Assassin's Creed Nexus - Review

assassins creed nexus cover

Já tem alguns meses que estava com o meu Quest 2 aqui pegando poeira, e com o recente lançamento do Meta Quest 3, achei que talvez já fosse hora de vender pois dei uma boa desanimada de VR nos últimos tempos. Muitos jogos que são apenas tech demos ou que se desenvolvem em torno de uma gimmick específica e logo enjoam. Na minha opinião ainda nenhum jogo VR superou o excelente Half-Life Alyx, que apesar de também entrar nesse caso de boa parte do jogo trabalhar com uma certa mecânica, acho que no caso de Half Life funciona muito bem pois é assim que a série é conhecida, assim como a forma que a Valve trabalha com seus jogos, seja com Portal ou com o Half Life 2 também.

Vi o lançamento de Assassins Creed Nexus como mais um jogo nesse estilo, algo muito nichado e que seria pouco interessante, pois achei que o jogo dificilmente fosse proporcionar uma história rica ou mecânicas interessantes, recebemos o jogo para review e meu preconceito inicial caiu por água abaixo.

Uma Experiência Linear, mas Satisfatória

Assassin’s Creed Nexus apresenta uma proposta semelhante ao Assassin’s Creed Bloodlines do PSP no quesito de progressão, não espere um mundo aberto para explorar com centenas de side-quests e coisas para fazer, é um jogo contido, e talvez isso seja bem positivo dado o histórico recente da Ubisoft. Logo de cara o jogo te dá uma introdução sobre a Abstergo e um pouco da complexidade do mundo como de praxe. Logo somos transportados para a Veneza e controlamos o personagem mais icônico da franquia, Ezio Auditore, também temos a presença de Connor Kenway e Kassandra como personagens jogáveis. O jogo possui esses três personagens jogáveis e é dividido em 16 fases.

Quem nunca quis se sentir o Ezio?

Inicialmente fiquei um pouco decepcionado pois como não havia visto muita coisa do jogo, minha primeira ação foi tentar ver o que tinha além da única janela aberta no quarto, quando me deparei com uma parede invisível, então logo percebi que o jogo era mais limitado do que eu esperava, comecei explorando o local, peguei alguns itens, brinquei com a física e iniciei o tutorial. O jogo te ensina as mecanicas principais como stealth (que é bem tranquilo), como assassinar usando a hidden blade e o tutorial de combate de espada que é bem simples, porém funciona muito bem e o principal, o Parkour, este que é bem simplificado para que funcione no VR e você não saia por aí pulando pela casa, basicamente você segura um botão, corre até uma beirada e o personagem vai executando as ações, bem semelhante como é no jogo principal mesmo.

só queria pular pela janela =(

Logo em seguida vamos para a segunda fase e me deparei com uma paisagem mais aberta o que me deixou bem animado. Não é algo grandioso, porém explorar a vila foi bem divertido e interessante, ver os NPCs reagindo a sua presença.

Algo que me deixou bem impressionado foi o modo “Animus Scout” da mesma forma quando subimos em uma localidade alta e podemos sincronizar no jogo original, aqui fazemos algo parecido, porém usando o Animus Scout, temos uma visão aérea muito interessante em que todo o cenário que você vê abaixo fica parecendo uma maquete em miniatura, porém você ainda consegue ver os NPCs andando e a cidade “viva”, é o tipo de experiência que só o VR pode proporcionar.

garanto que isso aqui é bem impressionante em VR

Imersão e Exploração em Realidade Virtual

O jogo foi testado utilizando o Meta Quest 2, com o lançamento do Quest 3, achei que o jogo estaria mais “feio” por conta do hardware inferior, porém me enganei, é um dos jogos mais impressionantes graficamente que joguei nativamente no Quest 2. Existem alguns problemas de textura não muito detalhadas em alguns modelos, porém no geral o jogo impressiona, mesmo no início na Vila Auditore a sensação de grandeza é estonteante.

alguns objetos carecem de detalhes

Um problema muito frequente que eu vejo em muitos jogos de realidade virtual e que em alguns casos acontece em Assassin’s Creed Nexus, é a dificuldade em representar objetos em tamanhos que façam sentido com a realidade, desde uma cadeira que parece enorme, ou uma porta, pequenos objetos também como uma chave parecem ser muito grandes, entendo que talvez seja uma limitação em relação a precisão dos controles de movimento para alguns casos, porém acho que em alguns detalhes gerais alguns jogos poderiam trabalhar melhor esse quesito.

Pensando em Todos os Jogadores

Em termos de acessibilidade, Assassin’s Creed Nexus tem algumas opções para prevenir enjôo e até mesmo para se você tiver medo de altura existe um modo em que o jogo cria um grid abaixo de onde você pisa para que seu cérebro entenda que ali ainda tem chão na vida real, além disso se você cair de uma altura muito alta o jogo coloca uma vinheta ao redor da sua visão para que você não tenha a sensação de estar caindo.

tem chão aqui viu?

Uma Barreira para Jogadores Brasileiros

VR ainda é algo que não é para todos os bolsos, principalmente levando em conta o cenário brasileiro. A própria Meta ainda não da suporte oficial ao Quest por aqui, na loja você só consegue comprar jogos pagando em dólar, portanto apesar da proposta do Quest ser de trazer a realidade virtual para mais pessoas, a Meta ainda precisa olhar com bons olhos para nosso país, por isso mesmo o maior ponto baixo de Assassin’s Creed Nexus seja o fato do jogo não estar localizado, nem com dublagens e nem com legendas, deixando a experiência ainda mais restritiva.

To sum up

Assassin’s Creed Nexus é uma excelente e divertida experiência em Realidade Virtual que me impressionou desde o início, é um dos jogos que podem servir de demonstração para uma pessoa que nunca experimentou VR e ela se sentirá impressionada. É uma ótima adição para a franquia Assassin’s Creed principalmente por ser um jogo mais linear, mas no meu caso isso foi um ponto bastante positivo.

Assassin’s Creed Nexus está disponível atualmente na loja da Meta por US$39,99.

My favorite games are visual novels.
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