GYLT – Review

GYLT

Gylt era um jogo que estava fora do meu radar por muito tempo, só fui saber da existência perto do seu lançamento e pouco tempo após começar a jogar, descobri que o jogo é um relançamento e que havia sido lançado originalmente para o Stadia. E o motivo dessa busca? Como eu não havia escutado falar deste jogo antes?

O lado bom disso é que tive uma experiência bem satisfatória pelo fato de pouco saber do contexto do jogo. Mas então, após finalizar o jogo, valeu a pena todo o tempo gasto? Bom, é isso que iremos discutir, mas primeiro, vamos ao que importa…

Do que o jogo se trata?

Bom, no seu cerne, Gylt é basicamente um survival horror, mas com um visual bem bonitinho que o torna mais acessível. Mas no quesito jogabilidade, ele é bem semelhante com alguns jogos de terror, onde na maioria das vezes o melhor é evitar confronto com os inimigos ameaçadores.

No jogo, a protagonista se encontra numa busca pela sua prima desaparecida, porém, alguns garotos começam a persegui-la, os clássicos “bullys”. No meio desta perseguição, ela acaba chegando em um bondinho que a levaria para longe dos garotos que a perturbava, porém, ela acaba aparecendo em uma versão de sua cidade totalmente destruída.

Neste sentido, o jogo se assemelha até mesmo ao Silent Hill, não é mesmo? E no meio da cidade, a protagonista vê a sua prima desaparecida e, obviamente, vai atrás dela. Porém, como nada pode ser simples nestes jogos de survival horror, algumas criaturas assustadoras aparecem.

Como lidar com eles?

A protagonista é uma criança, logo, não consegue enfrentar inimigos em combate corpo a corpo, então a melhor maneira de lidar com eles é evitar o contato. O jogo em 99% do tempo é em stealth, e temos que nos esconder atrás dos objetos no chão para evitarmos sermos pegos pelos inimigos. E nesse sentido, os cenários te ajudam bastante.

Mas também é possível enfrentar os inimigos, tanto de maneira mais furtiva quanto com um combate franco, mas que não é muito recomendado. Derrotar os inimigos de maneira furtiva é bem simples e de certa forma, comum. Simplesmente temos que chegar atrás dos inimigos sem que eles nos percebam, e apertar o X para dar o golpe final.

Já num combate mais franco, temos que utilizar alguns dos elementos mais importantes do jogo: as armas. Na verdade, digo armas, mas estão mais para ferramentas, e estão disponíveis em dois: uma lanterna e um extintor. A lanterna é o item mais importante no jogo, pois além de ser a única maneira de derrotar os inimigos, por meio dela resolvemos diversos dos puzzles encontrados no jogo.

Em relação ao combate, a lanterna é a única maneira de derrotar de fato os inimigos, pois o extintor consegue apenas congelá-los. Com a lanterna, é possível criar feixes de luz e direcionar diretamente aos pontos fracos dos inimigos, derrotando-os ao eliminar todos os pontos fracos. Por meio delas podemos também chamar a atenção dos inimigos e usar uma habilidade que os cega temporariamente.

O mais indicado é evitar o combate

Mas como disse, não é muito recomendável fazer isso pois a lanterna possui uma bateria, que se desgasta facilmente, e apesar de ter muitas baterias nos cenários para recarregá-la, a quantidade de inimigos é igualmente grande. E não é tão simples derrotar os inimigos, pois demora um tempo considerável e só pode atacar um inimigo por vez, mas como disse, é possível cegar os inimigos para se esconder. Já o golpe furtivo, derrota o inimigo de uma só vez, porém, gasta uma quantidade de bateria considerável.

Passar pelos inimigos furtivamente é a maneira mais recomendável, e o jogo também possui alguns aspectos de gameplay nesse sentido, como por exemplo o nível de “identificação” dos inimigos que aparece na forma de uma seta acima deles. A seta começa grande e branca, mas conforme o inimigo começa a te enxergar, ela diminui e fica amarela, e quando ele te encontra, ela fica vermelha.

O jogo também deixa uma espécie de sombra na última posição que o inimigo de viu, posição esta que o inimigo naturalmente vai seguir. E com ele seguindo para aquela posição, nós podemos seguir para uma posição diferente e avançar pelo cenário evitando um conflito.

Mas caso você seja hardcore e queira enfrentar todos os inimigos, é bom deixar claro que existem alguma variedade de inimigos, e apenas dois tipos deles podem ser derrotados, enquanto outros são basicamente imortais, restando apenas evitá-los. Se busca combate, pelo menos nas batalhas com os chefes você pode encontrar, mas o jogo é muito direcionado para a furtividade.

E o jogo é bonito?

Conversando com um amigo sobre o jogo, disse que o único ponto negativo do jogo seria seu baixo orçamento, isto pois é visível o esforço da Tequila Works de fazer um jogo bom com orçamento limitado. Os cenários são bem modelados, os personagens também, mas é tudo muito bruto e com texturas de baixa resolução, o que quebra um pouco o “clima”.

Apesar de ser bem modelado, sempre tem a sensação de que tudo é muito simples, tanto nos cenários quanto nos inimigos. Um pouco mais de tempo desenvolvendo e um pouco mais de orçamente para realizar estes polimentos, fariam total diferença, na minha opinião. Mas ai vem o fato de que o jogo era exclusivo do Stadia, o melhor deles inclusive, mas que ainda assim não teve o incentivo financeiro necessário para ser melhor.

Valeu a pena?

Após pelo menos seis horas de jogo, a experiência foi sim, bem satisfatória. Apesar de ser um jogo simples, tanto em questão de gameplay quanto em história, o jogo é muito divertido e fez todo o tempo gasto nele ser valioso. A história, apesar de simples, tem algumas camadas interessantes que nos fazem pensar, principalmente em relação a protagonista e suas atitudes, é uma história bem pensada.

E dá para entender o jogo, pois o jogo está disponível apenas em português de Portugal. Acredito que tal fato seja mais uma herança do finado Stadia. É um jogo que dura exatamente aquilo que ele precisa durar, com uma história simples, mas que nos faz refletir sobre algumas questões da vida.

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