Exoprimal – Review

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A Capcom passou por alguns anos sombrios, onde tudo o que saía de jogo estava sendo bem abaixo do que se esperava, principalmente falando da franquia Resident Evil. E com os jogos de qualidade mais baixo, o dinheiro em relação as vendas também era afetado, ainda mais com o alto custo dos jogos produzidos, o que gerou uma falta de crença do público geral em relação a Publisher.

Mas de uns anos para cá, tudo mudou. A Capcom começou a emplacar jogos de qualidade elevada, um após o outro, gerando tanto sucesso de crítica quanto de vendas. E aquela tão famosa empresa que as pessoas tinham perdido a fé, finalmente havia voltado aos trilhos e apresentado toda aquela qualidade que a tornou uma das mais antigas e conhecidas empresas do mundo dos jogos.

Muitas das IPs da empresa estão em evidência, por dezenas de anos, como Monster Hunter, Street Fighter, Devil May Cry e o próprio Resident Evil. Mas apesar de possuir estas IPs históricas, a Capcom nunca deixou de criar IPs e explorar locais nunca explorados pelo estúdio. Exoprimal é um destes jogos onde a Capcom se desafia a ir em um local nunca visitado, mas será que consegue manter a qualidade que encontramos em outros jogos recentes do estúdio?

Duvidoso desde o anúncio

A Capcom, como já dito, é um estúdio muito famoso que ajudou a moldar os jogos que temos hoje, passando por diversos consoles e gerações, sempre inovando e criando propriedades intelectuais de grande poder. Seja uma franquia grande ou pequena, sempre haverá alguém que goste e se importe com a IP (a.k.a. Fã), e uma das franquias que mais os fãs pedem o retorno é a Dino Crisis.

Mas por alguma razão, nunca vimos um novo jogo da franquia, ou até mesmo um remaster ou remake. E para quem não conhece, o jogo era basicamente um Resident Evil que, ao invés de enfrentar zumbis, enfrentávamos dinossauros. A protagonista da franquia tinha um cabelo vermelho, bem marcante. E então, certo dia, tivemos isso…

Aquele pequeno vislumbre de um cabelo curto vermelho fez os fãs irem a loucura, ainda mais quando no início do trailer vimos que o jogo possuía dinossauros. Mas para tristeza dos fãs, não se tratava de um novo Dino Crisis, e sim, uma nova franquia: Exoprimal. Este que analisaremos aqui. Porém, é possível que esta introdução seja maior do que a análise do jogo em si, ou talvez não. Veremos…

Mas enfim, vamos para o que importa:

Do que se trata o Exoprimal?

Diferente dos recentes sucessos da Capcom, onde se apostava num jogo totalmente single player, Exoprimal é um jogo totalmente online, que até possui uma história, com direito a cutscenes e tals, mas nem um pouco perto daquilo que estamos acostumados a ver. É um jogo futurista, se passando em 2043, com influências bem visíveis em jogos como Anthem e World War Z.

No jogo, tomamos o controle de um exoesqueleto, de onde vem o nome do jogo, mas que se parece mais com uma armadura, bem semelhante àquilo que vemos em Anthem, mas sem a mecânica de voo do jogo. O jogo possui algumas das classes que conhecemos de outros jogos online, como atirador, tanque e suporte, porém, cada uma destas classes possui alguns tipos de armaduras que mudam bastante a dinâmica de jogo.

Com as armas e habilidades proporcionadas pela armadura, enfrentamos diversas hordas de inimigos nas diversas partidas que precisamos jogar para terminar a história do jogo, que gira em torno de 15 horas. E aí, o jogo segue o seguinte roteiro: entramos na partida; enfrentamos uma horda de dinossauros; depois outra; depois outra; e outra; enfrentamos outros players e fim.

É exatamente essa mesma ordem que jogamos do início ao fim do jogo, no único modo que o jogo possui, em todas as 15 horas que o jogo precisa pelo menos para finalizar a história. Mas para não ser injusto, o final da partida, onde enfrentamos outros players, muda um pouco.

Podemos enfrentar mais hordas para ver qual equipe termina primeiro. Podemos enfrentar alguns dinossauros mais poderoso para ver qual equipe termina primeiro. Podemos enfrentar outros players na clássica captura de bandeira. Podemos enfrentar outros players no clássico modo de empurrar o carrinho. Mas independente de qual desafio final enfrentemos, o caminho para se chegar nele é sempre o mesmo: enfrentar hordas e hordas de inimigos, competindo para ver qual equipe termina mais rápido.

