A Plague Tale: Requiem está disponível no Xbox Game Pass, agradecemos a XboxBR por nos enviar um código da assinatura e assim, nos permitir jogar este jogo.
A Plague Tale: Requiem é um jogo de ação e aventura, com elementos de stealth e RPG no qual acompanhamos as aventuras de Amicia, Hugo e seus amigos que se metem em altas confusões. Apesar de iniciar esta análise de maneira descontraída, não é isso que iremos encontrar nesse segundo capítulo da franquia A Plague Tale.
Sendo uma sequência direta de A Plague Tale: Innocence, Requiem segue a história dos irmãos De Lune em busca de uma cura para a Macula, uma doença que aflige Hugo, mas que como descobrimos no primeiro jogo, vai muito além disso. Como já dito, Requiem é um jogo que se leva muito a sério, mas isso não é um ponto negativo, pois sua história é muito bem desenvolvida, o que não possibilita a perda de interesse no decorrer do jogo.
O primeiro jogo da franquia foi uma grata surpresa, vindo de uma pequena equipe, da Asobo Studio, apesar de ser parte de um grande estúdio, publicado pela Focus Home Interactive. A Asobo Studio já se mostrou muito competente no primeiro jogo e se mostra ainda mais promissora nesse segundo capítulo. Requiem é exatamente aquilo que que esperamos de uma sequência. Ele é maior, tanto em proporção quanto em enredo, tecnicamente primoroso, principalmente se levarmos em consideração o tamanho do estúdio que o fez.
Requiem corrige muitos dos erros que Innocence trouxe e expande ainda mais as possibilidades que tínhamos antes, mas sem perder os sentimentos e emoções que tínhamos antes. Não é um jogo perfeito, longe disso, mas é uma clara e bem-vinda evolução para a franquia, o que mostra bem o amadurecimento da equipe de desenvolvimento.
Falando na estrutura de jogo, uma das coisas que me incomodavam no jogo anterior era que o jogo mantinha um ritmo muito alto nos acontecimentos da história, sem ter momentos de respiro, o que foi deixando a experiência um pouco cansativa no decorrer do jogo, ainda mais se tratando de um jogo que é um pouco repetitivo. Nesse segundo jogo, ainda tem alguns problemas em relação a isso, ainda acho que o jogo acaba se estendendo demais assim como o primeiro, mas muito desse problema de ritmo é corrigido, nos entregando alguns momentos descontraídos no meio de todo drama.
A história do jogo se inicia, obviamente, após o final do primeiro jogo, onde Amicia, Hugo, Lucas e a mãe dos irmãos partem em uma jornada para encontrar um mestre alquimista da Ordem, que poderia ajudar a resolver a doença do Hugo, chamada Macula. Porém, como de costume no mundo dos jogos, nada nunca ocorre como desejado.
A Macula funciona como um ser vivo que habita dentro do Hugo, e que está constantemente tentando sair. É ele que causa as infestações de ratos que vemos no primeiro jogo, e que pode se dizer que são a marca registrada da franquia. Porém, Hugo tem tido pesadelos no qual ele sonha com um local que pode curá-lo desse mal, e em determinado momento, Amicia e Hugo partem em busca desse local, contra tudo e contra todos, para, enfim, trazer fim a todo sofrimento causado pela Macula.
O enredo tem diversas idas e vindas, mas ao final, é muito satisfatório. No decorrer da história, conhecemos novos personagens que dão um peso mais especial aos acontecimentos que presenciamos. É uma história com muito coração, que nos proporciona muitos momentos emocionantes e um desfecho muito comovente. E com o problema de ritmo corrigido, somos capazes de degustar melhor a história e suas nuances.
Como o jogo funciona?
Se você já jogou o primeiro jogo, o segundo funciona de maneira muito semelhante, onde temos uma visão em terceira pessoa na qual controlamos Amicia, e o Hugo em determinados momentos. Se trata de um jogo com uma estrutura linear, mas que oferece diferentes maneira de passar pelos cenários, tendo também alguns ambientes mais abertos e exploráveis.
Essas diferentes formas de atravessar os cenários, que costumam estar cheios de inimigos e outros desafios, faz com que se tenha um dinamismo maior e mais liberdade para jogarmos da maneira que nos convém. Temos vários tipos de inimigos no jogo e cada um deles deve ser derrotado de maneira diferente, com uma estratégia bem específica, o que faz com que seja necessário pensar bem antes de tomar decisões.
