouco soubemos que o motivo real de o jogo não sair seria pelos 10Gb de memória compartilhada do Series S.
Bombas escorregadias
A tempos, mais e mais são vistos, sempre na forma de rumores, e as vezes até declarações públicas, de desenvolvedores que reclamam do fator de gastar mais tempo e recursos no Series S. Isso é claro, gera um descontentamento por parte dos desenvolvedores, fazendo com que alguns até pulem o console da Microsoft, mas que fazem menos barulho por serem jogos menores.
Pular o Xbox não tem sido tão prejudicial ultimamente para os devs, pois o retorno financeiro geralmente é menor pela cultura implementada pelo Game Pass. Porém, agora parte do público também pula o console, principalmente aqui no Brasil, onde o console teve um aumento de preço de mil reais. Seria o Series S o responsável pelo fracasso do Xbox?
Aquisições importam?
Vamos voltar um pouco na questão dos jogos, afinal, o Xbox está muito a frente do PlayStation em relação a quantidade de títulos apresentados. Isso é devido ao melhor planejamento por parte do Xbox? Bom, a verdade é que não é bem assim… Muito se tem endeusado o Phil Spencer por sua liderança a frente do Xbox.
Ele foi responsável por criar o Game Pass, que de certa forma, salvou o Xbox, mas se parar para pensar, também foi responsável por grande parte da perda de lucro da empresa (em relação as baixas vendas de jogos na plataforma em comparação com a concorrente). Mas se hoje, temos uma grande quantidade de títulos para o Xbox, é por conta dele, não é? É, mas também não é.
Se voltarmos um pouco no tempo, na geração do Xbox One, onde o Phil já tinha controle da empresa, foi uma das épocas que tivemos maior seca em relação aos jogos proprietários, apesar disso, tivemos bastante jogos externos saindo direto no Game Pass. Na época do Don Mattrick, tínhamos bom jogos pelo menos.
PS também em seca
O PlayStation tem feito algo parecido, não lançando jogos proprietários, mas fazendo várias parcerias com empresas externas para lançar exclusivamente no PS5. Muito se tem criticado a Sony, mas na época que o Xbox fazia isso, era genial. Me parece existir um pouco de hipocrisia por parte de algumas pessoas. Inclusive, atualmente a Sony passa por uma seca de jogos, e o responsável por isso? Planejamento.
Mas agora, com todos esses jogos próximos de sair, o Phil Spencer finalmente superou as dificuldades e resolveu o problema de planejamento, certo? O primeiro ponto para responder esta pergunta é que, grande parte destes jogos foram anunciados a 6 anos atrás, e, o Hellblade 2 por exemplo, com todos esses anos de desenvolvimento, nos apresentou um jogo tecnicamente brilhante, mas como um jogo em si, muito inferior ao antecessor.
Porém, a resposta mais fácil para tantos jogos saindo é bem simples: 76,5 bilhões de dólares. Isso foi o que a Microsoft gastou na compra da Bethesda e da Activision, de forma acumulada. Assim, vários jogos que já estavam em desenvolvimento antes da compra, se tornam exclusivos do Xbox (pelo menos por enquanto). E, bom, o Phil Spencer tem de certa forma alguma responsabilidade na compra destas empresas,
Não é mesmo?
Só que há algumas ressalvas em relação a estas compras, não para os consumidores, afinal é ótimo ter mais jogos, porém, a conta não parece fechar. Mais de um ano se passou, e ainda não temos todos os jogos da Activision disponíveis no Game Pass. Tivemos pela primeira vez um Call of Duty indo direto para o serviço, porém, justamente este jogo já perdeu praticamente todos os jogadores, pelo menos na Steam.
E onde o jogo foi mais vendido? Como de costume, os jogos vendem mais no PS5, novamente voltando a cultura do Game Pass. Inclusive, como disse mais acima, o investimento no serviço já não é tão grande como foi no passado, conforme dito mais acima. E jogos, antes exclusivos, estão sendo anunciados no PlayStation, o principal concorrente.
Uma hora, a conta chega. A aquisição da Bethesda, com o tempo, se pagaria provavelmente, mas uma aquisição da magnitude da Activision, não é algo fácil de se lidar. A Microsoft parece ter dinheiro infinito, e de fato tem dinheiro que quase não dá para contar. Porém, uma empresa, por maior que seja, precisa de lucros, e para isso, está sendo necessário buscar ajuda da própria concorrente, por motivos que já citei. Seriam as aquisições responsáveis pelo fracasso do Xbox?