E apesar de ser repetitivo, as primeiras horas são bem divertidas. A gunplay é bem legal, e muda bastante de acordo com a armadura selecionada, assim como as habilidades que podemos utilizar. E conforme passamos de nível, novas armaduras são liberadas, mas não espere que isso aconteça rápido, demoram boas horas para isso acontecer.

Além de evoluir os níveis do player, as armaduras também evoluem individualmente e por meio dessas evoluções, podemos melhoras alguns aspectos dela e adicionar novas armas e habilidades. Também é possível personalizar as armaduras, mudando esquemas de cores e até adicionando alguns pequenos detalhes que nem ficam muito visíveis quando jogamos.

O jogo possui algumas fases diferentes, mas por algum motivo, é bem frequente que joguemos a mesma fase em sequência. Já em relação aos inimigos, também temos alguns tipos diferentes, mas estes diferentes são inimigos especiais ou bosses. Durante as hordas, enfrentamos basicamente dois tipos, e em cada partida, temos muitas hordas, então já sabe, né?

E o jogo tem história?

Bom, como dito, o jogo tem uma campanha com cutscenes e tals, tudo acontecendo entre as partidas que jogamos. Funciona basicamente da seguinte forma: jogamos algumas partidas, entra uma custcene; jogamos mais algumas partidas, entra outra cutscene; e assim por diante.

Mas o plano de fundo é basicamente o seguinte: existe uma IA chamada Leviatã, e para realizar alguns testes, esta IA chama humanos de diversas linhas do tempo para enfrentar os dinossauros, se enfrentarem e assim, gerarem dados que possam ser coletados pela IA. E aí, temos uma equipe do qual acompanhamos nesta jornada.

No decorrer do jogo, alguns elementos são acrescentados no jogo, mas nada que mude de fato a estrutura do jogo. Uma curiosidade é que, ao iniciar o jogo, podemos selecionar as vozes em português do Brasil, porém, só o Leviatã está dublado. Todos os outros diálogos são em inglês e (obviamente) legendados. Meio estranho, não é mesmo?

Recentemente foi descoberto que a dublagem do Leviatã foi feita por uma inteligência artificial e não um dublador de fato. O que é uma coisa que pode ser criticada, por um certo desleixo, mas que se levarmos em consideração o contexto do jogo, até que faz sentido, não é? Bom, deixo para vocês refletirem.

E o visual?

O jogo, assim como tem ocorrido com os jogos recentes da Capcom, roda na RE Engine, que tem se mostrado uma Engine bem flexível. Porém, não vemos nada de extraordinário em Exoprimal, mas também nada muito ruim. O jogo visualmente é bem simples, mas é sim bonito em alguns sentidos algumas partes específicas dos cenários por exemplo.

Mas mesmo com gráficos moderados, o jogo conseguiu manter uma grande quantidade de inimigos e efeitos em tela ao mesmo tempo, e em nenhum momento senti que isso atrapalhou na performance do jogo. Não que eu seja a melhor pessoa para falar disso, afinal, sou daqueles que já se sente satisfeito com 30 fps, e neste sentido, Exoprimal não me incomodou em nenhum momento.

As cutscenes não tem nada demais assim como a trilha sonora do jogo, então neste sentido, nada a comentar. Mas uma coisa que me incomodou um pouco é o fato de o jogo ter uma boa quantidade de telas de loading, porém, não são tão demoradas a ponto de se tornar estressante. Pelo menos não nas primeiras horas, pois com excesso de jogo, pode se tornar bem chato.

Vale a pena, afinal?

Após todas estas informações passadas no texto, cabe a você decidir se vale ou não a pena. Disse mais acima que talvez a introdução fosse maior do que o a análise em si, mas me enganei. Porém, isso não muda o fato de que o jogo é bem simples de bem repetitivo do início ao fim.

Para quem tem Xbox, o jogo está disponível no Game Pass, e diversão você vai encontrar nele, pelo menos por algumas horas. Nesse sentido, acredito que valha a pena, porém, para quem joga no PlayStation, como foi o nosso caso, recomendo esperar para que mais conteúdos sejam acrescentados ao jogo ou pelo menos uma promoção. Mas novamente, o jogo é sim divertido, mas com o tempo se torna repetitivo.

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