Somerville – Review

Somerville

Somerville é um jogo de aventura side-scroller, ou seja, no qual vemos o personagem quase sempre na lateral, porém, neste jogo ele vai além disso. Ao ver como é o jogo visualmente, ele lembra bastante o jogo Inside, da PlayDead, e isso tem uma explicação.

Este jogo, que originalmente era exclusivo do Xbox, foi desenvolvido pela Jumpship, que foi cofundado por Dino Patti, que também foi cofundador da PlayDead. Então a semelhança neste jogo vai além de uma mera inspiração, mas na minha opinião, o jogo vai além em alguns sentidos.

Uma invasão extraterrestre

A premissa da história não é nem um pouco original, e já foi vista diversas vezes em quase todos as mídias de entretenimento conhecida. Este ano mesmo, analisamos o jogo Planet of Lana, que até o momento está disponível apenas no Xbox, e a história é basicamente a mesma que neste jogo, mas a diferença de qualidade para mim é gigantesca.

Neste jogo, inicialmente acompanhamos uma família indo para a sua casa, que se localiza bem longe das grandes cidades. A família é composta pelo marido e sua esposa, seu filho bebê e um cachorro, e por incrível que pareça, o primeiro personagem que controlamos é o bebê. Ao controlá-lo, vemos algumas luzes de cores fora do comum vindo das janelas e aberturas da casa.

Em busca de sua família

Até que chega um momento em que tomamos o controle do pai, e nos vemos no meio de uma invasão alienígena, da qual precisamos fugir. Em determinado momento, o pai é separado de sua família, sobrando apenas o cachorro, e então começamos a missão do jogo: nos reencontramos com a nossa família.

Uma história que é simples e nem um pouco original, mas que nos entrega alguns momentos que são de tirar o fôlego. Mas posso te dizer que, após algum tempo, ela passa a ter a sua originalidade e começa a viajar bastante, viagem no bom sentido, e se torna bem surpreendente, o que é um ponto positivo. Mas não se preocupe pois o jogo é curto, levando cerca de duas horas para ser finalizado, então as reviravoltas não vão demorar muito para acontecer.

Uma direção impecável

Se você já jogou Inside ou Limbo, sabe que a direção de arte é excelente, usando a simplicidade de maneira muito eficaz. Somerville é bem semelhante visualmente, mas ele vai além da simplicidade, para mim, sendo uma evolução muito boa. Em comparação com o Planet of Lana por exemplo, é um outro nível de direção de arte.

O início do jogo é de tirar o fôlego, com uma cena de invasão cinematográfica de deixar o queixo lá no chão. E por mais que o jogo não seja frenético, com ação neste nível do início ao fim, a direção de arte em nenhum momento perde a qualidade. E estes momentos mais parado também colaboram para que as cenas de ação se tornem ainda mais impactantes.

Isso é cinema

Os momentos de maior adrenalina do jogo são incríveis, e isso não ocorre apenas por toda a ação que ocorre nela, os enquadramentos que vemos em tela deixam as cenas muito mais poderosas. Como disse anteriormente, o jogo é um side-scroller, mas em muitos momentos a perspectiva muda totalmente.

O próprio início do jogo, onde controlamos o bebê, temos a liberdade de andar por toda a casa. Os cenários do jogo em geral são limitados, mas podemos andar além de apenas para frente e para trás, e no meio do processo, os enquadramentos da tela muda de maneiras criativas e em alguns momentos inesperadas.

Além de que a câmera não é fixa, e alguns momentos ela acompanha o nosso personagem de formas visualmente muito bonitas, inclusive nas cenas de ação. As cenas de ação são especiais pois além do ótimo enquadramento, muita coisa acontece em tela ao mesmo tempo, o que deixa tudo mais interessante.

Parte visual e sonora caprichadas

A primeira cena do jogo já me impressionou, não pelo seu visual, mas pela parte sonora, com um efeito “boom bass” em altíssima resolução que já me deu uma primeira impressão impactante. Mas logo após, veio a cena do carro indo em direção a casa, que me decepcionou um pouco inicialmente pela quantidade de serrilhado mesmo no modo qualidade.

Mas após algumas cenas, percebi que o serrilhado não era um simples problema de resolução e sim uma escolha artística do jogo, que teve este elemento amplificado por conta da visão de longa distância. Visualmente, lembra bastante o que vimos em Inside, só que menos caricata e um pouco menos obscura também.

Em Somerville temos cenários variados, desde cenas em florestas, minas e ambientes mais urbanos, todos eles com um nível de detalhamento admirável. Podemos atravessar tanto ambientes terrestres como ambientes aquáticos, que sempre passam uma sensação de tensão e suspense.

Iluminação bem convincente

Os cenários apresentam efeitos de iluminação muito bem-feitas, tanto as luzes das lâmpadas quanto luzes provenientes dos alienígenas. E os efeitos das sombras reagem muito bem e de forma bem realista a estas luzes. A luzes inclusive são utilizadas na gameplay de forma recorrente, e novamente bem bonita.

O gráfico do jogo é mais realista que em Inside, mas ainda assim é caricato, mas cheio efeitos que fazem as cenas serem mais críveis. Não temos gráficos super detalhados, mas a quantidade de detalhes que vemos em cena é considerável. As cenas de ação que citei algumas vezes aqui, são muito bem dirigidas, obviamente, e lidam muito bem com os efeitos de iluminação.

Já a parte sonora, mantém aquele efeito de impacto que tive no início do jogo, com efeitos sonoros muito bons e em alta resolução. Eles colaboram bastante com a criação do clima do jogo, agindo numa sincronia muito boa com a parte visual. Em alguns momentos acho que até exageram no uso de efeitos sonoros, mas ainda assim não faz com que a parte sonora seja menos impressionante.

Jogabilidade simples

Além de andarmos, pouca coisa podemos fazer, o que não é incomum neste tipo de jogo, mas que está além do que podemos fazer do que em muitos outros inclusive os jogos da PlayDead. No jogo podemos andar, obviamente, mas também podemos nadar, interagir com objetos e subir relevos mais altos, mas não existe um botão de pulo.

Porém, o jogo possui mais elementos de gameplay, que são alguns poderes que vamos adquirindo ao longo do jogo. Estes são os poderes que utilizam as luzes, do qual falei mais acima na análise. Os cenários possuem alguns elementos extraterrestres que reagem as luzes em conjunto com os poderes.

Ao utilizar os poderes junto a luzes, podemos solidificar e tornar líquido estes elementos, e isso serve como base de muitos dos puzzles que o jogo possui. Puzzles são o que não faltam em jogos deste gênero, e em Somerville não é diferente, mas todos eles são bem criativos e nem um pouco repetitivo.

E no fim, valeu a pena?

Bom, ao finalizar o jogo, não existe um ponto que eu veja como negativo. Este jogo me empolgou quando foi anunciado, mas só agora tive a oportunidade de experimentá-lo, no console de nova geração da PlayStation, e foi uma experiencia muito agradável.

É um jogo muito cinematográfico, com uma história simples, mas que não deixa de ser emotiva e impactante, além de explodir cabeças conforme evolui. Tanto a parte visual quanto a parte sonora são bem competentes, e o mesmo pode ser dito da gameplay. É um jogo que vale a pena o tempo investido e estará disponível além do Xbox e PC no dia 31 de agosto.

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