O Xbox importa?
Bom, visto o montante de dinheiro gasto, a Microsoft tentou salvar o Xbox de certa forma, não é? Porém, mesmo assim, não houve um momento nestes últimos meses em que o console saiu do terceiro lugar em número de vendas. Alguns podem dizer que vendas não importam nesse sentido, que vender consoles não dá lucro (o que de início acontece, mas posteriormente o lucro vem), o que importa é termos jogos sem pagar tanto.
Mas é bem verdade que vivemos em um mundo capitalista, onde aqueles que possuem dinheiro querem apenas ter mais dinheiro, o que é totalmente compreensível pois é o dinheiro que move o mundo. E por isso eu digo que não existe nenhuma empresa boazinha no mundo, independente do ramo em que atuem.
O foco sempre será o lucro, por mais que tentem dar a impressão de que o que importa são os consumidores. Mas a lei da sobrevivência é real, e é isso que move as empresas, e nós, consumidores, somos o combustível. Porém, quando o combustível não dá força o suficiente para o “carro” mover, bom…
É necessário buscar alternativas.
Isso foi o que, na minha opinião, motivou a existência do Game Pass, um serviço inovador, ousado e que teve um grande impacto no mercado. Seu início foi simplesmente destruidor, porém, hoje, apesar dos esforços envolvidos, não deu o resultado desejado. O que fazer? Se o presente não está funcionando, vamos nos preparar para o futuro.
E assim chegou o Xcloud, um serviço que permite rodar jogos diretamente da nuvem, algo que começou com a Sony curiosamente. Não sei se lembram, mas em 2012 a Sony comprou a Gaikai, primeiro serviço de jogos em nuvem da história, mas parece que ela simplesmente esqueceu dela. Foi necessário o Xbox lançar um produto de qualidade para a PlayStation voltar a explorar esse mercado.
Mas, como já disse, esse não foi o único movimento da Microsoft. Eles foram agressivos no mercado e gastaram quase 100 bilhões totalizando todas as aquisições realizadas, inclusive com o Call of Duty e o Candy Crush, duas das maiores franquias de jogos de todos os tempos. Essa que foi uma disputa complexa, que durou 20 meses.
Dinheiro indo embora…
Recentemente, tivemos uma informação do Chris Dring, head do gamesindustry.biz, dizendo que um jogo premium próprio do Xbox pode perder até 80% do lucro possível, e isso inclui jogos como Starfield, Hellblade 2 e Indiana Jones. E recentemente também tivemos acesso ao custo dos Call of Duty mais recentes (acesso via documentos disponibilizados ainda na época da compra da ABK).
O COD Modern Warfare de 2019 custou simplesmente 700 milhões para ser produzido, colocando-o como, até o momento, o jogo mais caro da história (pelo menos até sair o GTA VI). E no ano passado, tivemos talvez o maior Call of Duty já feito, em termos de proporção, e não consigo nem imaginar o quão caro este jogo custou, já que um jogo de 6 anos atrás chegou a este valor absurdo.
Pela primeira vez também, um Call of Duty foi lançado day one no Game Pass, o que permitiria em tese essa perda de 80% de lucro. Porém, ele foi lançado de forma simultânea no PlayStation, e foi um sucesso de vendas, maior ainda do que em tempos pré-aquisição (novamente, creio que devido a cultura de não compra do Game Pass).
Pelo menos neste caso, não parece ter sido tão ruim, apesar de o CharlieIntel (conta do X focada em informações sobre Callof Duty) ter dito que que o jogo perdeu quase todos os jogadores que ganhou no último ano.
Isso é um Xbox?
E aí chegamos em 2024, onde quatro jogos do Xbox foram anunciados no PlayStation 5, com o Phil Spencer afirmando que seriam apenas estes jogos, e que jogos como Indiana Jones não chegariam no console concorrente. Meses depois, antes mesmo de seu lançamento, Indiana Jones é anunciado (de forma bem contundente inclusive) para PS5. Meses depois? Não existem mais linhas vermelhas para jogos na plataforma concorrente. Jez Corden, que cobre o Xbox a muitos anos, diz que não existem mais exclusividades definitivas, com todos os jogos indo para os concorrentes.