É possível escolher como iremos prosseguir na fase, seja de maneira furtiva ou enfrentando todos os inimigos de peito aberto, mas jogando dessa segunda forma vai ser muito mais punitivo, pois como já dito, certos inimigos têm maneiras específicas de serem derrotados, e alguns não são tão simples, além disso, atacar os inimigos de maneira direta requer uso de muitos recursos, e a maioria deles são escassos, não que sejam difíceis de achar, mas se tem uma limitação na armazenagem deles. Em uma segunda ou terceira jogada no New Game+, talvez esse problema seja resolvido.
Falando nos inimigos, temos diferentes tipos, como os lanceiros, que são os mais comuns do jogo. São personagens sem armadura que atiram lanças, temos os arqueiros que seu nome é autoexplicativo e inimigos com escudo que se protegem dos ataques a distância A maneira mais eficaz de matar os inimigos, é os atingindo na cabeça, o que é mais fácil de fazer nesses inimigos citados pois sua cabeça está sempre desprotegida.
Partindo para os inimigos mais complexos de se lidar, temos no jogo machadeiros, que utilizam capacete e impossibilitam de serem atingidos na cabeça, porém, seu corpo fica desprotegido e suscetível a outros tipos de ataques. Além deles, tem-se inimigos de armadura completa, que precisam ter suas armaduras desmontadas para derrotá-los. Existem outros tipos de inimigos e alguns deles possuem variações, sejam visuais, de ataque e até mesmo “tribos”, cada uma bem característica e única.
Mas o principal chamariz do jogo são os ratos, e nesse jogo eles estão em um número muito maior do que no primeiro jogo. A maneira de lidar com eles não mudou, sendo um dos poucos pontos que teve evoluções bem sutis no jogo. Além dessa quantidade maior, muito maior mesmo, de ratos em tela, é perceptível algumas pequenas melhorias como pequenas animações individuais, que na prática não faz muita diferença, mas que mostra um certo cuidado.
Se os ratos não evoluíram muito, além do número maior, as maneiras de passar por eles aumentaram. O ponto fraco dos ratos é a luz, e no primeiro jogo podíamos passar por eles utilizando tochas, gravetos em chama que são itens temporários, alguns tipos de arremessáveis que emitem luz ou atraem atenção dos ratos, além de alguns itens do cenário, como luminárias ou carrinhos com fogueira.
Mas novas maneiras foram incluídas também, como o piche, que possibilita atear fogo em alguns locais ou inimigos, alguns itens de cenários que podem ser incendiados temporariamente, que não existiam no primeiro jogo. Além de atear fogo, temos algumas formas de apagá-los também, o que nos possibilita utilizar os ratos a nosso favor.
Entrando nos personagens aliados não jogáveis, temos também algumas melhorias e a maior delas é o fato de mais utilidade na gameplay. No primeiro jogo, podíamos dar comandos para nossos aliados nos ajudarem, seja em combate ou na resolução de puzzles, e o mesmo pode ser feito em Requiem. Cada personagem secundário tem seu tipo de habilidade específico, e que ajuda bastante de diferentes formas, porém, tem uma evolução muito bem-vinda que é o fato deles ajudarem mais sem a necessidade de comandos para isso.
Em relação ao combate, ele é muito baseado nos recursos citados anteriormente. Nossa principal arma é uma atiradeira, cuja principal tipo de “munição” são pedras e, portanto, são infinitas. Mas é aí que os diferentes tipos de inimigos fazem diferença, pois as pedras são capazes de afetar de fato apenas os inimigos cuja cabeça está desprotegida. Em relação aos recursos, com eles, é possível modificar a munição, o que geram tiros inflamáveis, que apagam fogo, que atraem os ratos e que espalham piche.
Esses modificadores também são aplicados a alguns vasos que podem ser arremessáveis, que possibilitam atingir uma área maior, mas que possuem alcance menor. Além disso, Requiem introduz um novo tipo de arma na série, que é a besta. A munição utilizada na besta são os virotes, que causam um dano consideravelmente maior, mas que é bem mais escasso. Os modificadores podem ser utilizados nos virotes também, o que trazem novas possibilidades ao gameplay. Por exemplo, um virote com fogo, se atirado em uma madeira, gera uma iluminação fixa, o que impede os ratos de se aproximar, o que nos possibilita a locomoção naquele local.
Temos todas essas possibilidades para enfrentar inimigos, mas a maior parte do tempo, o ideal é ultrapassar os ambientes de maneira furtiva. Para dificultar isso, os inimigos possuem um indicador de visibilidade, que indica o quanto os inimigos estão nos vendo, e quando o indicador estiver cheio, eles virão atrás de nós. Além disso, eles também podem ouvir o som da atiradeira, o que é outra coisa que tem que se preocupar para não ser identificado pelos inimigos.
