System Shock nos consoles só não é perfeito por um motivo – Review

System Shock, lançado originalmente há 30 anos, é um marco incontestável na história dos games. Este título inovador, lançado um ano após Doom e seis meses depois de The Elder Scrolls: Arena, trouxe uma dinâmica única ao gênero de RPG em primeira pessoa.

Ano passado nós fizemos um review na versão de PC do game que você pode conferir aqui. Muito do que foi falado naquele review também se aplica nessa nova versão para consoles, portanto não deixe de conferir também.

Um Marco na História dos Games

O impacto do System Shock original é inegável. Ele permitiu aos jogadores interagir com praticamente qualquer objeto no cenário, introduziu a possibilidade de mover a câmera verticalmente e ofereceu uma complexidade rara para a época. Este remake busca manter a essência que tornou o jogo original tão revolucionário, mas não sem trazer alguns desafios inerentes ao seu design envelhecido.

Ambiente e Atmosfera

Situado em uma estação espacial tomada por uma IA rebelde chamada Shodan, System Shock envolve o jogador em corredores apertados cheios de mutantes violentos e ciborgues. A estrutura do jogo se assemelha a um metroidvania ou Resident Evil, com exploração meticulosa e resolução de puzzles baseados em informações encontradas ao longo do mapa.

Visualmente, o remake é um espetáculo. As texturas blocadas do original agora são representadas por superfícies detalhadas e texturizadas, mantendo a autenticidade enquanto atualizam a estética para os padrões modernos. No entanto, essa densidade visual pode ser excessiva, dificultando a identificação de itens úteis.

Jogabilidade e Controles

Um dos maiores desafios deste remake é a adaptação dos controles para os padrões modernos, especialmente nos consoles. Apesar de ter havido uma melhoria considerável comparado ao lançamento original nos PCs em relação ao suporte a controles, o combate, uma parte fundamental do jogo, muitas vezes se torna uma formalidade lenta e difícil. A necessidade de ajustes significativos nas configurações de controle, como a aceleração do stick e a ausência de opções de alternância para ações como agachar e correr, compromete a fluidez da experiência.

Vale lembrar que apesar desse problema é possível utilizar mouse e teclado para jogar o jogo tanto no PS5 quanto no Xbox, o que melhora muito a experiência.

Fiel ao Original, Para o Bem e para o Mal

A fidelidade ao jogo original é uma espada de dois gumes. Embora mantenha a autenticidade dos layouts de mapas e soluções de puzzles, o design de 1994 se mostra arcaico em muitos aspectos. A experiência de exploração e combate pode ser frustrante e obtusa, especialmente para novos jogadores que não têm a mesma nostalgia dos veteranos.

Reflexões Finais

System Shock é uma recriação apaixonada e meticulosa de um clássico que moldou o gênero de “Immersive Sim”. No entanto, ao manter-se tão fiel ao original, ele traz consigo os mesmos obstáculos que poderiam ter sido superados com algumas considerações modernas. A inclusão de mais munição, modos que destacam itens interativos ou ajustes nos controles poderiam ter melhorado significativamente a experiência sem sacrificar a essência do jogo.

Apesar das suas falhas, há algo cativante no desafio e na atmosfera de System Shock. A equipe da Nightdive Studios merece elogios por trazer este clássico à vida novamente, mas talvez o jogo precise evoluir além de suas raízes para realmente brilhar no cenário atual.

Para os fãs dedicados do original, este remake é uma viagem nostálgica que vale a pena. Para os novos jogadores, pode ser uma introdução difícil a um ícone dos jogos eletrônicos, mas ainda assim, uma experiência única e influente.

Meus jogos favoritos são visual novels.
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