Será que a Microsoft atualmente se importa de fato com o Xbox? E será que o Xbox se importa com os fãs que sustentam a marca? Ultimamente, a resposta para as duas perguntas parece ser não. E agora, simplesmente foi vazado um console de nova geração que, supostamente, chegaria em 2026.
Terminando esta geração de forma antecipada, deixando na mão quase 30 milhões de pessoas que compraram os consoles. E o PlayStation? Acabou de lançar um console mid-gen (cuja existência gera muitas discussões) e afirmou que seguirá um cronograma normal de geração, com um próximo console chegando provavelmente lá para 2028.
Um novo console resolve o problema?
Lançar um novo console agora seria talvez superar o problema da existência do Series S? Ter um console mais potente no mercado poderia ser uma virada de chave? Bom, a questão é que atualmente o PS5 vendeu mais de 60 milhões de unidade, até 70 se deixar, tendo um público muito grande a ponto de as empresas terceiras não poderem abandonar.
E aí o PS5 vira o Series S, pois seguraria o potencial que um novo console poderia trazer. Fora que daria mais tempo para a Sony superar este console em 2028, e eles já estão pensando nisso, pode ter certeza. A forma mais clara de ver isso é vermos o PSSR, tecnologia de upscale da própria Sony (estilo DLSS E FSR) lançado no PS5 Pro simplesmente para adquirir mais conhecimento para chegar com tudo na próxima geração (palavras do próprio Mark Cerny).
O Phil Spencer flertou com uma ideia de desenvolver um dispositivo portátil, algo que estamos vendo cada vez mais no mercado. A Sony lançou o Portal, que é apenas um reprodutor remoto e foi um grande sucesso, o que a fez já fechar contrato com a AMD para desenvolvimento de um próximo portátil, desta vez com poder de verdade.
Concorrência cada vez mais acirrada
Muito se diz (por meio de rumores) sobre o Xbox terceirizar o desenvolvimento de consoles, passando seu sistema operacional (ou Windows), fazendo o Xbox estar em todos os dispositivos de jogos (isso inclui o Game Pass). E simplesmente a Steam liberou o SteamOS para empresas externas utilizarem em seus produtos.
Este ano vai sair o Nintendo Switch 2, mais uma concorrência para a atual geração e para o ano que vem também. Existem rumores de que a Steam estaria desenvolvendo um novo console de mesa para entrar neste mercado. A PlayStation e a Nvidia estão cada vez mais fortes no ramo de jogos por streaming.
Todos os caminhos que o Xbox parece ir, encontra um concorrente de peso. Criou um serviço que acabou com grande parte dos lucros. Comprou estúdios e não conseguiu retorno suficiente devido a sua própria cultura de não comprar jogos. Vai precisar lançar seus jogos na concorrência pois não pode confiar mais no próprio sistema. Lançou um console mais barato que acabou sendo um tiro no pé.
Geração abandonada
E agora vai lançar um novo console, deixando muitos consumidores na mão. Mas cada vez mais vemos a empresa abandonar diversos mercado ao redor do mundo. Sinceramente? É difícil entender o que o Xbox quer e prever se existe um futuro para ele. É claro, de uma hora para outra, tudo pode mudar, mas não é o que parece que vai acontecer. E nestas horas, onde está o Phil Spencer salvador? O Xbox atual é simplesmente uma bagunça, que consegue ser ainda maior que na concorrente… O fracasso do Xbox é culpa do Xbox?
O que acontece é muito triste, e mesmo que eu jogue mais no PS, o Xbox faz parte da minha infância, inclusive tinha um Xbox Series até poucos dias atrás, mas ainda mantenho um PC para jogar os futuros jogos. Nos resta apenas torcer para que eles superem as dificuldades. Na minha opinião, uma forma de contornar isso seria se tornando uma Publisher multiplataforma, e dessa forma, não existe ninguém no mundo que tenha mais poderia que ela (na teoria).
Conseguiu chegar ao final deste post? Confesso que acabei me estendendo demais, mas é algo que queria falar pois fico bem insatisfeito vendo estas coisas acontecerem. Mas é claro, não sou especialista nem nada, é só um texto de opinião. Se pensa diferente, diz aí nos comentários…
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