É um jogo que traz um desafio mediano, acessível para a grande parte das pessoas, que pode ser ainda maior ao ser jogado pela segunda vez. Demora-se em média 16 horas para ser finalizado, podendo ser maior ou menor de acordo com a maneira que ele será jogado.
Desempenho e audiovisual
O primeiro jogo era bem bonito levando em consideração o orçamento e equipe de desenvolvimento limitados, e aqui o panorama é o mesmo. Porém, temos uma evolução gráfica considerável nessa segunda entrada da franquia. E talvez, por conta dessa grande evolução, o jogo seja exclusivo para consoles next-gen.
As texturas estão bem definidas, principalmente levando em consideração os cenários, que são muito bem trabalhados e densos. O campo de visão é extenso, sendo possível visualizar o cenário com clareza mesmo a uma distância bem grande, sem muitas telas de carregamento no caminho, mas elas aparecem ocasionalmente.
Um ponto que dá um impacto visual bem grande é que os cenários reagem ao clima do jogo de maneira bem realista, o que deixa tudo muito mais bonito e tira a sensação de um cenário estático. Os efeitos de iluminação deram uma boa melhorada também, mas nada muito impressionante.
Outro ponto forte que o jogo possui é a grande variedade de cenários que atravessamos no decorrer do jogo, muito maior em comparação ao primeiro jogo, o que tira muito o cansaço e sensação de repetição que o jogo anterior trazia.
Em relação aos modelos dos personagens, temos também uma evolução bem grande, principalmente em relação a textura, que está muito mais realista. As texturas de alta qualidade possibilitam uma quantidade de detalhes bem superior, o que torna os modelos, tanto dos personagens principais quanto dos secundários, bem realistas.
Ainda fica abaixo em relação a alguns jogos mais avançados disponíveis no mercado, mas são bem competentes. Um ponto negativo que me incomodou um pouco foi a qualidade do recorte dos personagens, que as vezes corta ou deixa pouco visível algumas partes dos modelos frente a fundos desfocados. Isso é algo que me incomodou, mas não significa necessariamente que vá te incomodar também.
Agora, falando do desempenho, temos um fator que gerou bastante burburinho no lançamento pelo fato de o jogo rodar em 4K somente em 30 FPS, algo que aconteceu também com o Gotham Knights. Isso incomodou as pessoas principalmente pelo fato de o jogo sair apenas para a nova geração, que tem possibilitado jogar em taxas de quadros mais elevadas.
Mas sendo sincero, em nenhum momento isso me incomodou, porém, o problema ocorre quando a taxa de quadros cai para menos de 30. E isso ocorreu algumas vezes no decorrer do jogo, como mais frequência ainda nos momentos finais da jornada. Percebi que o fogo é um dos grandes inimigos do desempenho, pois quando em excesso, é quase certa a queda de quadros. O curioso é que os ratos, que estão em número muito grande, não causam o mesmo efeito, com exceção de alguns raros momentos.
Outra coisa em relação ao desempenho que é meio difícil de entender é o fato de o jogo, que é bonito, mas nada impressionante e ainda sim ser muito, mas muito pesado de rodar no PC, sendo hoje, talvez o jogo mais pesado disponível. E isso é de fato uma falta de polimento grande, o que indica que não é somente a versão dos consoles que está carente de adequações.
A trilha sonora do jogo é constante e apesar de não ser muito inspirada, é bem característica e capaz de transmitir as sensações e emoções que a cena quer passar. Não há muito o que falar em relação a ela, mas ela é competente naquilo que ela propõe.
Afinal, vale a pena?
A Plague Tale: Requiem é a definição daquilo que uma boa sequência deve ser. Evolui quase todos os pontos do jogo anterior, traz novidades bem vindas e uma história cheia de momentos emocionantes que fecha bem o enredo iniciado no primeiro jogo.
Seu ritmo é muito bem desenvolvido, trazendo momentos de tenção, de descontração, cenas de ação que deixariam a Lara Croft com inveja e um final emocionante. Tem alguns problemas aqui ou ali, mas o saldo final é bastante positivo. Para os que jogam no console, só é possível jogá-lo nos consoles de nova geração, apesar de, na minha opinião, ser totalmente possível rodá-lo na geração anterior.
Outro ponto positivo é que, para aqueles que jogam no Xbox e no PC, é possível jogá-lo sem custos adicionais por meio da assinatura do Game Pass, porém, um ponto a se levar em consideração é que no Series S, o jogo roda apenas em 1080p a 30 FPS. E aí? Já jogou A Plague Tale: Requiem? Curtiu? Deixa aí nos comentários!
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